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Comportamento

Janeiro Branco – Saúde Mental enquanto há tempo!

Campanha ajuda a disseminar a cultura do cuidado com a mente.


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Cuidar de si é cuidar de quem você ama. (Imagem: Freepik)

O primeiro mês do ano é marcado pela campanha Janeiro Branco, que tem como principal objetivo chamar a atenção das pessoas para a importância do cuidado com a saúde mental e emocional, e discutir sobre o impacto deste cuidado na qualidade de vida da população. É na época do Ano Novo que as pessoas se sentem mais propensas a refletir sobre o passado, o presente e o futuro das suas vidas e a projetar novas metas para o ano que se inicia. A cor branca foi escolhida por, simbolicamente, representar “folhas ou telas em branco” sobre as quais podemos projetar, escrever ou desenhar expectativas, desejos, histórias ou mudanças com as quais sonhamos e as quais desejamos concretizar. A Campanha Janeiro Branco teve origem em 2014 na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, e alcançou proporções nacionais desde então, ajudando a disseminar a cultura do cuidado com a mente.

Segundo estatísticas da OMS (Organização Mundial de Saúde), a depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial, e o Brasil figura como o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, com o equivalente a 5,8% da população, atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9% da população. Além disso, o Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo inteiro, com cerca de 9,3% da população adoecida.

Diante deste cenário, é de extrema prioridade que o tema seja cada vez mais difundido em nosso cotidiano e através de todas as camadas da sociedade, promovendo principalmente na prevenção contra o adoecimento psíquico.

Identificar um quadro de adoecimento mental nem sempre é tão simples, mas é essencial conhecer quais os principais sinais de alteração do comportamento e procurar ajuda profissional antes que os sintomas se agravem.

Fique atento às seguintes mudanças

  1. Mudanças de humor extremas num curto espaço de tempo, como tristeza intensa, irritabilidade ou euforia excessiva;
  2. Isolamento social: o indivíduo passa a evitar interações sociais, se esquivando até mesmo de amigos e familiares com quem tem boa relação;
  3. Alterações no padrão do sono: insônia ou excesso de sono;
  4. Mudanças bruscas no peso sem uma razão aparente, ou alteração do apetite, resultando em perda de fome ou compulsão alimentar;
  5. Fadiga constante: sentir-se constantemente cansado, sem motivação ou energia;
  6. Dificuldades de concentração: problemas para se concentrar, tomar decisões ou realizar tarefas cotidianas simples;
  7. Autoestima baixa: sentimentos persistentes de insatisfação consigo mesmo, excesso de culpa ou autocrítica intensa;
  8. Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
  9. Alteração da produtividade no trabalho ou na vida acadêmica;
  10. Vícios: buscar compulsivamente um hábito nocivo mesmo ciente dos prejuízos que ele pode causar para a saúde;
  11. Irritabilidade: sentimentos frequentes de irritação, raiva ou hostilidade desproporcional às situações;
  12. Sintomas físicos sem causa aparente: dores crônicas, dores de cabeça ou outros sintomas físicos persistentes sem explicação médica;
  13. Dificuldades nos relacionamentos: problemas recorrentes nos relacionamentos interpessoais, seja em casa, no trabalho ou socialmente;
  14. Preocupação excessiva: preocupações constantes, ansiedade generalizada ou ataques de pânico;
  15. Comportamentos autodestrutivos: participação em comportamentos de risco, autolesão ou abuso de substâncias.

É importante frisar que ter emoções negativas eventualmente é normal e faz parte da vida de todos. O importante é encontrar maneiras saudáveis de lidar com essas emoções incômodas, buscando não condicionar o comportamento à emoção vivenciada naquele momento. A intensidade e duração dos sentimentos negativos e o impacto que eles trazem à rotina diária também pode ser um ótimo termômetro para detectar o surgimento de um possível quadro de adoecimento mental.

Tratamento

Há mais de 100 anos a Igreja Adventista do Sétimo Dia propaga o conceito chamado de “Os 8 Remédios Naturais”, validado por médicos e cientistas do mundo inteiro. Neste método de tratamento observamos um potencial de cura para várias enfermidades psíquicas, físicas e espirituais. São eles: exercício físico, repouso, ar puro, alimentação natural, temperança, água pura, luz solar e confiança em Deus.

Além disso, pessoas em situações de crise podem ser atendidas em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), formada por vários serviços de saúde da rede pública (SUS).

Para apoio e orientação especializada, dirija-se à UBS ou CAPS mais próximos de seu domicílio.

A essência da campanha Janeiro Branco se resume no seu lema: “Quem cuida da mente, cuida da vida”.  Lembre-se, cuidar de si é cuidar também de quem você ama.


Bianca Viana é psicóloga hospitalar e atua há dez anos no SUS.