Indígena visita colégio adventista e ensina alunos sobre sua cultura
A ocasião foi de descoberta e aprendizado para os 950 alunos que participaram da palestra do índio guarani.
Curitiba, PR…[ASN] O Colégio Curitibano Adventista Bom Retiro (CCABR) ficou repleto de cores e cocares feitos pelos alunos, nos dias 14 e 15 de abril. Rostos pintados e objetos típicos complementaram a o cenário do programa que antecipou o Dia do Índio, comemorado nesta terça-feira (19). Para que os alunos conhecessem mais sobre essa cultura, o índio guarani Elias Wera Popygua, foi convidado para apresentar os artesanatos, instrumentos de caça e costumes do povo.
Dúvidas não faltaram. Os estudantes questionaram Wera sobre como viviam hoje, como era o seu dia a dia, e até como se aqueciam no inverno. Além disso, as brincadeiras dos curumins (crianças indígenas) também foram apresentadas para os alunos e funcionários que participaram do programa.
“A capela foi bem enriquecedora. Detalhes básicos e comuns entre os indígenas nem eram de conhecimento dos alunos. Acima de tudo, nosso propósito foi gerar o respeito pelo outro, poder tirar os mitos, e valorizar uma cultura que aprendeu a viver harmoniosamente bem com a criação de Deus”, conta o pastor Matheus Maia, capelão do CCABR.
O contato do aluno com a cultura indígena é de grande importância, de acordo com a professora de geografia, Ariane Moretti. Já que o povo brasileiro ainda desconhece muito a sua própria identidade, ou muitas vezes não a aceita. “Ele (o brasileiro) tem a tendência de assumir outras culturas, e não a dele própria. O indígena está intrínseco na cultura brasileira. Muitos alunos não têm noção de como vive um índio, qual a sua realidade, quais os costumes. Isso vira uma fábula pra eles”, analisa.
Para Nathaliê Ekermann, de 13 anos, o momento foi de descoberta. A aluna admite que tinha uma visão limitada sobre os indígenas, mas a palestra oportunizou novas experiências. “Eu achei bem legal, porque a gente pensava muito generalizado que eles (os indígenas) vivam em florestas, andando pelados, só pescavam e caçavam, mas na verdade eles não são assim. Eles têm uma religião diferente, dançam e cantam de forma diferente. Consegui aprender novas coisas com essa palestra”, diz.
Já para Artur Ramalho, de 10 anos, os objetos típicos chamaram sua atenção. “O que eu mais gostei foi do cocar feminino e da zarabatana. Eu não sabia que eles colocavam veneno na zarabatana para paralisar os animais. Também foi mostrado que o cocar feminino é pequeno e mais simples do que aquele grandão usado pelo cacique”, relembra.
Diversos funcionários com descendência indígena foram apresentados aos alunos, que não tinham conhecimento sobre esse fato. A apresentação desafiou os alunos a levarem os questionamentos para casa e descobrirem junto aos seus familiares se eles possuem um antepassado indígena em sua genealogia. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin / Colaboração: Matheus Maia]