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Prefeitura inaugura guarda-pertences para moradores de rua

A Fundação de Ação Social (FAS) inaugurou nesta terça-feira (12), em Curitiba, um serviço de guarda-pertences exclusivo para a população de rua. Instalado no Centro, o local poderá ser acessado por usuários cadastrados que receberam em março passado...


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O espaço foi reformado por voluntários da Igreja Adventista de Curitiba

O espaço foi reformado por voluntários da Igreja Adventista de Curitiba

A Fundação de Ação Social (FAS) inaugurou nesta terça-feira (12), em Curitiba, um serviço de guarda-pertences exclusivo para a população de rua. Instalado no Centro, o local poderá ser acessado por usuários cadastrados que receberam em março passado um cartão de identificação. Na primeira fase do projeto, 100 pessoas receberam o cartão que, além de permitir a utilização do guarda-pertences, também garante o acesso gratuito aos banheiros públicos da Urbs. O projeto é experimental e inédito em todo o país.

Segundo a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet, o espaço funciona como uma nova estratégia de abordagem social destinada às pessoas que justamente são mais resistentes a aceitarem o encaminhamento para alguma unidade de atendimento para pessoas em situação de rua. “Ampliamos o número de vagas de acolhimento e a procura espontânea pelos nossos serviços também aumentou. Além disso, criamos novas unidades e serviços. Mesmo assim percebemos que ainda há um número de pessoas que não aceita estes encaminhamentos. Com serviços como o guarda-pertences e o acesso aos banheiros públicos estamos buscando mais um ponto de contato para tentar estabelecer o vínculo com o morador de rua”, explicou.

O guarda-pertences funcionará diariamente das 7h às 21 horas. Contudo, o período para guardar os objetos pessoais é das 7h às 9 horas e a retirada deve acontecer das 19h às 21 horas. Caso uma pessoa não recolha seus pertences no local após esse horário, será permitida a retirada no dia seguinte. O tempo de tolerância para a armazenagem é de 48 horas.

“Não é porque a pessoa está em situação de rua que ela não tem o direito de possuir pertences. Esta é uma maneira de atender com respeito e humanidade quem ainda não encontrou sua trajetória de saída das ruas. Para quem pensa que isto acaba fazendo com que as pessoas permaneçam nessa condição, ressaltamos que o nosso objetivo em primeiro lugar é garantir a dignidade no atendimento daqueles que têm mais resistência em aceitar a abordagem e o acolhimento. Todo o serviço terá o acompanhamento de profissionais da Assistência Social”, salientou a diretora de Proteção Social Especial da FAS, Angela Mendonça.

Educadores e assistentes sociais que atuam no posto avançado da FAS na Praça Osório, além de servidores que trabalham na abordagem social, vão fazer o trabalho de sensibilização e orientação dos moradores de rua para o uso do espaço.

A grande novidade do projeto é que entre os funcionários que irão trabalhar no atendimento do equipamento estão ex-moradores de rua, que aceitaram atendimento nas unidades da FAS e que hoje vivem em locais onde já recuperaram documentos, retomaram os estudos e começam a voltar para o mercado de trabalho.

Paulo Roberto da Silva, de 51 anos, ficou sem ter onde viver depois que o terreno da família foi vendido. Morou dois meses na rua antes de aceitar atendimento em uma unidade da FAS. “Sei muito bem das dificuldades e agora, trabalhando aqui, espero aconselhar as pessoas, indicar os acolhimentos, incentivar o pessoal a buscar ajuda. Ninguém merece estar na rua. Isso não é vida”, disse. Silva, inclusive, também está ajudando a divulgar o espaço entre as pessoas em situação de rua.

“Este era um espaço que as pessoas em situação de rua precisavam. Hoje o maior bem que essas pessoas têm são seus pertences. Como tentar buscar emprego carregando cobertores ou mochilas? Até mesmo proteger seus bens da chuva e evitar que se deixe nas marquises?”, avaliou o coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Leonildo José Monteiro Filho.

Instalado na Rua Dr. Faivre, 1212, o guarda-pertences é uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba e o Instituto Pró-Cidadania. O espaço foi reformado por voluntários da Igreja Adventista de Curitiba.

 

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