Igrejas se adaptam ao virtual em meio ao isolamento social
Em Curitiba, uma igreja tem usado tendências das redes sociais para incentivar e motivar jovens a realizarem ações nesse período
Em tempos de quarentena, a internet tem sido um refúgio contra o isolamento. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, o consumo de internet no Brasil aumentou 30% durante esse período de isolamento social e parte desse aumento se deve ao uso das redes sociais.
Lorena Makoski não era a maior fã das redes, mas nesse período viu uma mudança de comportamento. “Eu tenho notado um aumento no uso de redes sociais. Antes eu não entrava todo dia no Instagram, por exemplo, mas agora, nesse contexto eu me vejo usando muito mais esses aplicativos,” conta Lorena.
Já Maria Carolina Ferreira sempre gostou desse universo online, inclusive tem um instagram só dedicado à leitura, e mesmo já inserida no grupo dos que gastam horas diárias nas redes sociais também sentiu diferença neste período. “Eu percebo que eu tenho usado mais, antes eu até monitorava meu tempo nesses aplicativos, mas hoje eu sinto necessidade de estar conectada com as pessoas mesmo que de longe,” expõe Maria.
Se as redes sociais foram criadas para aproximar, houve um tempo que elas afastaram. Muito se falava sobre o uso exagerado que comprometia as relações pessoais humanas. No entanto durante este período, quando o isolamento social é ainda o melhor recurso contra o novo coronavírus, a tecnologia tem sido fundamental para dar continuidade as interações humanas e afastar o medo do isolamento.
Diante desse cenário, a Igreja Adventista do Sétimo Dia também intensificou o uso dessas ferramentas para o bem. “Eu tenho visto que nesse contexto de pandemia as igrejas, mesmo as menores, têm visto como uma oportunidade para ampliar seu conhecimento e uso da tecnologia", afirma Tiago Santos, líder de comunicação da IASD para o centro do Paraná.
Até mesmo as igrejas menores que não eram habituadas a usar esses recursos mergulharam no digital, e mais que nunca a tecnologia se transformou em aliada. “As igrejas mais limitadas ao uso da tecnologia têm se reinventado e descoberto ferramentas para que haja aproximação com seus membros", comenta o líder de comunicação.
Alcance multiplicado
Na IASD do Boqueirão, em Curitiba, os jovens passaram a desenvolver projetos agora voltados ao universo virtual, onde cada pessoa usa suas redes sociais para pregar sobre Jesus e fazer ações sociais, motivando e compartilhando com seus seguidores. Tendo isso em mente os líderes desenvolveram uma campanha chamada #Corrente do Bem. Os jovens usam suas redes para desafiar outras pessoas para desenvolver um trabalho social da forma que podem.
Foi assim que Maria, a amante da literatura, decidiu usar seu perfil literário para atingir pessoas que não tinham qualquer contato com a Igreja Adventista. Ela criou, dentro do seu perfil ‘Toda Sonhos’, o desafio das princesas. Com o mesmo cunho social da corrente do bem, aliando famosos personagens literários e chegando a pessoas muito mais distantes.
“Eu vi como a corrente do bem foi sucesso com os jovens da igreja e quis expandir isso para quem não tinha a mesma fé que eu. Então coloquei uma introdução diferente, inserindo os personagens famosos e juntando a literatura a esse projeto. Os leitores gostaram e passaram a aderir e realizar essas ações,” explica Maria Carolina Ferreira.
Quando se pensa em redes sociais, o alcance da mensagem se multiplica. “Hoje com o uso das redes sociais nosso alcance passa a ser muito maior, conseguimos chegar em lugares e atingir pessoas que nem imaginávamos ser possível”, relata Gustavo Moroz, pastor jovem do Boqueirão.
Mesmo que o formato dos estudos bíblicos, cultos ou confraternizações tenham mudado, o objetivo de tudo isso ainda é o mesmo. “Independente da ferramenta que usamos, se pessoalmente ou no virtual, o objetivo continua sendo mostrar Jesus”, conclui o líder.