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“Igreja que Navega” conclui atividades do ano no Amazonas

Mesmo em meio a pandemia, templo flutuante adaptou atividades no interior do estado.


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"Igreja Que Navega" passou por duas comunidades no interior do estado. (Imagem: arquivo pessoal).

No mês de fevereiro, a Igreja Que Navega iniciou suas atividades na comunidade Campinas do Norte, zona rural do município de Manacapuru, no Amazonas. Durante todo o ano foram realizadas diversas ações sociais nas áreas de saúde, atendimento social e evangelismo, atendendo também a Comunidade Araras.

Antes da pandemia, mais de 500 moradores da localidade foram beneficiados com uma feira de saúde promovida por médicos e voluntários da igreja adventista Espaço Alpha. Os voluntários saíram de Manaus para ajudar os comunitários através de atendimento médico e odontológico gratuito.

Para o presidente da igreja na região norte e centro-oeste do Amazonas, pastor Waldony Fiuza, o projeto é muito relevante para a evangelização nas comunidades ribeirinhas do Amazonas. “A Igreja Que Navega faz uma obra completa, desde o trabalho social até a evangelização das pessoas e com ela podemos alcançar comunidades que de outra forma não seriam alcançadas”, destaca.

Confira abaixo a entrevista com o pastor Herbert Frank Costa de Souza, que está à frente do projeto.

Pastor Frank e sua esposa Rene Nara moram na embarcação e desenvolvem juntos o trabalho evangelístico da IQN. (Imagem: arquivo pessoal).

Quais foram as principais atividades desenvolvidas durante este ano?

Realizamos uma parceria com a ADRA Amazonas, que nos repassou para doar aos comunitários de Campinas do Norte e de Araras, 350 kits de higiene pessoal para idosos acima de 60 anos. Em ambas as comunidades foram realizados cursos de culinária saudável, como confeccionar sabão e amaciante líquido, estética capilar, facial e corporal, oficinas de música e canto, abrangendo todas as faixas etárias da localidade.

No mês de março, início da pandemia, foi preciso alterar os trabalhos realizados dentro do auditório da IQN. Atendendo as legislações estadual e municipal, o auditório permaneceu fechado por três meses.  Como alternativa para continuar levando esperança aos comunitários, começamos a atender a comunidade com a transmissão de programas, via ondas de rádio, através dos equipamentos que equipam o barco, e a rádio levou o nome da própria embarcação: Amazônia de Esperança.

A programação diária foi transmitida para um público aproximado de 500 pessoas. A grade de programação atendeu a diversos públicos com temas na área da saúde, educação, família e relacionamentos, além de séries de estudos bíblicos.

Como resultados desse trabalho, muitos estudos bíblicos foram iniciados via rádio e foi criado um grupo de whatsapp para interagir com os ouvintes, que solicitavam músicas e estudos bíblicos. Isso abriu portas para que pudéssemos chegar nos lares dos ouvintes e confirmarmos as decisões pelo batismo.

Durante a pandemia o trabalho evangelístico aconteceu através da rádio "Amazônia de Esperança". (Imagem: arquivo pessoal).

Por quais comunidades a igreja passou?

Devido a pandemia, a IQN passou apenas por duas comunidades: Campinas do Norte, a cerca de 60 km de Manacapuru e a Comunidade de Araras, cerca de 50 km da cidade de Caapiranga, zona rural do estado. Cerca de 120 pessoas foram batizadas e duas novas igrejas estabelecidas.

 Como foi a parceria com os jovens do projeto Um Ano em Missão?

A equipe acompanhou e participou de todas as ações desenvolvidas desde junho deste ano. O trabalho em parceria com os jovens foi muito enriquecedor. Eles se engajaram nas ações e atividades, testemunhando para as pessoas que estavam sem esperança, desmotivadas e sem perspectivas quanto ao futuro. Pela graça de Deus, inúmeras pessoas foram tocadas pelo poder de Deus e tiveram a vida transformada.

Este ano a IQN contou com o apoio dos jovens do projeto "1 Ano em Missão". (Imagem: arquivo pessoal).

Conte uma das experiências mais marcantes desse ano.

Destaco a experiência de Salomão Rufino, 18 anos, pescador, morador de Campinas do Norte. Antes da chegada da igreja que navega, Salomão era um jovem problemático, deprimido, viciado em bebidas alcoólicas e drogas. Há mais de dois anos ele causava problemas para a família por causa dos vícios.

Após a chegada da IQN, Salomão foi convidado para participar das ações realizadas na localidade. No período da pandemia, a família de Salomão acompanhou a série de estudos bíblicos ministrados pela rádio Amazônia de Esperança. Após as 30 noites de estudos, Salomão e sua irmã decidiram entregar a vida a Jesus através do batismo.

Salomão foi transformado pela graça de Deus, largando o vício das drogas, o furto e os conflitos domésticos. Atualmente ele tem desenvolvido um lindo trabalho com os jovens da comunidade de Campinas do Norte que enfrentam os mesmos problemas que ele enfrentava, mas agora ele testemunha sobre os milagres que Jesus fez em sua vida. O sonho de Salomão é ser um missionário, levar a mensagem de esperança a outras pessoas e ser usado por Deus.

Cerca de 120 pessoas foram batizadas como resultado do trabalho evangelístico da Igreja Que Navega. (Imagem: arquivo ACeAm).

Qual o sentimento ao encerrar as atividades deste primeiro ano de trabalho à frente da IQN?

Eu minha esposa Nara nos sentimos privilegiados de servir a Deus no projeto Amazônia de Esperança. A IQN é uma poderosa ferramenta evangelística para levar luz e esperança às diversas comunidades que compõem a vasta geografia da bacia amazônica de nosso território. Com certeza esse projeto nasceu no coração de Deus para alcançar os ribeirinhos afastados e isolados em comunidades distantes, e muitas delas abandonadas e esquecidas.

Agradecemos a Deus, pois através da IQN, os ribeirinhos das comunidades atendidas puderam receber a mensagem de esperança. A experiência de compartilhar o evangelho com pessoas que vivem isoladas e com pouca estrutura nas áreas da saúde, educação e social é muito marcante. Ver o poder de Deus transformando a vida dessas pessoas tem impactado profundamente nossas vidas.