Primeira igreja adventista para haitianos é inaugurada na América do Sul
Imigrantes haitianos também conhecem a mensagem bíblica em contexto adaptado a sua realidade.
Porto Velho, RO ... [ASN] Desde os terremotos no Haiti em 2011, o Brasil tem sido refúgio para alguns imigrantes desse país. A porta de entrada é no estado do Acre, que faz divisa com a Bolívia e, desde então, estima-se que mais de cinco mil haitianos chegaram ao Brasil. Porto Velho tem recebido grande número de imigrantes, levando em consideração que, com o avanço da construção civil, eles tem mais oportunidades de emprego podendo ter uma renda um pouco superior a que teriam em seu país de origem.
Alguns desses imigrantes são adventistas e se percebeu vários haitianos espalhados pelas igrejas da capital de Rondônia, Porto Velho, surgindo a ideia inicial de reuni-los todos em um único local, sendo escolhida a Igreja Adventista Central de Porto Velho, que desde setembro de 2012 organizou uma unidade de escola sabatina em francês para atender esses imigrantes tornando-se o Centro Cultural Haitiano. O movimento cresceu e viu a necessidade deles terem seu próprio local de reuniões, por isso foi dado início à construção de uma igreja para atendê-los.
O projeto da construção da igreja foi realizado e idealizado pelas secretárias e secretários das igrejas adventistas do norte de Rondônia e estado do Acre, liderados pelo pastor Abdoval Cavalcanti. Com os esforços deles, mais de 90 mil Reais foram arrecadados. Essa foi a segunda igreja construída com os recursos arrecadados pelas secretarias das igrejas. “Com grande satisfação e muito esforço conseguimos fazer com que essa obra fosse construída, com os esforços não só das secretárias, mas de todos os membros, pastores e toda a igreja em conjunto para que pudéssemos chegar onde chegamos hoje”, afirmou Clarinda de Jesus, secretária da igreja adventista Central de Porto Velho.
Evangelismo contextualizado
Mas de nada adiantaria construir a igreja para um pequeno grupo, pois inicialmente o projeto tinha a participação de seis haitianos, para que esse número crescesse, durante o mês de julho de 2013, foi realizado um evangelismo contextualizado e dirigido por haitianos, que contou com o apoio de brasileiros na doação de brindes, atendimento médico voluntário e arrecadação de alimentos.
O resultado é que o grupo de seis participantes hoje conta com a participação de mais de 30 imigrantes. E no dia 23 de novembro a realização do projeto foi concluída com a inauguração da primeira igreja étnica de língua francesa para haitianos da Divisão Sul Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A inauguração aconteceu com a presença dos administradores da região noroeste. Na festa de inauguração mais de 150 pessoas estavam presentes, entre haitianos e brasileiros, que teve ainda presença de professores universitários que coordenam projetos desenvolvidos para integração social dos imigrantes, que ressaltaram a importância de uma igreja nesse segmento.
“Faz parte da inserção social de um grupo de imigrantes as igrejas, além do lazer, da educação, da escola, eles precisam se reunir e as igrejas têm um papel importante na inserção social desses grupos”, afirmou Marilia Pimentel, professora universitária. “Nossa missão é para com todos os povos, então quando olhamos uma comunidade, uma cidade, uma região nós temos que perceber quem vive ali, porque para Deus o importante são as pessoas, e por ter aqui uma comunidade haitiana, nós tínhamos que olhar para eles, nós tínhamos que fazer alguma coisa por essas pessoas, então ter uma igreja para atender a comunidade haitiana aqui em Porto Velho, nada mais é que cumprirmos nossa missão”, concluiu o pastor Gilmar Zahn, líder da Igreja Adventista na região noroeste do Brasil. [Equipe ASN, Leonardo Leite]