Campori reuniu 3 mil adolescentes e incentivou a conscientização sobre inclusão social
O evento realizado entre os dias 21 e 24 de julho, reuniu adolescentes em programações especiais.
Mais de 3 mil pessoas se reuniram no V Campori de Desbravadores da região Sul do Rio de Janeiro, a edição é a primeira após 2 anos sem eventos presenciais e aconteceu em Bacaxá Saquarema, reunindo 90 clubes de Desbravadores, meninos e meninas com idades entre 10 e 15 anos, que se reúnem, em geral, uma vez por semana para aprender a desenvolver talentos, habilidades, percepções e o gosto pela natureza. Durante todo o período, o local se transformou em uma verdadeira cidade para abrigar os participantes.
Com o tema "Rumo ao Céu", o Campori motivou os juvenis a sonhar em viver a eternidade, com propósitos aqui na terra e entendendo que a vida deles é uma jornada para o céu. Durante todo o período de atividades as crianças e adolescentes colocaram em prática artes de acampar, nós e amarras e especialidades que aprenderam em seus clubes nos últimos anos.
Além da diversão, a solidariedade também marcou presença. Neste ano, os desbravadores participaram e se desenvolveram em provas de inclusão social. Essas atividades envolveram os juvenis e adolescentes em atividades de empatia. A ideia é que cada desbravador reflita sobre a conscientização e acessibilidade dentro da rotina limitada dos colegas com deficiência e como adaptar-se dentro de seu clube.
Um sonho realizado para os adolescentes com necessidades especiais e que participaram.
Daniel Xavier, pertence ao clube Agulhas Negras de Rezende, é portador da síndrome de Down. Ele, que é desbravador há um ano e participa pela primeira vez do Campori, expressou a sua satisfação por viver as primeiras emoções do Campori. "Estou muito feliz".
Líderes ressaltam que o contato com os companheiros do clube tem contribuído bastante para o desenvolvimento e aprendizado dele. Elir Rodrigues é diretor do clube a que Daniel pertence e expressou a felicidade em trazer o 'afilhado' pela primeira vez. "É gratificante ver o sorriso dele ao participar de cada atividade. Percebemos o quanto tudo foi preparado com muito carinho e vibramos com o Dani participando de cada momento, tem sido muito especial. A felicidade dele é a nossa e no primeiro apelo ele estava lá e isso é tudo para o nosso clube", ressalta Rodrigues.
Renato Lopes é diretor e pai de Renato Lopes Filho, deficiente físico. Renato Filho nasceu com "Mielomeningocele'', é um defeito da coluna vertebral e da medula espinhal e acontece nas primeiras semanas de gestação. Apesar das suas limitações, o envolvimento e participação nas atividades foram eletrizantes. Lopes relata que o clube tem contribuído bastante para o envolvimento, comunicação e o aprendizado do filho. "Sabemos o quanto é importante a inclusão do deficiente físico nas mais diversas formas possíveis. A inclusão dele nas atividades aqui, demonstrou um carinho e um respeito para nossa família e para o nosso clube também. Ele faz parte e vamos sair daqui gratos por tanto carinho que recebemos da organização ao pensar em provas de inclusão social".
Outro destaque, foram os momentos de testemunhos durante as programações. Aos 21 anos de idade, Marcelo Cunha era atleta e desenhista, até sofrer um acidente durante um mergulho, que o deixou tetraplégico. Contudo, mesmo com as limitações físicas, nada o impediu de continuar concretizando sonhos e servindo a Deus através do seu testemunho.
A despeito das adversidades, passou a pintar com a boca e se dedicou à pintura durante dez anos. Movido por um desejo de mudança, buscou comunicar através dessa forma alternativa o quanto a arte pode transformar vidas. Desbravadores se emocionaram com a história de vida e se encantaram com as obras do artista. "É sempre gratificante testemunhar o amor de Deus em minha vida", relata.
Enfatizando também o tema da solidariedade e da inclusão social, desbravadores apresentaram uma peça teatral em libras, que levou o público a comoção e aplausos.