Campo Grande, MS... [ASN] Uma instituição que nasceu com a ideologia de cuidar do próximo e através dela se mantém há mais de 60 anos. E um convite feito aos mais de 600 funcionários do Hospital Adventista do Pênfigo (HAP) para uma semana especial de evangelismo foi aceito por boa parte do grupo, que na última semana somou mais de 400 pessoas comparecendo à programação que tratou de um tema muito especial e pra lá de curioso: Teofobia.

“A palavra quer dizer medo, receio ou aversão às coisas de Deus, às coisas religiosas. Muita gente traz da sua educação traumas que geram essa aversão e esse conceito quase comercial de Deus que temos visto por aí alimenta essa aversão nas pessoas. Por isso, o tema dessa semana especial foi pensado especialmente para ajudar os colaboradores e pacientes do HAP a vencerem esses traumas e entenderem de maneira leve e simples o que é eterno, o que pertence a Deus”, explica Eduardo Machado, pastor, líder da Igreja Adventista do Bairro Amambaí e orador da programação.

Em uma semana dedicada ao estudo profundo da Bíblia em todo o território sul-americano, o tema não poderia ser mais bem aplicado. “Os colaboradores receberam muito bem a ideia e durante as quatro sessões destinadas aos estudos, muitas dúvidas foram sanadas e ali muitas decisões pelo batismo foram tomadas. A própria instituição pensou em disponibilizar esses períodos para que todos pudessem participar do programa”, comenta.

Em cinco dias de programação, foram duas sessões pela manhã e outras duas no período da tarde, abrangendo as duas unidades. Tudo elaborado de maneira com que os funcionários pudessem adequar suas agendas e participar. “Essa pausa no trabalho é importante porque eles vivem em um ambiente onde estão constantemente preocupados com a salvação principalmente física das pessoas que procuram o hospital. Então, uma semana como essa os fortalece para as lutas que eles têm que enfrentar no dia a dia”, acredita Eduardo.

A missão é você

Com foco na ideologia apresentada e compartilhada pela instituição, a administração promoveu o 2° Encontro de Adventistas no último sábado (26), aproveitando a data como encerramento da semana de evangelismo de colheita. “A missão de nossa instituição é salvar pessoas e ajudar no desenvolvimento não só físico, como também o mental e o espiritual. O HAP não é um hospital comum, pois ele se preocupa com a salvação de seu paciente como um todo, e para que isso seja possível os colaboradores têm que entender qual o grande motivo de estarem ali. O principal objetivo do hospital caminha junto com essa questão do físico, mas aliando sempre a apresentação do que é espiritual. Esse é o diferencial que nos move”, reforça Pierre Damasio, diretor administrativo da instituição.

A semana de evangelismo propôs ao público uma visão clara de quem é Deus e qual Sua missão para nós. “A cada dia fizemos uma comparação com fobias que existem – e são milhares! – misturando elas à vida espiritual. A cada novo tema eles entendiam melhor a fragilidade humana e a grandeza do Criador e como essa dependência d’Ele é fundamental para a nossa existência”, compartilha Eduardo.

Para finalizar a programação especial, outras histórias ainda mais especiais foram compartilhadas durante o encontro que aconteceu no Colégio Adventista Jardim dos Estados (CAJE), na tarde do último sábado.  Ali, a programação naturalmente manteve o foco em renovar nos funcionários o fôlego pela missão disfarçada de profissão que cada um carrega.

Entre testemunhos e batismo, a tarde foi de surpresas. “Minha relação com o Hospital Adventista começou há pouco mais de dois meses. Meu marido, o Moacir, saiu de um hospital da cidade em estado grave para ser internado no Pênfigo. Ele estava com insuficiência respiratória e várias complicações após o diagnóstico de H1N1. Foram 58 dias de internação e o quadro dele apresentava, dentre tantos problemas, pneumonia e falência múltipla dos órgãos. Desse período, foram 30 dias no CTI do hospital e hoje, apenas 25 dias após a alta estamos aqui, com ele em pé, transbordando saúde, felicidade e testemunhando um verdadeiro milagre”, emociona-se a professora Rosemari Sartoretto.

Em depoimento, o engenheiro agrônomo Moacir Sartoretto conta que nasceu de novo. “Sou um sobrevivente porque Deus quis assim e hoje tenho uma vida nova. Eu tinha o pulmão direito 100% comprometido e o esquerdo com apenas 10% de sua função. Tive três paradas respiratórias e depois disso tudo só tenho a agradecer à equipe do hospital que me ajudou, orou comigo e me deu forças. Foram dias em que pudemos ver que Deus realmente existe, onde estávamos rodeados de pessoas que nos mostraram isso e através dessa instituição entendi o que é o amor ao próximo”, relata Moacir.

E o diferencial que a missão carrega fica evidente em cada palavra de quem vivenciou a cura. “Sentimos que esse atendimento é diferente do que em qualquer outro hospital, pois ele é voltado para as pessoas, para o ser humano e é disso que o mundo precisa”, reforça Moacir.

A Missão é Você

Mas para vivenciar a missão do cristianismo prático é necessário sair da zona de conforto. “Personificar a missão é uma tremenda responsabilidade, pois somente quando abrimos mão de algo é que podemos levar adiante, a quem tanto precisa, os resultados do que a verdadeira religião nos traz”, pontua o consultor hospitalar Marcelo Niek, durante mensagem no encerramento da semana de evangelismo.

E um desses exemplos de que é necessário mergulhar no desconhecido e estender a mão ao próximo é a funcionária Ana Alves. “Ela é uma de nossas funcionárias e há algum tempo vem estudando a Bíblia com a gerente Claudete Sanches, através das classes bíblicas que temos na instituição. No final dessa semana ela decidiu pelo batismo depois de estudar a Bíblia sistematicamente por duas vezes na semana, sempre 30 minutos após o encerramento do expediente”, conta Alex Bahia, capelão do HAP.

Ainda de acordo com o líder, o principal foco da instituição é despertar no coração do colaborador o senso de missão. “Eles trabalham em uma instituição adventista que tem como filosofia a prática do cristianismo. Então, a missão que nós temos é levar essa ideia adiante: gente cuidando de gente, fomentando no coração do nosso funcionário a importância dele para a realidade dessa mensagem.

Para finalizar, o líder ressalta que a principal ideologia de um hospital que já nasceu carregando uma mensagem de salvação, só poderia ganhar vida quando um número cada vez maior de adeptos a entendem e vivem. O que já é realidade. “Estamos avançando e a missão está sendo cada vez mais incorporada pelos nossos colaboradores adventistas e até mesmo pelos funcionários que não professam a mesma fé. Cada vez mais as pessoas têm se envolvido em nossos projetos missionários e isso tem reforçado a missão da nossa instituição”, conclui. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]

Fotos: Marcelo Silvestrin