Filosofia da vida em comunidade alcança mais de 700 líderes no MS
Ver em cada pessoa uma oportunidade de crescimento dela e nosso também; aprender a olhar cada pessoa com o olhar de Cristo; dentro do Pequeno Grupo não há espaço para superficialidade, foram algumas das lições aprendidas pela liderança de PG's do est...
Mato Grosso do Sul ... [ASN] “Conviver com a ‘Nina’ foi uma experiência marcante porque tínhamos uma relação de amigos. Eu me interessei por ela como uma pessoa e ao nos relacionarmos, cuidávamos um do outro, fazíamos discipulado de madrugada durante nossas caminhadas e, enquanto a gente caminhava, construíamos a nossa amizade. Eu cresci como pessoa e um percebeu que poderia abençoar a vida do outro nesse processo”, a análise faz parte do diálogo entre o pastor Paulo Félix e o Pequeno Grupo Ágape, de Campo Grande (MS). Ao refletir sobre a importância do PG no desenvolvimento da vida espiritual e no envolvimento direto da igreja com a comunidade, o líder deixa claro que muito mais que apenas mais uma reunião semanal, o pequeno grupo pode mudar histórias.
“A primeira lição que o pastor Paulo me ensinou foi a de humildade. Além disso, ao participar do PG eu aprendi a amar e a olhar as pessoas com os olhos de Deus”, conta Marilene Batista, carinhosamente conhecida como ‘Nina’. Atualmente ela lidera o PG Ágape depois de uma caminhada de aprendizado ao lado de Félix.
Segundo conta o líder, ao investir tempo de qualidade no relacionamento de amizade genuína com Nina, ele desenvolveu-se, inclusive, como pastor. “Mesmo eu pastoreando ela, também fui pastoreado. Enquanto eu ouvia com atenção para entender sua luta e ajudá-la a entender esse processo por si mesma, crescíamos juntos. Aprendi que o ministério é exatamente isso. Não é gerenciar uma situação, mas é você viver determinada situação junto com uma pessoa e ser protagonista da história de mudança de vida dela”, declara Paulo.
Para o pequeno grupo a lição aprendida com o líder é unânime: ninguém resiste ao amor. É que destaca Josiane Santini, outra integrante do Ágape e líder em formação. “A gente aprende com o discipulado a realizar, na prática, as coisas que fazem a diferença na vida das pessoas. Foi através do pastor Paulo e de sua família que me senti amada e, com isso, aprendi a amar outras pessoas”, lembra.
Para Naor Antonio, outro integrante do Ágape, o principal diferencial de um pequeno grupo é a forma de relacionamento que o convívio proporciona. “Na verdade, o Pequeno Grupo mostra um acolhimento que muitas vezes você procura dentro da igreja e não encontra. Dentro do PG não há espaço para superficialidade. Eu comparo o Ágape à uma mãe, que você sabe que vai procurar e independentemente da situação, será bem acolhido. Ali, todos estarão torcendo por você e o que aprendemos aqui é o amor, na prática, e o convívio de família”, acredita Naor, outro líder de Pequenos Grupos em formação.
A ideologia que esse grupo específico vive foi tema de cinco encontros que aconteceram desde o início do ano até o mês de maio, de norte a sul do estado, com o objetivo de reunir a liderança de PG’s de todo o Mato Grosso do Sul. De acordo com o líder do departamento para o estado, pastor Gessé Vieira, os retiros tiveram como foco criar uma cultura de ‘pastoreio’ e cuidado por meio da rede de pequenos grupos, onde os pastores cuidam dos coordenadores, que por sua vez cuidam do supervisor e este, cuida dos líderes para que eles possam cuidar dos aprendizes e juntos, zelem pelos membros das igrejas. “Em média 15 coordenadores de PG’s, 20 supervisores, 500 líderes e 200 líderes aprendizes, além de 41 pastores distritais estiveram conosco nesse ciclo de aprendizado. Tivemos uma média de 150 pessoas por retiro, totalizando mais de 700 líderes envolvidos nesse processo de crescimento”, destaca Gessé.
Ainda segundo o líder, outro objetivo importante do encontro foi desenvolver o senso de missão por meio dos pequenos grupos. “Estamos vivendo um momento de retorno à essência do discipulado por meio das pequenas comunidades, onde a liderança tem entendido que precisa viver os valores do reino de Deus, que são: intimidade e cuidado mútuo um com o outro. Percebi que cada um desses encontros cumpriram seus objetivos de despertar os participantes a compreenderem que os pequenos grupos, muitas vezes, estavam presos à estrutura e estavam vivendo apenas mais um “mini culto”. Agora, eles despertaram para real vivência de comunidade”, enfatiza.
E para quem já vive a vida em comunidade na prática e acompanhou de perto a mudança que o relacionamento de amizade genuína traz para a vida cristã, a reflexão que fica é de que o olhar de um cristão muda ao imergir nesse contexto de vida, é o que conclui o pastor Paulo Félix, responsável pela criação do PG Ágape. “Aprendi a olhar as pessoas com a lente de Deus. Ver em cada pessoa uma oportunidade de crescimento dela e nosso também. Quando aprendemos a olhar a pessoa com o olhar de Cristo, passamos a amar a pessoa como ela é e aprendemos a conviver com ela sempre buscando o melhor. Somente quando passamos a pensar dessa forma é que conseguimos tirar da pessoa o melhor que ela pode produzir nessa vida. Eu creio que essa é a posição do líder: pensar em ensinar alguém para que essa pessoa fique melhor do que ele. Essa é a essência da liderança e também da vida em comunidade”, finaliza. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin / Fotos: Cleiton Prado]