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Fé e direito: aliados

Como pensam os advogados adventistas que enxergam a ética cristã como aliada da prática jurídica.


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Por Ângelo Bernardes

O estudante Pedro Natan investiga a futura profissão em busca de oportunidades para exercitar sua fé no ambiente profissional. (Foto: Acervo pessoal)

O estudante Pedro Natan investiga a futura profissão em busca de oportunidades para exercitar sua fé no ambiente profissional. (Foto: Acervo pessoal)

Quando o estudante do ensino médio Pedro Natan contou aos pais que queria cursar Direito, a mãe veio com uma série de preocupações que versavam sobre estabilidade financeira, oportunidades de trabalho e, claro, firmeza da fé. A preocupação é pertinente. Num país imerso em corrupção, um profissional que faz da noção de verdade sua matéria-prima de trabalho precisa redobrar os cuidados.

Se outrora este desafio era tido pela comunidade cristã como um terreno a evitar, hoje uma geração promissora de advogados adventistas vê nisso uma oportunidade de testemunhar. Para o advogado Marcondes Leandro, um jurista cristão pode oferecer ao cliente credibilidade, uma vez que seus parâmetros éticos são inegociáveis. Esta retidão de caráter se manifesta principalmente na escolha de causas que envolvam o respeito ao próximo e a preocupação com o bem estar alheio.

Priscila Julião, também advogada, pensa de forma semelhante. Acostumada a orientar clientes a serem honestos em litígio, ela acredita que a ética cristã na advocacia não tem apenas a função de fazer o profissional se sentir bem com a sua consciência, mas também de apresentar os princípios cristãos como solução para os impasses morais vividos pelos brasileiros.

Porém, a relação entre fé e profissão vai mais além no meio jurídico. A missão é um componente importante nesta equação. Marcondes também integra a equipe do Fórum de Liberdade Religiosa (Forlir), que, apesar de dirigida por adventistas, defende a liberdade para o exercício de todo tipo de credo e culto.

Já Priscila acredita numa advocacia inclusiva com forte apelo social. “Todos devem receber suporte legal. O advogado cristão deve agir com ética, sem ser preconceituoso nem praticar a segregação”, diz ela. Priscila já deu assistência jurídica gratuita em parceria com uma igreja adventista e acredita que a expertise profissional sempre ajuda na hora de amparar os necessitados. “Lendo o livro de Atos nos sentimos tão pequenos. Fazemos tão pouco”, pondera ela.

Marcondes Leandro em congresso com colegas de profissão: “O Direito me ajudou a me enxergar como agente transformador da sociedade. (Foto: Acervo Pessoal)

Num país com mais de 1 milhão de advogados, o estabelecimento de uma relação de confiança entre profissionais e clientes é um diferencial no qual os cristãos se sobressaem. Numa rápida passagem pela internet é possível identificar diversos artigos – e até monografias - sobre a compatibilidade entre a advocacia e o verdadeiro cristianismo. Para profissionais como Priscila e Marcondes, esta compatibilidade se demonstra na prática. Afinal, a postura deles e de outros advogados adventistas é o que vai abrir caminho para a geração que virá.

O dia do Advogado no Brasil é comemorado em 11 de Agosto. A data é uma lembrança da importância deste profissional para a promoção da justiça social, tanto que esta missão faz parte do juramento profissional do advogado. Vestibulandos, como Pedro, e profissionais já estabilizados, como Priscila e Marcondes, enxergam na justiça social o ponto de contato mais latente entre o cristianismo e o ideal jurídico: buscar o bem do próximo e a fomentação da justiça, além dos interesses escusos de quem tenta burlar a lei.