Músico troca palcos por estilo de vida adventista
Dos palcos para a igreja, Carlos Pertecen agora utiliza seus dons para Deus.
São José dos Pinhais, PR... [ASN] Carlos Pertecen sempre gostou de música. Aos poucos, o sonho de infância de estar nos palcos ou tocar com pessoas famosas tornou-se sua profissão.
Com uma rotina bem corrida, o baterista tocava em casas de música, shows e nas aberturas de programações de cantores como Luan Santana, Fernando e Sorocaba, e Milionário e José Rico. Mesmo fazendo o que gostava, ganhando dinheiro, conhecendo novas pessoas e lugares, Carlos sentia que algo estava faltando. “Eu não tinha tempo pra mim, pros meus filhos. Eu sentia um vazio muito grande. Eu causava uma falsa alegria nas pessoas, era uma felicidade momentânea. Ao final dos shows, eu via jovens em meio a droga, bebida, saindo cansados dali. Isso não condizia com o que eu realmente era”, conta.
Mesmo não tendo uma religião na época, Carlos se lembrava de alguns princípios que aprendeu em uma denominação quando ainda era adolescente. Como tinha essa noção, as letras das músicas que tocava também eram coisas que deixavam o baterista pensativo. “Eram letras fracas que denegriam a imagem da mulher, da família. Tudo aquilo não fazia parte do meu mundo, não tinha a ver com o que eu sonhava para mim”, revela.
Aos poucos, o homem foi sentindo que ali não era o seu lugar, e só mais tarde ele entendeu que os acontecimentos de sua vida estavam preparando-o para ter um encontro com Deus. Mesmo sem ir à igreja ou buscar com frequência a Deus, nos momentos de aflição Carlos começou a orar.
“Com o passar dos anos tudo foi caminhando para que eu deixasse aquilo”, acredita o baterista. Devido a brigas e tiroteios na casa de shows onde mais faturava, o local precisava mandar embora uma pessoa por conta das dificuldades do momento, e o dispensado foi o Carlos.
As coisas foram se encaixando, as mudanças de vida aconteciam, porém Carlos ainda sentia falta de algo na vida. Foi quando começou a frequentar uma denominação, depois de quase 22 anos sem se envolver com nenhuma religião. Entretanto, as dúvidas não cessavam e ele não conseguia encontrar as respostas naquele local. “Eu queria ter um encontro com a verdade. A busca era muito grande. Eu sentia falta disso nos ensinamentos dessa denominação”, conta.
Porém, um dia “eu descobri a Igreja Adventista através de um amigo que me levou na IASD Colônia Murici. Fui em alguma reuniões, comecei a estudar a Bíblia também a toca com o pastor Everaldo Carlos. Senti o calor das pessoas” que foram importantes para decisões futuras.
Carlos ressalta que as dúvidas que ele tinha foram encontradas na Igreja Adventista, porém a questão do sábado ainda não era bem aceita. “Eu tinha dificuldade de entender a guarda do sábado, mas uma declaração da Carol que frequenta a Igreja de Colônia Murici , sobre o que era o sábado para ela, me fez mudar o pensamento. Ela contou que o sábado era um dia muito bom, porque a casa sempre estava cheia, era um momento com a família, e eu sempre busquei isso na minha casa”, afirma. Depois desse acontecimento, Carlos começou a se interessar em aprender e descobrir a importância do sábado.
Ao participar de uma ação social com os moradores de rua promovida pela Igreja de Colônia Murici, Carlos começou a entender o valor do dia de descanso. “Foi algo muito tocante pra mim. Eu entendi o verdadeiro significado de guardar o sábado, ajudar as pessoas. Isso foi muito importante na minha decisão de se tornar adventista.”
E a entrega foi inevitável. Carlos, carinhosamente chamado por todos como Carlão, foi batizado no dia 22 de setembro, disposto a começar a uma nova vida ao lado de Jesus. “Para mim foi maravilhoso saber que eu estava fazendo a escolha correta aos olhos de Deus”, comemora.
“Ele demonstra envolvimento com seu talento musical e a vontade de trabalhar na ação social. Uma das frases que me marcou foi: ‘pastor, eu era muito envolvido na outra igreja e preciso me envolver nesta nova fase da minha vida’”, conta o líder local, pastor Everaldo Carlos. Para ele, o novo membro da família de Deus tem sido um benção e ajuda para o trabalho da Igreja.
“Eu sinto uma alegria muito grande! A minha vida tem mudado, tudo tem sido muito bom. A cada dia aprendo mais”, conclui Carlos. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin]