São Paulo, SP... [ASN] Cerca de 500 adventistas participaram do primeiro treinamento sul-americano de Liberdade Religiosa neste sábado, 4 de junho. O evento, realizado no campus da capital paulista do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), deverá ser replicado em todo o Brasil e em outros setes países sul-americanos. A iniciativa do evento foi da área de Liberdade Religiosa da sede sul-americana adventista (Divisão Sul-Americana). Os participantes puderam aprender algumas estratégias para defender a liberdade de crença e culto na região onde moram. Participaram, também, líderes do departamento de Liberdade Religiosa de oito países sul-americanos.

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A Igreja Adventista tem sido protagonista na defesa da Liberdade Religiosa. A denominação tem integrantes nas cúpulas das principais entidades especializadas na defesa da Liberdade Religiosa, como na Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA), na Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania (ABLIRC), na Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE)  e em várias comissões que atuam na liberdade religiosa nas diversas regionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Essas instituições defendem a liberdade na escolha e exercício de qualquer fé, inclusive para os que não creem em Deus. A Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP tem, entre seus 37 integrantes, um advogado que representa os ateus, por exemplo. "A liberdade religiosa é imprescindível para a Igreja Adventista cumprir o seu propósito", afirma Damaris Moura, presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP.

Mudança de paradigma

Nos últimos anos, a Igreja Adventista realizou inúmeros fóruns e congressos para celebrar a Liberdade Religiosa no Brasil. No entanto, agora o foco da denominação em um contexto sul-americano se volta para treinar os adventistas na região para que eles possam defender a liberdade religiosa onde vivem.

"Este é o primeiro grande evento de capacitação para diretores de liberdade religiosa dos templos adventistas. Essa é uma mudança estratégica que prioriza uma atuação mais efetiva no nível local e depois iremos festejar essa atividade prática nos festivais de liberdade religiosa. Uma coisa sem a outra não funciona bem", explica o pastor Hélio Carnassale, líder de Liberdade Religiosa da Igreja Adventista para oito países sul-americanos.

Para defender a liberdade religiosa, os adventistas devem se aproximar de autoridades civis e religiosas. Esse relacionamento não deve ser interpretado como ecumenismo, pois em nenhum momento deve ser debatido crenças. De acordo com o pastor Carnassale, a aproximação de outros grupos religiosos deve visar a celebração e defesa do direito de fazer cultos e professar uma fé.

Intolerância religiosa

Apesar do Brasil ser considerado o país com menos restrições a Liberdade Religiosa, de acordo com ranking elaborado Pew Research, o país tem registrado dados que comprovam o aumento da intolerância religiosa. Nos últimos cinco anos, por exemplo, o Disque 100 teve um aumento de 3.706% nas denúncias relacionadas à intolerância religiosa.

No parecer da presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB/SP, Damaris Moura, o Brasil presencia uma "escalada da intolerância religiosa." A declaração foi feita na quinta, 2 de junho, durante a solenidade que celebrou os 10 anos da Comissão na qual Damaris lidera.

De acordo com o líder de liberdade religiosa da Igreja Adventista no Estado de São Paulo, Alcides Coimbra, a internet tem contribuído para difundir o discurso de ódio contra crenças. No ano passado, foi lançado um manifesto pelo fim da intolerância religiosa na internet que pode ser assinado aqui. [Equipe ASN, Lucas Rocha]