Estudantes dedicam férias para serviço voluntário em aldeia
Projeto Xerente foi realizado por estudantes voluntários do Instituto Adventista Brasil Central (IABC)
Tocantínia, TO… [ASN] Férias escolares são sinônimo de viagens, passeios, filmes, praia e muito descanso. Mas, para 45 estudantes do ensino médio do Colégio Adventista Brasil Central (IABC), esse período que antes era separado para satisfação pessoal, passou a ter outro significado após 10 dias na Aldeia do Salto, junto aos índios Xerentes ,em Tocantínia, localizada às margens do Rio Tocantins.
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O grupo participou do Projeto Xerente, promovido pela instituição e contou com a ajuda de 15 profissionais que serviram os nativos com seus dons e talentos. Com eles, 12 pais também se envolveram na ação. Para Euridéia Sabino, acompanhar o filho na missão fez diferença não só no relacionamento deles com Deus, mas também como família. “Quando nosso filho decidiu ir, eu e meu esposo percebemos que seria bom participar com ele da experiência, que seria algo novo para todos nós. Quando chegamos lá ficamos muito impactados com as condições que vimos. Eles têm necessidades básicas que precisam ser sanadas. Porém, o que mais chamou minha atenção é que eles são extremamente felizes com o que tem e como vivem”, recorda.
Serviços oferecidos
Os dez dias dedicados aos nativos foram de constante trabalho para que tudo fosse feito dentro do pouco tempo disponível. Organizados em equipes, todos os voluntários contribuíram para o êxito da missão. Segundo o pastor e coordenador geral, Samuel Bruno, a dedicação do grupo contagiou a comunidade e impressionou os indígenas. “As diversas ações atingiram as principais necessidades da aldeia, deixando a comunidade impressionada. Contudo, o que mais chamou a atenção dos alunos foi a amizade estabelecida entre eles e as crianças Xerentes. Mais do que as ações, o relacionamento com os nativos é o ponto mais significativo a destacar”, ressalta.
A equipe odontológica realizou palestras sobre técnicas de higiene bucal, tratamentos odontológicos, aplicação de próteses e restaurações. A colônia de férias foi prestigiada por 120 crianças e foram servidos 2.500 kits de lanches durante as programações diárias.
A coleta de lixo também foi realizada com sucesso e proporcionou um ambiente mais limpo e agradável.
A equipe de construção fez reparos em residências, reformou os banheiros da escola e construiu a sede da aldeia. Para o voluntário desta equipe, Tassio Carvalho, foi valioso observar a alegria dos nativos na inauguração do espaço. “Foi um prazer trabalhar na construção, pois além de levantar um centro comunitário foi muito gratificante ver na inauguração a felicidade deles por terem mais uma sombra para se refrescar em meio a tanto calor”, lembra o estudante.
Novo olhar
O voluntariado foi realizado entre os nativos, primeiro para servir o próximo, mas também para tirar os adolescentes da rotina e inseri-los em uma cultura totalmente diferente da que eles estavam acostumados. A aluna Amanda Saraiva afirma que participar do projeto foi como tirar uma venda dos olhos e enxergar uma realidade que não estava acostuma. “Percebi que somos ingratos e estamos sempre reclamando de tudo, enquanto isso eles são felizes com o pouco que tem. Para eles o importante é o carinho, o amor e a família, enquanto isso, nós damos mais valor às coisas do que às pessoas. Eu mais aprendi do que ensinei”, revela.
Continuidade do projeto
A Igreja Adventista de Miracema, comunidade próxima à aldeia, dará continuidade ao projeto acompanhando mensalmente e atendendo as necessidades dos índios. O colégio pretende retornar em 2017 para dar início a novas ações, que incluem o incentivo à agricultura familiar e cooperativismo.
Se depender da disponibilidade dos voluntários participantes, o retorno já é garantindo, assim como novos projetos de voluntariado. Quem participou deseja ir novamente, e quem não foi aguarda com expectativa pela próxima oportunidade, como o aluno do terceiro ano do ensino médio, Rubens Tibúrcio. “Quando cheguei no colégio e encontrei meus amigos da missão Xerente compartilhando experiências, eu fiquei com muita vontade de participar. Não vou deixar de viver a missão e nem perder a oportunidade”, declara.
Para motivar e preparar mais alunos para projetos futuros, o IABC está criando o Instituto de Missões, que oferecerá treinamentos ao longo do ano e organizará ações em outras localidades. [Equipe ASN, Aeny Layce e Ionara Wichinheski]