O Concílio da Área Feminina da Associação Ministerial (AFAM), da Associação Sul Paranaense, reuniu cerca de 70 esposas de pastores. O encontro foi realizado no Centro de Treinamentos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na cidade de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina, e teve como tema “Enquanto Ele não vem”, uma referência à volta de Jesus.

Na ocasião, além dos momentos de oração e estudo da Bíblia, foram apresentadas diversas palestras sobre saúde física e mental e a importância do autocuidado. Para abordar esses assuntos foram convidados palestrantes como a escritora, psicóloga e esposa de pastor, Michele Vasconcelos e a psicóloga e apresentadora, Haru Henklain.

Segundo a líder do departamento que cuida das esposas dos pastores, Rosinha de Oliveira, encontros como esse são uma oportunidade para que as participantes possam recarregar suas baterias espirituais, emocionais e físicas. “Elas precisam sair de suas rotinas, de dupla jornada, criação de filhos, tendo momentos somente para elas. Assim, estarão revigoradas para seguir suas atividades do dia a dia e especialmente, para contribuir na missão de salvar, em parceria com o esposo”, explica.

Capacitar, cuidar e motivar as esposas dos obreiros da igreja são algumas das atribuições da AFAM. Rosinha explica sua escolha para o encontro, que reuniu palestrantes que abordaram questões de saúde física e mental. “Acreditamos que quando gozamos de saúde física, teremos consequentemente uma mente limpa para nos conectarmos com o céu”, acredita.

Milagre compartilhado

Para a participante, Thaís Pinheiro, 30, o encontro foi muito importante. “Este concílio me lembrou o quanto sou amada e cuidada por Deus e pelas minhas amigas de ministério, e representou muito mais do que um final de semana fora de casa, mas muitos momentos de adoração e gratidão por ter sido escolhida para ser a esposa do pastor! Posição de grande honra e serviço”, destaca.

Ela é casada com o pastor Eduardo Pinheiro, 31 e é mãe de Catarina, 2. Thaís passou por muitos momentos difíceis nos últimos meses e compartilhou sua história no encontro. “Quando a Catarina completou 1 ano e dois meses, a levamos para tomar a vacina da meningite e de alguma forma me contaminei”, relembra. Depois de 4 dias de muita dor de cabeça, que não passava com medicamentos e 3 idas a um pronto atendimento, uma punção lombar detectou que ela estava com meningite bacteriana.

Foram 15 dias de internamento e isolamento. A família se mobilizou para ajudar com os cuidados da filhinha do casal. “Finalizei o tratamento e eu estava muito bem. No entanto, 7 dias depois comecei a sentir o lado esquerdo do corpo estranho. Com o passar do tempo ficou mais nítido que eu não sentia o frio, o calor e nem dor neste lado. Depois percebi a perda de força no lado direito. Não conseguia segurar o talher normalmente, correr e nem escrever”, conta.

A primeira hipótese a ser descartada foi a de que poderiam ser sequelas da meningite bacteriana. Uma outra possibilidade surgiu: Esclerose Múltipla.  Há 5 anos, Thaís soube que tinha propensão a doença e vinha realizando o acompanhamento. “Não apareceu nada no exame, porque não era o exame correto. No entanto, descobrimos outra coisa, um nódulo na minha tireoide” explica.

Em uma nova consulta, dessa vez, com o neurologista que a acompanha há 5 anos, o médico disse que possivelmente ela estaria tendo o seu primeiro surto de esclerose múltipla. Thaís foi encaminhada para novos exames que confirmaram a sua suspeita. Foram mais 7 dias de hospitalização para terapia.

“Finalizei o tratamento e voltei para casa ainda super mal, com todos os sintomas e uma dor de cabeça que durou exatos 7 dias devido a mais 2 punções lombares que tive que realizar. Não conseguia ficar em pé por sentir tanta dor”, continua.

Enquanto isso, o resultado da biópsia do nódulo saiu: câncer. Com o diagnóstico do tumor, ela não poderia iniciar o tratamento para a esclerose múltipla, pois precisava passar por uma cirurgia e iodoterapia e os 2 tratamentos não poderiam ser simultâneos.

A recomendação do endocrinologista era de que a paciente optasse por retirar toda a sua tireoide, apesar do nódulo estar somente do lado esquerdo. Thaís orou e entregou tudo nas mãos de Deus e pediu que a vontade Dele prevalecesse. No dia seguinte, o cirurgião a visitou e disse que havia retirado apenas metade da tireoide, juntamente com a lesão.

“Fui para casa e tive uma excelente recuperação, e quando voltamos ao cirurgião para retirar os pontos, tivemos uma grande surpresa, o nódulo era benigno! O médico comparou os dois laudos e ficou impressionado com a diferença entre os resultados. Um milagre”, comemora.

Como ficou com metade da tireoide, Thaís não precisa realizar reposição hormonal e pode ouvir do médico que está curada. Atualmente ela tem dado sequência ao tratamento de esclerose múltipla e segue uma vida normal, inclusive, pôde participar do concílio da AFAM onde testemunhou sobre o que Deus tem feito em sua vida.

A jovem esposa de pastor leva do concílio uma certeza: “Enquanto Ele não vem, devemos nos manter com os olhos firmes em Suas promessas e em Seu poder, mesmo que as coisas ao redor tentem nos desanimar” declara.