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Especial semana das mães - O princípio da renúncia

Preocupada com a educação do filho, Priscila abdicou da carreira profissional


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Priscilla Stehling segura seu primeiro filho, Pedro. A jornalista abdicou a carreira profissional para se dedicar à educação do filho

Priscila Stehling com seu filho Pedro. Rotina de jornalista foi um dos desafios durante a gravidez (foto: Henrique Gonçalves)

São Paulo, SP [ASN] Era outono quando um forte e estridente som anunciou em uma das salas de parto do hospital que ela veio ao mundo. Era tão pequenina e frágil, porém saudável, tinha pele alva e macia, olhinhos pequenos e ligeiros.

Após os procedimentos pós – parto, sua mãe a recebeu desejosa. E foi ali, envolvida nos braços maternos, que Priscilla Stehling encontrou o aconchego e a segurança que tanto precisava.

Ainda bebê, sua serenidade excessiva trazia tranquilidade, mas por vezes, colocava a mãe em alerta. Havia momentos em que a senhora Edilene corria até o berço para se certificar de que o seu pequeno e encantador presente estava bem.

Priscilla desfrutou a infância com a disposição de uma criança em pleno vigor da vida. Ela aproveitava o tempo, sem se preocupar com o tempo, com nada. Em suas brincadeiras, segurava em seus braços longos e delgados da sua boneca. Enquanto se divertia, ao se colocar no papel de mãe, mesmo sem saber a essência do que essa palavra tão curta representa, ela cuidava daquele objeto com todo amor e proteção.

De menina a mulher

Ao longo dos anos, o corpo e os pensamentos, próprios de criança, foram dando lugar a contornos de mulher e a expectativas de vida, a sonhos. Inevitavelmente, as responsabilidades foram surgindo, o que a fez amadurecer e conhecer o novo, tomar decisões, ser independente. Por nascer em um lar cristão, ela sempre buscava os princípios bíblicos para compor o seu estilo de vida.

Quando jovem, em suas orações, ela pedia a Deus um homem para ser seu esposo e constituir uma família. Foi em um Colégio interno que o seu pedido foi atendido. Priscilla estudava Jornalismo e lá conheceu Henrique, aluno de Teologia. Mesmo estando no mesmo local, eles não se viam constantemente.

O interesse em conhecer mais sobre o outro, em descobrir afinidades foi aumentando. E nesse misto de conquista, veio o friozinho na barriga, a troca de olhares e o primeiro beijo. Com o tempo, os sentimentos se tornaram mais fortes e o desejo de ter um ao outro convergia a um pensamento: o casamento.

O dia tão esperado chegou. Lá estava Henrique, pronto, esperando ansioso a noiva, a mulher com quem viverá eternamente uma história de amor e de entrega. E em resposta à sua espera, em questão de instantes, a noiva entra radiante, porta adentro para fazer companhia ao seu amado.

Naquele momento não havia como expressar tamanha euforia. Com olhos fixos um ao outro, Priscilla e Henrique convictos de suas escolhas dizem SIM à nova vida e firmam um compromisso perante Deus e todos o que estavam presentes na cerimônia.

De mulher a mãe

No terceiro ano de casados, veio a confirmação da gravidez. Nos primeiros meses ela passou pela fase do enjoo, comum durante a gestação. No entanto, por conta de uma complicação no útero, os cuidados tiveram que ser redobrados.

À medida que o bebê ia se desenvolvendo, Priscilla vivenciava a experiência gradativa da transformação em seu corpo e em sua mente. O aumento do abdômen e do quadril, o inchaço das mamas, das pernas, os efeitos hormonais em sua pele, a falta de ar, o emocional. Todas essas e outras mudanças a lembravam que em seu ventre estava um pequeno ser, até então desconhecido. A sensação era estranha, mas era tão bom tê-lo. Por conta dessa ligação direta e profunda, o sentimento de amor desabrochou como uma rosa que se abre para o mundo e exala seu perfume.

Acompanhar o crescimento do filho ainda como um pequeno embrião foi uma experiência marcante, emocionante. Ouvir pela primeira vez o coração acelerado, sentir o primeiro movimento involuntário. Ter a companhia dele em todos os momentos, a fez se apegar ainda mais a quem ela reservou o nome de Pedro Henrique.

Renúncia pelo filho

Priscilla Stehling segura seu primeiro filho, Pedro. O que na infância não passava de uma brincadeira, na vida adulta se tornou a principal preocupação

Priscilla Stehling segura seu primeiro filho, Pedro. O que na infância não passava de uma brincadeira, na vida adulta se tornou a principal preocupação (foto: Henrique Gonçalves)

Mesmo com limitações – neste período ela acabou desenvolvendo diabetes gestacional - Priscilla não fugia à luta. Sua rotina de trabalho era muito intensa. Por vezes ela chegava ao local de trabalho exausta, mas respirava fundo e prosseguia. Conforme o passar dos meses, o primeiro filho de Priscila anunciava que sua vinda ao mundo estava próxima.

Chegou o momento em que não dava mais para conciliar a gravidez e o trabalho. Faltava um mês para o nascimento do Pedrinho, quando, após uma conversa com seu esposo, Priscilla tomou uma decisão. Por mais que amasse a profissão, o espírito materno falou mais alto.

No dia 22 de dezembro de 2013 as contrações vieram. Após o rompimento da bolsa, Priscilla foi levada ao hospital e Pedro nasceu. Em instantes ele estava lá, saudável, nos braços firmes e esperançosos de uma mãe - repetindo o gesto do que anos antes não passava de uma brincadeira de criança - que passou pelas dores do parto e aguardava a chegada de seu filho.

Para alguns, a escolha de abdicar o trabalho para dedicar o tempo integral ao filho foi insana, mas a renúncia temporária para Priscilla foi incontestavelmente a decisão mais certa. O fato de estar com o filho, de acompanhar o desenvolvimento dele, especialmente nos primeiros anos de vida, será um desafio e um grande aprendizado para ela. Com certeza esta nova ocupação lhe tomará tempo e esforços.

Hoje ao olhar para o rostinho meigo e encantador de seu filho - tão dependente de seus carinhos e cuidados - ela entende que foi por amor, e amor incondicional que ela aprendeu sobre princípio da renúncia. [Equipe ASN, Danúbia França]