Equipe do Colégio Adventista de Fortaleza homenageia moradoras de rua
Ação fez parte das atividades do Dia Internacional da Mulher
Fortaleza – CE [ASN] Em todos os países, O Dia Internacional da Mulher é marcado por diversas atuações como paralisações, debates e homenagens. No entanto, funcionários do Colégio Adventista de Fortaleza (CAF) marcaram a data propiciando momentos de acolhimento e atenção às mulheres em situação de rua. A iniciativa aconteceu na noite da última quarta-feira (8), na praça do Ferreira.
A coordenadora geral da escola, Sara Oliveira, contou que durante o dia foram realizadas atividades com os estudantes, mas que o desejo era ir além das comemorações feitas costumeiramente. “Recebemos as mães e as alunas com lembranças e mensagens de carinho. Também fizemos homenagens na comunidade vizinha. No entanto, planejamos com a equipe de colaboradores de não ficarmos apenas em torno da escola. Precisaríamos alcançar as mulheres mais desfavorecidas, levar-lhes esperança,” afirmou.
Cerca de 4.500 pessoas vivem nas ruas da capital cearense. O cenário apresenta-se ainda mais preocupante, pois as casas de acolhimento suportam apenas 70 pessoas por dia. Os dados são da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra), órgão da Prefeitura de Fortaleza. Para o pastor do CAF, Gabriel Melo, a instituição tanto é para o corpo estudantil, quanto para a sociedade. “A escola deve atuar onde as pessoas precisem ser cuidadas. Nos preocupamos com aqueles que vivem sozinhos, sem perspectiva de futuro,” pontuou.
Além de distribuírem kits de higiene, lanches e livros missionários, a equipe preparou músicas que ressaltassem o valor e a preciosidade da mulher, sobretudo para Deus. A coordenadora, Flávia Ross, explicou que o ato faz com que essas mulheres se sintam lembradas. “Vemos tantas mulheres felizes, com conforto, podendo ter tudo que desejam, recebendo tantas demonstrações de amor. Por que não homenagear mulheres que não têm isso no dia a dia?,” salientou.
A jovem Claudiana Oliveira frequenta a praça há dois anos e relatou a dureza de sobreviver nesse ambiente. “A vida aqui é muito cruel. Tem dias que não temos comida, roubam nossos objetos, vivemos uma batalha. Não tínhamos recebido nenhuma homenagem, por isso eu gostei muito do gesto. Trouxeram comida, foram atenciosos e demonstraram que queriam cuidar da gente. Hoje posso dormir tranquila,” declarou.
Aproximadamente duzentas pessoas receberam os brindes. Embora a data fosse destinada às mulheres, as crianças e os homens que estavam no local também foram presenteados. Conforme o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2012, existem no Brasil cerca de 1,8 milhão de moradores/as de rua, um percentual de aproximadamente 0,6 a 1% da população. Por diversos motivos, essas pessoas habitam em um território sem proteção e estão constantemente sujeitos a atos violentos, especialmente as mulheres por serem mais vulneráveis. [Equipe ASN, Cida Silva]