Existem dois modos básicos relacionados ao hábito de ler. Evidentemente que, aqui, trata-se de uma análise mais simples sobre tipos de leitores e de leitura. Há os que leem de forma superficial, trivial, rasa, o que lhes proporciona uma noção sobre um determinado tema ou assunto. É quando a pessoa passa os olhos e até consegue apreender boa parte do conteúdo lido. Mas não vai além disso.

O outro tipo de leitura é a que produz uma visão crítica e reflexiva acerca do conteúdo. É o momento em que o leitor imerge no texto, aprofunda-se e, por fim, muda percepções, pensamentos e até a forma de agir. Pois recomendo que a leitura do mais recente livro do pastor Josanan Alves, intitulado Primeiro o Reino, seja objeto desta leitura mais demorada, que conduz à reflexão.

Para ler e reagir

Nas 119 páginas desta obra editada pela Casa Publicadora Brasileira (CPB), bem escritas e com pensamento adequadamente claro em seu propósito, o autor estabelece uma jornada para a autoanálise espiritual. Com a finalidade de explicar aos leitores que é possível ser um verdadeiro adorador de Deus, compreendendo lições profundas no texto bíblico. Os 21 capítulos partem de uma história pouco explorada, porém marcante, presente nos evangelhos de João (capítulo 8) e Marcos (capítulo 12): a oferta da viúva pobre.

Trata-se do relato sucinto de uma mulher muito pobre que faz uma doação de tudo o que possuía, no gazofilácio do templo, enquanto é observada por Jesus. Suas duas moedas, de valor monetário insignificante, representaram uma consciência de reconhecimento a Deus em um nível muito superior aos dos demais doadores. Assim a narrativa é exposta pelos evangelistas.

Josanan Alves, no entanto, não se limita a contextualizar o episódio e fazer aplicações para a vida religiosa atual. Ele oferece, a cada capítulo, a oportunidade de o leitor reflexivo cavar mais fundo o conhecimento dos temas presentes na abordagem, além de reagir escrevendo suas impressões e falando de seus desafios e propostas de mudança de vida.

Dependência completa

E quais são as temáticas abordadas no livro? Várias delas, todas extremamente essenciais em tempos de profundo culto ao egoísmo, mas podemos destacar pelo menos três. A primeira é a necessidade de dependência completa de Deus para que tenhamos um profundo senso de gratidão em relação a quem nos deu tudo e a quem pertencemos como filhos.

Outro aspecto importante, bastante ressaltado no livro, tem a ver com a entrega total da vida, da influência, dos recursos, ou seja, do próprio eu a Deus. As ideias de abnegação e renúncia aparecem bem destrinchadas e se tornam visíveis para quem lê o livro e compreende a profundidade dos ensinamentos contidos no relato da humildade mulher ofertante no templo.

É igualmente essencial compreender que o livro aponta para a relevância de uma fidelidade integral a Deus. O autor trabalha com força a ideia de cristãos movidos por princípios e decididos individualmente e conscientemente a serem administradores leais diante de um Deus que se sacrificou para garantir salvação às pessoas.

Experiências compartilhadas

O livro propicia uma leitura agradável e dinâmica, contém experiências pessoais do autor, que já atua há vários anos em uma área conhecida como Mordomia Cristã. É justamente o ministério adventista encarregado de ampliar o conceito de desenvolvimento espiritual segundo uma vida fiel e totalmente dependente de Deus.

Valerá muito mergulhar em cada palavra, cada expressão, cada ensinamento contido em Primeiro o Reino. O desejo de Alves é, como ele mesmo expressa no final da obra, que “minha oração sincera é que todas as pessoas que entrarem em contato com este livro possam neste momento dizer: ‘sou completamente teu, Senhor. Tudo o que tenho e sou pertence a Ti e sempre estará à Tua completa disposição. Se em algum momento eu decidir entre fidelidade e segurança, por favor, me lembre que não há segurança no caminho da infidelidade”.

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Primeiro o Reino é parte do projeto Buscando Primeiro o Reino, realizado nos templos adventistas locais. Também está disponível no site da Casa Publicadora Brasileira (CPB).