Entender seus hábitos é a chave para atingir metas
Psicólogas explicam como o cérebro entende a rotina e dão dicas sobre como inserir novas atividades no dia a dia.
O começo de um novo ano geralmente conta com a definição de novas metas. Com a mudança no calendário, a tendência é fazer uma análise do que passou e definir objetivos para o próximo ciclo anual. No entanto, colocar esses planos em prática pode ser uma tarefa difícil, já que é preciso transformá-los em hábitos.
Segundo explica a psicóloga Keury Bontorin, os hábitos são maneiras, regras, crenças e formas de agir que a pessoa executa várias vezes. “São comportamentos que se repetem”, resume.
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Na formação desses costumes, a visão de uma pessoa sobre ela mesma, suas capacidades, valores e autoestima é determinante para atingir um objetivo, avalia a profissional. A partir dessas opiniões sobre o próprio indivíduo é que vem a determinação, ou não, para adquirir um novo hábito.
Esses “freios” são chamados de crenças limitantes. Isto é, aquelas verdades que se julgam absolutas sobre uma pessoa. “Não sou bom com números, então não consigo fazer investimentos financeiros” ou “não sei cantar, então nem adianta tentar aprender algum instrumento” são alguns exemplos.
Processo gradual
De acordo com Keury, é importante fazer a mudança aos poucos. “Avaliar o que precisa ser mudado, o que não é saudável, e não mudar tudo de uma vez”, adverte. Ela ainda reforça que o corpo humano busca estabilidade. Sendo assim, a mente trabalha contrária à decisão, caso o processo não seja gradual.
A psicóloga Camila Gadelha pontua que o ser humano tende a temer a mudança, por isso, mesmo que o comportamento seja nocivo, o indivíduo não se esforça para mudá-la. É como se define a auto sabotagem. “A gente cria certas lógicas para permanecer no mesmo lugar, então vai encontrando coisas que vão reafirmando essas crenças”, sublinha.
Ferramentas
Quando se pretende incluir um novo costume, é necessário avaliar a rotina e desenvolver estratégias. Agendas e planejamentos podem ajudar nesse processo. Se o trabalho ou estudo ocupam parte do tempo, escolha as janelas de horários para as novas atividades.
Para avaliar o progresso, estabeleça metas possíveis. Não queira se tornar um maratonista em duas semanas, mas inclua atividade física regular, por exemplo. Anote esses objetivos e os tenha à mão.
Um calendário em que possa marcar os dias em que realizou o novo hábito também pode ser uma ferramenta importante. Isso estimula o cumprimento das atividades. Para isso, pode-se usar o papel, agenda ou mesmo um aplicativo no celular.
“É preciso entender que o começo será maçante até se acostumar com essa nova maneira de fazer, ser ou ter coisas na vida”, reforça Camila. A psicóloga diz ainda que a mudança precisa fazer sentindo para o indivíduo. É necessário acreditar que esse novo hábito será benéfico para o estilo de vida pretendido e só então será incorporado à rotina.