Enchentes no Rio Grande do Sul: Solidariedade e esperança em meio à tragédia
Famílias atingidas pelas chuvas enfrentam desafios e encontram apoio na comunidade adventista
O Rio Grande do Sul viveu um mês de maio marcado por intensas chuvas, que resultaram em enchentes devastadoras em várias regiões do Estado. As precipitações foram muito acima da média histórica, levando rios a transbordarem e causando danos generalizados. Muitos moradores enfrentaram o desafio de salvar seus pertences e garantir a segurança de suas famílias.
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Entre as inúmeras histórias de superação, destaca-se a da família do Marcel. Ele, sua esposa Daiana e sua filhinha Lauren são residentes do bairro Sarandi em Porto Alegre, uma das áreas mais afetadas.
Marcel e Diana, recentemente reintegrados à comunidade adventista, pediram ajuda ao pastor Janeylson e à comunidade da igreja local, em um momento de aflição, quando as águas começaram a invadir sua casa.
Em resposta ao apelo de Marcel, o pastor e voluntários da igreja mobilizaram-se rapidamente. Mesmo com as águas ainda não tão altas naquele momento, conseguiram salvar muitos dos pertences da família.
As chuvas que atingiram o Estado em maio causaram grandes perdas. De acordo com dados do governo estadual, milhares de famílias perderam tudo, desde móveis até documentos importantes. A destruição de casas e infraestruturas deixou muitos desabrigados e dependentes de ajuda humanitária.
Apesar das dificuldades, muitas famílias têm se unido para ajudar umas às outras. Em diversas comunidades, a solidariedade se tornou uma constante, com pessoas oferecendo abrigo, comida e apoio emocional aos que mais precisam.
Esse é o exemplo do senhor Godoy e seus dois filhos. Em um único dia, eles auxiliaram no resgate de cerca de 400 pessoas. Enquanto um dos filhos operava uma máquina, o veterano Godoy ajudava a retirar os resgatados para lugares secos e seguros às margens da rodovia. "Somente nesta pequena vila com um único jet ski resgatamos cerca de 400 pessoas, num único dia", relatou Godoy.
Outras motos náuticas tentaram ajudar, mas desistiam ao enfrentar a perigosa passagem sob a ponte. Mesmo sozinhos, Godoy e seus filhos continuaram a resgatar pessoas. "Cada salvamento, uma emoção. Na nossa casa em Canoas acolhemos inicialmente 19 pessoas, depois foi para 24. Tudo pela honra e glória do Senhor. Nossa gratidão ao Pai Celeste por nossa família ter os meios para auxiliar outras famílias", agradece Godoy.
Quando não havia mais pessoas a serem resgatadas, Godoy e seus filhos se dedicaram a entregar comida, colchões e água onde fosse necessário.
Enquanto a reconstrução continua, a jornada de Marcel, Diana, Lauren e da família Godoy destaca o poder da comunidade em tempos de crise. "A ajuda que recebemos da nossa igreja e da comunidade foi fundamental. Sem eles, não teríamos conseguido salvar nossos pertences e manter nossa esperança", disse Marcel.