Empreendedorismo movimenta Colégio Adventista de Itaboraí
Alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio apresentarão o resultado de seus trabalhos. As salas de aulas serão transformadas em lojas para a apresentação dos produtos. Creme dental, sucos, confeitaria, restaurante de massas e até uma fábrica...
Por Marcely Seixas
Com a incertezas sobre os rumos da economia e de como as vagas de empregos formais irão se comportar no futuro, promover o empreendedorismo desde a infância entre os brasileiros pode ser um caminho para garantir o trabalho para as próximas gerações.
Seguindo a orientação nacional da Rede Adventista de Educação, que propôs que o tema da edição de 2018 da tradicional Feira de Ciências fosse o Empreendedorismo, o Colégio Adventista de Itaboraí (CAIT), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, realizou, no último dia 21, a Feira de Empreendedorismo. O sucesso foi tanto, que havia filas nas portas das salas formadas por pessoas que queriam conhecer os trabalhos dos alunos e, para quem foi de carro, foi difícil encontrar uma vaga para estacionar no entorno do colégio.
O evento teve como objetivo trabalhar de forma interligada as diversas disciplinas do currículo escolar e, ainda, promover o interesse dos alunos em empreender. Para alcançar essa meta, professores e alunos escolheram temas que pudessem unir o estudo das ciências exatas, humanas e biológicas a uma proposta de negócio. Os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental, por exemplo, apresentaram ao público um creme dental produzido por eles mesmos. No laboratório de Química, eles utilizaram Aloe Vera, Menta e outros ingredientes para produzir o creme dental. Na aula de Artes, eles criaram a embalagem. Já as aulas de matemática foram utilizadas para verificar os custos e a margem de lucro possível com a venda do produto. Dessa forma, com apenas 8 anos, eles já tiveram acesso a um universo de informações e podem ter a oportunidade de tomar gosto por empreender.
Já as turmas do 3º ano do Ensino Médio resolveram transformar o pátio da escola em dois charmosos restaurantes: o 3000 e Uma Massas, em alusão à turma, com cardápio de pizzas e massas, e o Goumet, com serviço completo e receitas com ingredientes selecionados e até música ao vivo. Os pratos foram vendidos de verdade durante a feira. Dessa forma, eles já vivenciaram o ambiente comercial ali mesmo.
Houve "lojas" de sucos, confeitaria, brinquedos reciclados, sabonetes, biscoitos, entre outros. Para atrair a clientela, os novos empreendedores utilizaram brindes como iscas. A Petlândia, pet shop criado pelos alunos 1º ano do Ensino Médio, oferecia um peixinho para os visitantes e, pelo tamanho da fila para entrar no estande, a estratégia funcionou. Já os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental ofereceram degustação de sucos naturais a quem passase por lá. O resultado foi um clima descontraído nos corredores e pátio da escola, com grande interesse em trocar conhecimento e conhecer os trabalhos das turmas.
Para o professor Robledo Moraes, diretor da unidade escolar, incentivar o empreendedorismo, ao mesmo tempo em que o conhecimento acadêmico é trabalhado, faz parte do objetivo que a escola tem de focar no processo de Educação do aluno de forma integral.
“É muito mais interessante para o aluno, quando ele estuda uma disciplina, quanto ele entende para que ela serve e consegue aplicar sua utilidade na prática. Além do mais, com a instabilidade econômica do país, empreender se torna mais que uma opção, uma necessidade”, afirma.