Educadores aprendem sobre o dilúvio bíblico em visita ao Grand Canyon
Reunião buscou fortalecer visão criacionista de participantes de todo o mundo.
Utah, Estados Unidos... [ASN] Cerca de 400 líderes, educadores e cientistas adventistas de todas as partes do mundo passaram dez dias juntos no sul de Utah (EUA) para participar de um congresso internacional sobre Bíblia e ciência, promovido pelo departamento de Educação da sede mundial da Igreja Adventista. Em meio a uma agenda intensa de palestras e painéis de discussão, nos dias 15 a 24 de agosto, os congressistas visitaram parques geológicos da região para conferir de perto os indícios de uma catástrofe global.
O grupo foi orientado por estudantes e professores de ciências naturais da Universidade de Loma Linda e por pesquisadores do Geoscience Research Institute, uma organização de pesquisa criacionista também mantida pela Igreja Adventista. Os participantes andaram por trilhas, fotografaram e observaram as formações rochosas.
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A grandiosidade do parque e sua riqueza geológica intrigam cientistas evolucionistas e criacionistas. Para o primeiro grupo, o Canyon foi cavado pelo Rio Colorado ao longo de muito tempo, ponto de vista que reforçaria um processo evolutivo gradativo da vida na Terra. Por outro lado, os criacionistas acreditam que o Canyon foi formado em pouco tempo e há alguns milhares de anos, durante um fenômeno geológico global, na Bíblia identificado como dilúvio.
Segundo esse grupo, os pontos de contato das camadas geológicas não apresentam erosão significativa, o que seria esperado de rochas que supostamente foram sobrepostas ao longo de milhões de anos. Os criacionistas também argumentam que hoje se pode observar a erosão em pequena escala causada por rios, mas não em proporções gigantescas como no Grand Canyon. Com 446 km de extensão, 29 km de largura e 1.600 metros de profundidade, o parque é uma das sete maravilhas naturais do mundo.
Educação criacionista
Além de conhecer algumas trilhas da borda norte do Canyon, os educadores visitaram no sábado, dia 16, o Zion National Park, formação geológica mais recente do que o Grand Canyon e que, segundo os criacionistas, também remonta ao tempo do dilúvio. No encontro, a América do Sul foi representada por quase 50 profissionais das áreas administrativa, educacional e de comunicação.
Reunidos num centro de eventos na cidade de Saint George, no sul de Utah, os congressistas acompanharam palestras nas áreas de teologia, filosofia da ciência, genética, geologia, paleontologia e ecologia. Boa parte das palestras apresentadas foi baseada em pesquisas de campo elaboradas pelos expositores, como o espanhol doutor Raul Esperante, que falou sobre seus estudos a respeito de fósseis de baleias no Estado do Wyoming; e o doutor Stephen Dundar, que descreveu um pouco de sua pesquisa com tartarugas em Honduras.
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No último dia do congresso, 24 de agosto, as palestras abordaram alguns aspectos éticos da crença na criação, como o cuidado com o meio ambiente e o consumo de carne animal. Na ocasião, os educadores conheceram o livro Entrusted: Christians and Environmental Care, a primeira coletânea de artigos acadêmicos sobre ecologia escrita de uma perspectiva adventista.
No mesmo dia à tarde, o líder mundial da Igreja Adventista, pastor Ted Wilson, apelou para a consagração dos educadores, lembrando o grupo de sua nobre missão. "Não seja relutante em se posicionar ao lado da verdade de Deus", insistiu o líder que, no início do evento, havia dito que os professores que não creem na criação não deveriam lecionar em escolas e universidades adventistas.
Depois de relatar a conversão de uma garota, como fruto da Educação Adventista, Wilson falou sobre a importância da influência pessoal dos professores sobre os estudantes. “Como educador, você precisa dizer que você e sua casa servirão ao Senhor”, concluiu o líder. A cobertura e análise completa deste evento está disponível na Revista Adventista de outubro. [Equipe ASN, Wendel Lima]