Dia para todas as mães: biológicas e de coração
Mães e filhos, biológicos e de coração: uma relação de amor admirável para o mundo
Por Fabiana Lopes
Atualmente, o número de pessoas interessadas em adotar é doze vezes maior que a quantidade de crianças disponíveis para adoção. Ainda assim, muitas delas passam a vida em abrigos públicos, sem um lar.
De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, existem 4.881 crianças cadastradas para adoção no país. Dessas, 3.206 (65,68%) têm irmãos. No entanto, entre os 40.306 brasileiros interessados em adotar, 26.556 (65,89%) não querem crianças com irmãos. Os dados mostram o descompasso histórico entre o perfil desejado de futuros pais diante dos futuros filhos adotivos. (Fonte: Correio Braziliense)
Já foi o tempo em que se dizia que o sonho de toda mulher que se casa era ter filhos, ser mãe. Diante da realidade atual, muitas mulheres em busca da realização profissional ou acadêmica, deixam de lado a maternidade. Algumas, porém, tem este sonho interrompido por uma questão de saúde e a adoção passa ser a única opção para se tornar mãe.
Café da manhã especial a mães mostra novos talentos de filhos biológicos e de coração
Em comemoração ao Dia das Mães, que acontece neste domingo (13), a sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia na região sul do Rio de Janeiro organizou no início da manhã de hoje uma comemoração especial às mães que são servidoras e demais funcionários. Com um café da manhã disposto numa mesa especialmente para elas, cada uma recebeu um envelope com a carta de seu filho ou filha, que foi lida ao final do programa.
Cada parte da programação foi realizada por um filho. Lucca de França Bettero Valle (10) fez a primeira oração e deixou os pais, Antônio Bettero e Jackeline, que trabalham juntos na sede, emocionados. “Ele é muito tímido, eu nem acreditei que ele aceitou orar em público. Em casa temos o costume de orar em nosso culto familiar e ele tem o dia de fazer sua oração. Vê-lo orar aqui hoje me deixou muito feliz, pois mostra seu crescimento e desenvolvimento espiritual, sua superação de limites, no caso, a timidez, e sua comunhão com Deus”, relata Jackeline França.
Livia Pacheco trabalha no setor de cobrança escolar da sede e sua filha mais velha, Luiza Couto (15), participou com a primeira música especial. As duas não podiam se olhar, pois a letra fugia dos lábios da adolescente. “Os ensaios foram na madrugada para minha mãe não desconfiar”, revela Luiza.
“Foi uma surpresa gostosa. Eu me emocionei muito pois eu aprendi a amar de verdade depois de ser mãe. Costumo dizer que o amor de mãe é aquele dói, é um amor que não cabe no peito. Dói quando o filho está doente, quando a gente liga e ele não atende, quando acompanhamos as desventuras amorosas da adolescência. No meu caso, estou passando por três fases ao mesmo tempo e apesar do desafio, ser mãe é gratificante”, comenta Livia, que também é mãe de Grasiela (13) e Heitor (3).
Mães de coração
Celia Valentina precisou passar por uma histerectomia (retirada do útero), no seu primeiro ano de casada, por causa de um mioma. Ela e Luiz, seu esposo, passaram seis anos sem crianças em casa, e no sétimo ano de casada veio o desejo pela adoção de um filho.
Luiz Felipe foi adotado em 2003 com apenas alguns meses de vida. Hoje, durante a comemoração, ela teve a surpresa de vê-lo fazendo a mensagem principal e para ela, "foi uma surpresa e uma realização pessoal como mãe".
“Ele já tinha feito uma pregação quando mais novo com a minha ajuda, mas hoje ele fez tudo sozinho, pois era uma surpresa especialmente para mim. Foi uma emoção enorme vê-lo falar diante de funcionários e pastores. Meu sonho sempre foi ver meu filho desenvolvendo seus talentos para Deus, e estou vendo este sonho ser realizado. Quando ele desenvolve seus talentos para Deus, vejo que estou conseguindo cumprir meu papel como mãe e isso me enche de alegria”, descreve Celia.
Outro momento emocionante foi uma música especial cantada por Raquel Prestes (15), sobrinha do pastor Alexandre e Fabiana Lopes. “Ela mora conosco há um ano e cinco meses, e tem sido uma experiência desafiadora. Temos três filhos, que são adolescentes como ela, mas eles estão fora de casa estudando, um na UAP - Argentina e os outros dois em Petrópolis, no IPAE”, diz o pastor Alexandre.
“Foi muito difícil para a Raquel cantar parte de uma música para as mães. O fato de ela ter perdido a sua aos 7 anos de idade, deixou marcas que, imagino, nada conseguirá apagar. Eu e meu esposo temos dado o amor e carinho que ela merece e precisa, além dos puxões de orelha, de vez em quando. Estamos juntos lidando com várias experiências novas. Nossos três filhos, Victor Bruno (19), Millena (17) e Matheus (15) não estavam aqui nesta comemoração, mas a filha de coração, Raquel, estava e foi emocionante cantar junto com ela”, pronuncia Fabiana.
Cada mãe ao final, assistiu um vídeo com fotos de seus filhos, leram suas cartas e ganharam um presente da sede administrativa, Associação Rio Sul. Todas as fotos deste evento estão no Facebook Adventistas Rio Sul.