Dia mundial sem carne: dicas práticas para substituir o consumo e melhorar a qualidade de vida
Estudantes do curso de nutrição da Faculdade Adventista da Bahia organizam e-books com receitas práticas e acessíveis sem carne.
O dia mundial sem carne é celebrado desde 1985 através de uma iniciativa da ONG FARM (Farm Animals Rights Movement) e incentiva debates sobre o cuidado com o meio ambiente, direito dos animais e objetiva levar a população a repensar o consumo dos alimentos de origem animal.
A falta de informação é um dos motivos que interferem na adoção de hábitos saudáveis, especialmente no que diz respeito ao consumo de alimentos que trazem maior benefício a saúde. Pensando nisso, os alunos do curso de nutrição da Faculdade Adventista da Bahia-Fadba, acompanhados por professores da área, desenvolveram três e-books com receitas fáceis e acessíveis para substituir a proteína animal e possibilitar um cardápio mais saudável e rico.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), a produção de carnes representa parcela significativa das emissões de gases estufa no planeta, além de contribuir para o desperdício de água e o desmatamento. A associação aponta que, sem o consumo de proteína animal por um dia, 11 kg de gás carbônico deixariam de ser liberados na atmosfera, 60 litros de água seriam economizados e 24 mil metros quadrados de terra seriam poupados.
Entendendo os conceitos
O vegetarianismo é a escolha alimentar que envolve a retirada de quaisquer tipos de proteína animal e produtos que contenham carne na composição, incluindo peixes, embutidos e gelatina.
A alimentação vegetariana possui algumas vertentes: o ovolactovegetarianismo, quando a pessoa exclui as carnes, mas mantém os ovos e laticínios na dieta; o lactovegetarianismo, quando exclui carnes e ovos, mas mantém o consumo de leite e derivados; o ovovegetarianismo, quando exclui carnes, leite e derivados, mas mantém o consumo de ovos; e o vegetarianismo estrito, quando há a exclusão de todo e qualquer alimento que seja de origem animal (carnes, ovos, leite e derivados, mel) ou substâncias que sejam extraídas de animais (corantes).
Já o veganismo, de acordo com a definição da Vegan Society, é um modo de viver que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais, e não se restringe apenas à alimentação, ampliando-se também para o vestuário e outras esferas do consumo, como produtos de higiene, limpeza, cosméticos, entre outros.
Existe também o flexitarianismo, formado por pessoas que buscam seguir uma alimentação flexível e substituir a proteína animal por outras alternativas algumas vezes na semana.
De acordo com uma pesquisa do The Good Food Institute com o IBOPE, o percentual desse grupo saltou de 29% (2018) para 50% (2020).
Vegetarianismo no Brasil
Uma pesquisa realizada pela SBV com o IPEC em 2021 mostra que 46% dos brasileiros já deixam de comer carne ao menos uma vez na semana por vontade própria. Já o público que se declara vegetariano, de 2012 para 2018, cresceu 75% de acordo com uma outra pesquisa realizada pela SBV.
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A escritora norte americana Ellen G. White, no livro Conselhos sobre regime alimentar, acrescenta que os cereais, frutas nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido pelo Criador e que esses alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível são mais saudáveis, nutritivos e proporcionam força, vigor e resistência de que precisamos.
O que comer em um dia sem carne?
Os e-books* desenvolvidos por alunos de nutrição da Fadba apresentam possibilidades para as diferentes refeições, começando pelo livro: “Café da manhã saudável“, a proposta é te ajudar a começar o dia da forma mais nutritiva e completa.
Já o livro “Sem tempo para comer“, oferece possibilidades com base em um perfil nutricional traçado a partir dos estudantes da instituição, mostrando receitas acessíveis e rápidas.
Para contextualizar as informações sobre dietas e formatos, o livro “Dieta baseada em plantas“ apresenta gráficos e dados gerais sobre as diferentes opções de alimentação e oferece sugestões práticas.
No dia a dia, é possível ter acesso a vários alimentos que são fonte de proteína de origem vegetal para incluir nas refeições, substituindo de forma saudável o consumo de produtos de origem animal. Entretanto, o consumo de carne vai bem além, pois envolve hábitos sociais, uma reeducação alimentar, mudanças no estilo de vida e mentalidade. No caso de optar por seguir uma alimentação vegetariana ou vegana, é recomendado procurar um profissional, como o nutricionista, para obter acompanhamento ao longo do processo.
A Faculdade Adventista da Bahia realiza trabalhos com a comunidade através de pesquisas, conscientização, atendimento na clínica escola, feiras de saúde e projetos abertos ao público. Neste ano, com o início do curso de gastronomia, as propostas tendem a ser ainda mais abrangentes e alcançar mais pessoas.
*Para fazer o download do e-book basta clicar na imagem correspondente.