Desafio Superação mobiliza mais de 36 mil pessoas pela saúde e prevenção
Nesta edição, mais de 27 instituições foram beneficiadas, alcançando cerca de 5.500 mulheres em tratamento oncológico

O Desafio Superação chegou à sua sexta edição mobilizando mais de 36 mil pessoas em prol da saúde feminina. Realizado no dia 5 de outubro, o evento é promovido pelo projeto Missão Mulher, da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Sudeste, e reuniu participantes em atividades de caminhada, corrida e ciclismo. Criado em apoio à campanha Outubro Rosa, a iniciativa hoje ultrapassa fronteiras, com adesões em diversos estados brasileiros, além de participantes nos Estados Unidos e em países da Europa.
Homens, mulheres, jovens e crianças se uniram em prol de uma mesma causa. “Além da conscientização e de promovermos o cuidado com a saúde, também incentivamos os participantes a ajudar outras pessoas a se superarem, especialmente as mulheres em tratamento contra o câncer”, afirma Ester Leal, coordenadora do projeto.
Os valores arrecadados com as inscrições são revertidos em diferentes formas de apoio a mulheres que enfrentam o câncer, como com cestas básicas, lenços, perucas e outros itens. Somente neste ano, 27 instituições foram beneficiadas, alcançando cerca de 5.500 mulheres em tratamento.
Ações que inspiram
Em Belo Horizonte (MG), foi organizado um espaço para doação de cabelo em parceria com a ONG Fio de Luz, que confecciona perucas para mulheres em tratamento oncológico. Entre as voluntárias estava Alice Siqueira, de apenas 9 anos, que doou o cabelo pela segunda vez. “Eu quis fazer essa boa ação porque tem muitas pessoas que precisam de cabelo também”, contou.

Na capital mineira, o evento também ganhou um toque especial com o “SuperaCão”, uma iniciativa que convidou os participantes a levarem seus cães para as atividades ao ar livre.
Diferentes ações têm ampliado o alcance do movimento. Em Governador Valadares (MG), por exemplo, além da caminhada em uma trilha, as igrejas locais promoveram uma oficina de culinária saudável. “Ensinamos receitas voltadas para pessoas com intolerância à lactose e ao glúten. Também abordamos os processos inflamatórios do corpo e explicamos como esses cuidados são importantes para manter uma vida equilibrada”, explica Andréia Luna, líder do movimento na região leste mineira.

Já na região norte de Minas, o Desafio Superação realizou a ação com cerca de 450 crianças. “O câncer não afeta só mulheres, homens e até crianças também podem ser atingidos direta ou indiretamente. Quando alguém está doente, toda a família sente. Por isso, é tão importante que nossas crianças entendam que a melhor forma de prevenir é cultivando bons hábitos no dia a dia: praticar atividades físicas, se alimentar bem, beber bastante água e, acima de tudo, confiar em Deus”, destacou Adjane Firme, líder do movimento na região.
Na região Sudeste, mais de cinco Feiras de Saúde também foram realizadas, beneficiando participantes e atraindo novos interessados em conhecer o projeto.

Histórias de Superação
Entre os exemplos que marcaram o evento está o de Amênia Machado Maia. “Só comecei a cuidar da saúde depois que fui diagnosticada com câncer. Antes, eu era relapsa com a alimentação e o exercício físico”, relata. Diagnosticada há quatro anos, ela faz quimioterapia a cada 21 dias. “Tem sido desafiador, mas acredito que, por ter adotado um estilo de vida mais saudável, consegui amenizar muitos sintomas”, contou.
Amênia também relatou mudanças significativas em sua saúde: “Depois que mudei meus hábitos, não tive mais psoríase, que me acompanhava há 59 anos, e minhas dores no corpo desapareceram”.
Outra participante, Maria Rita de Oliveira, de 70 anos, já foi maratonista por sete anos. Após enfrentar um problema pulmonar, decidiu testar seu condicionamento físico no Desafio Superação. “Depois de três meses parada, me sentindo mal e achando que nunca mais voltaria ao ritmo de antes, consegui completar 3 km. Fiquei feliz da vida, me senti vitoriosa. Eu poderia fazer mais, mas minha filha não deixou”, brincou.
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Marilda das Costa Santos, que enfrenta o câncer de mama, também participou da iniciativa e contou sua história. “Descobri algo estranho na mama direita enquanto tomava banho e logo procurei fazer os exames. A gente pensa em muitas coisas quando recebe o diagnóstico, mas eu escolhi superar”, contou.
Após passar por cirurgia, quimioterapia e radioterapia, hoje ela segue apenas com a medicação. “A mensagem que eu gostaria de deixar para as mulheres é: se cuidem. Porque, se você descobrir no início, tem mais chance de se curar”, reforça.