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Desafio Solidário promove inclusão em corrida de rua

Evento acontecerá simultâneamente em várias cidades e incluirá pessoas com deficiência


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Desafio Solidário
Manoel é um dos atletas com deficiência que participará do Desafio Solidário (Foto: ADRA)

A prática de esportes é reconhecidamente benéfica ao ser humano. Mas quando essa atividade pode ajudar outras pessoas, isso é ainda melhor. O Desafio Solidário ocorrerá em diferentes cidades do Brasil, e pode ser considerada inclusiva pois contará com pessoas com deficiência na lista de participantes. 

Manoel Araújo é um dos atletas participantes. Sua vida poderia ter sido apenas mais uma história de um jovem comum do interior, mas um acidente mudou sua forma de viver. Com apenas 13 anos de idade, ele foi tomar um banho em um açude com alguns amigos. Os momentos de lazer, no entanto, foram interrompidos quando um carro deu uma ré inesperada e deixou Manoel preso sob o peso do veículo. A perna do então adolescente foi esmagada e a amputação tornou-se inevitável. 

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Os anos seguintes foram de dor e sofrimento. Manoel se viu preso em uma espiral de vícios e autoestima abalada. Porém, as coisas tomaram outro rumo em 2020, quando a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) cruzou o caminho de Manoel. Ele começou do Desafio Solidário, um projeto que a agência desenvolve em Natal, que promove saúde, qualidade de vida e incentivo à inclusão por meio da prática de esportes.  

O evento 

Mantida pela ADRA no Rio Grande do Norte, a iniciativa, que é marcada por uma corrida, está em sua quinta edição. Neste ano, o evento acontece em duas modalidades: presencial e a distância.  

A modalidade presencial ocorre às 6h do dia 30 de abril, no Parque da Cidade do Natal, área de recarga de água subterrânea da capital potiguar e uma das principais paisagens dunares do Rio Grande do Norte (RN). 

Para participar, basta acessar o site linktr.ee/adra_rncrono, fazer a inscrição e escolher a modalidade desejada. Cada atleta receberá seu kit no dia da corrida, no ponto de encontro marcado. 

As inscrições encerram no dia 5 de abril. O cadastro é válido para participação nas seguintes cidades: Aracajú, Belém, Boa Vista, Fortaleza, Florianópolis, Lauro de Freitas, Maceió, Manaus e Rio de Janeiro. Para garantir a vaga, é necessário pagar uma taxa de R$100,00, que dá direito a uma medalha e camiseta do evento. Cada participante corre por conta própria, no lugar que escolher, no dia marcado. Antes da corrida, o participante deve buscar seu kit nos endereços indicados no link de inscrição. 

De acordo com o organizador da corrida, Erinaldo Costa, o intuito é incentivar bons hábitos de saúde por meio da prática esportiva. “É muito importante praticar esportes, afinal, trata-se de um cuidado com a saúde, sendo um dos fatores essenciais para uma vida melhor”, destaca. 

Ao longo do percurso, os participantes enfrentarão barreiras que tornam o desafio ainda maior. Uma delas é percorrer um trecho numa estrada de barro, além de atravessar trechos marcados por escadarias.  

Inclusão  

Em Natal, o desafio contará com a inclusão de pessoas com deficiência (PCD). “Teremos um pelotão delas, que largam cinco minutos antes dos demais atletas. Também disponibilizaremos guias para deficientes visuais durante todo o percurso”, explica Costa.  

Além do Desafio Solidário, durante todo o ano, através do projeto ADRA Runners, o grupo de corredores é incentivado à prática do esporte.  As atividades ocorrem em grupo, com a prática regular de corrida, caminhada e treinamento funcional e psicomotor. Essas atividades são associadas a lanches saudáveis, troca de experiências sociais e pessoais, orientação técnica de profissionais de Educação Física, Nutrição e Fisioterapia – e alguns casos de acompanhamento psicólogo em consultório próprio para esse fim. 

“Buscamos desenvolver nossos participantes para que eles continuem na prática na atividade física, a fim de que tenham melhor qualidade de vida”, afirma Costa.  

Superação 

Graças ao projeto, Manoel, citado no início desta reportagem, teve uma mudança de vida e outra visão de sua história. “Passei a ter outras perspectivas. Antes eu passava de bar em bar para beber. Já tem dois anos que não bebo e estou focado nos projetos de saúde oferecidos pela ADRA”, frisa ele.  

Araújo ainda reafirma que no projeto conheceu pessoas que hoje fazem parte de sua vida. “Depois de perder uma perna, ter oportunidade de correr é indescritível. Inclusão nas corridas é essencial. Minha autoestima era baixa, hoje é alta. Eu treino muito para participar da corrida. Eles me dão todo apoio e hoje sou uma nova pessoa”, conclui Manoel.