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De férias, crianças aprendem música gratuitamente

Entre os professores estão o pianista Guigla Katsarava, de Paris, e o violoncelista austríaco Viktor Uzur


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Projeto é oferecido para crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos

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São Paulo, SP... [ASN] Mais de 200 crianças e adolescentes de várias regiões do Brasil estão começando as férias escolares imersos em música por tempo integral no Munasp, Festival Internacional de Música. O evento acontece no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), na capital paulista, entre os dias 3 e 9 de julho. Todas as atividades são gratuitas mediante inscrição. Muitos pais preferem ficar hospedados no próprio campus do Unasp e acompanham os filhos desde a primeira edição do festival, que existe desde 2012. Neste ano, o Munasp oferece classes de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, piano e harpa.

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Entre os alunos desta edição está a estudante Anna Rebeca Schunemann. Acostumada a tocar piano, ela escolheu estudar também o violoncelo como segundo instrumento pensando na possibilidade de dividir o palco das apresentações com um grupo maior de pessoas compartilhando diferentes experiências. “O Munasp representa para mim a oportunidade de fazer música. Eu estou com 17 anos e com 18 anos você ainda participa, mas como monitor. Então, nesse ano eu resolvi vir realmente para tocar música, para aumentar o meu interesse pela música e ver se eu entro em alguma orquestra ou em algum outro grupo nos próximos anos”, explica.

Durante o dia, a rotina é cheia de atividades musicais que começam às 9h com um momento devocional de reflexão e oração pelas atividades que serão desenvolvidas nas horas seguintes. Depois, o primeiro compromisso musical vem com os ensaios das orquestras. Cada aluno participa daquela que melhor se encaixar ao seu nível de experiência. Após o almoço, às 14h, em sala de aula, é o momento de tirar dúvidas sobre os instrumentos, aprender técnicas e ouvir as orientações de professores de carreira internacional acostumados a lecionar para estudantes de nível avançado e dividir os palcos com grandes músicos. Todas as noites, às 20h, são esses os artistas que se apresentam no palco do Munasp em concertos abertos ao público.

Convidados internacionais e expoentes do cenário brasileiro dão instruções para participantes do Munasp

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Entre os convidados especiais que se apresentam durante esta semana encontra-se o pianista Guigla Katsarava, professor titular na Ecole Normale de Musique de Paris; Ana Valéria Poles, professora da Faculdade Cantareira de São Paulo e da Academia de Música da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp); o contrabaixista brasileiro Marcos Machado, professor de contrabaixo erudito e jazz na University of Southern Mississippi desde 2005; o violoncelista austríaco Viktor Uzur, que leciona na Weber State University, EUA. Além deles, o festival recebe o pianista Ney Fialkow, que ensina no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Suélem Sampaio, considerada a harpista de maior destaque de sua geração sendo constantemente convidada para atuar em várias orquestras brasileiras, dentre as quais está a Osesp.

“Eu conheci essa equipe de professores e coordenação lá no festival de Bagé, no Rio Grande do Sul. A qualidade deles é muito grande, por isso que eu decidi vir para o Munasp, que eu conheci através deles, e estou impressionado com o trabalho deles aqui em São Paulo. Como músico, é uma oportunidade que eu tenho de me aperfeiçoar tanto como aluno, mas também como professor ao poder passar o conhecimento que eu aprendo para os meus alunos e aplicar no meu próprio estudo. Por isso eu vejo como um festival que tem uma importância muito grande na vida de cada um”, conta o mestre em violino Ariel Polycarpo, de 25 anos.

Relevância na formação

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Pianista há 50 anos, o músico e artista Ney Fialkow considera que um festival como o Munasp ensina o reconhecimento sobre a importância da música por parte da criança ainda que ela não siga carreira profissional nesta área. “Esse envolvimento com a música que um festival propicia é uma experiência ímpar na vida de um músico e também na vida daquele que poderá não fazer da música a sua atividade profissional, mas que vai sempre levá-la no seu coração como algo que ele vai cultivar e, inclusive, apoiar dentro da sua futura profissão. A chance de os alunos poderem viver intensamente com música é única e rara e isso é que precisa ser celebrado. Eu vou gostar muito de participar dos futuros Munasp, que acho que já são uma tradição no Brasil. Isso não é mais só de São Paulo”, comenta.

“O Munasp proporciona uma formação mais ampliada do que propriamente somente música. O aluno precisa saber como é que é estar inserido no mercado musical. Ele precisa saber como que ele se comporta socialmente para poder se inserir no mercado musical e ele precisa saber muito mais do que apenas música. Toda a parte pedagógica e o ensino do instrumento que utiliza técnica para que a música possa soar bem para quem vai ser um artista devem estar aliados a uma formação do que é ser uma pessoa capaz de transmitir aquela música. Ou seja, todo o aspecto humano e a formação como um todo”, explicau o diretor artístico do Munasp, maestro Jean Reis. [Equipe ASN, Murilo Pereira]