Corrida pela vida: fígado percorre o Rio com ajuda de bloqueio de trânsito
Transplante realizado no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, salvou a vida de Maria Helena Gouveia em meio a uma operação cercada por desafios logísticos e de segurança
Uma complexa operação de transplante no Rio de Janeiro foi concluída com sucesso após uma série de contratempos que quase comprometeram o procedimento. O fígado, vindo de Vitória, no Espírito Santo, chegou ao Aeroporto Internacional do Galeão por volta das 7h da manhã de terça-feira (01), e o transporte foi feito em um carro da Secretaria Estadual de Saúde, sob a escolta de motociclistas da Polícia Militar, até o Hospital Adventista Silvestre, na Zona Sul.
Ele precisou passar pela Linha Vermelha, uma das principais vias expressas do Rio de Janeiro, que teve um bloqueio nos dois sentidos do trânsito para garantir o tráfego rápido.
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A receptora, Maria Helena Gouveia, também enfrentou seus próprios desafios. Residente na Baixada Fluminense, ela recebeu a notícia da equipe do Hospital na noite de segunda-feira. Porém, um tiroteio na região onde reside a impediu de sair de casa. A paciente só conseguiu chegar à instituição às 6h da manhã, após uma madrugada angustiante de espera.
Após a cirurgia, que durou pouco mais de três horas, o chefe da equipe de transplantes, doutor Eduardo Fernandes, informou que o procedimento foi um sucesso. “O fígado estava em ótimas condições e funcionou perfeitamente no corpo de Maria Helena, que saiu da sala de cirurgia consciente e estável. Foi uma corrida contra o tempo, mas tudo deu certo. Ela está muito bem", afirma o médico.
Destaque na mídia
O episódio também ganhou destaque nas redes sociais e na mídia, com inúmeras inserções que destacaram a operação policial e o sucesso do transplante. Esse caso bem-sucedido é um incentivo para que mais pessoas considerem a doação de órgãos, salvando vidas como a de Maria Helena.
Confira reportagem da TV Band:
Veja também a reportagem publicada pelo G1.
Hospital Adventista Silvestre: pioneirismo em transplantes hepáticos e renais
O caso reforça a importância da doação de órgãos no Brasil. Embora o país seja referência em transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a conscientização ainda é uma questão fundamental. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% das famílias de pacientes com morte encefálica se recusam a doar os órgãos, o que prejudica a realização de transplantes que poderiam salvar vidas. Hoje, cerca de 34 mil pessoas aguardam por um transplante. Entretanto, muitas não conseguem a cirurgia a tempo devido a questões como falta de doadores e logística complexa.
O Hospital Adventista Silvestre se destaca como referência em transplantes hepáticos e renais desde 2010, quando realizou sua primeira cirurgia deste porte. Desde então, a instituição já contabilizou 1.100 transplantes de fígado e 450 renais, consolidando sua excelência na área. Com equipes especializadas em cada tipo de procedimento, o Silvestre é reconhecido pela alta taxa de sucesso nos transplantes.
Contudo, para que a doação de órgãos ocorra, é necessário que a família autorize a retirada de órgãos em casos de morte encefálica. Todo o processo é gratuito para o paciente, sendo totalmente custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que reforça a importância de políticas públicas de incentivo à doação.
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