São José dos Campos, SP… [ASN] O que era para ser apenas o começo de uma nova vida para o casal, acabou repercutindo de forma positiva na rotina de uma comunidade inteira. Após decidirem começar um empreendimento em Santo Antônio do Pinhal, distante 173 km da capital paulista, Rosemery e Fábio César perceberam que no local não havia um templo adventista e por isso se propuseram a construir um local para os cultos.

Tudo começou muito pequeno e simples. César era o responsável por liderar o grupo de adventistas que se reunia na casa de um dos fiéis, e Rosemery estava à frente da Ação Solidária Adventista (ASA), área assistencial da igreja. Aos poucos, o terreno foi comprado e a construção avançava. E foi no meio desse processo que o empresário percebeu que, apesar do projeto ser de um templo belo, as casas ao redor eram inacabadas e precárias.

“Todo dia quando passava em frente à construção via a pobreza e a situação de miséria daquelas pessoas que seriam nossos vizinhos e fiz um voto com Deus. Se nossa construção terminasse sem dívidas, eu iria atrás de parcerias para tentar reformar as casas deles. Eu que vim de uma família bem humilde, sei o que uma casa confortável significa para a pessoa”, destaca César.

Transformando vidas

Passada a inauguração, a resposta de Deus veio em forma de surpresa. Não só a construção do templo acabara em tempo recorde, como havia sobrado dinheiro, e os parceiros queriam continuar investindo nos projetos sociais da organização.

“Eu sabia que aquilo era a resposta de Deus e tão logo comecei a me mobilizar para reformar as casas dos vizinhos. Com a ajuda de empresários, os próprios fiéis da igreja e os moradores foram os pedreiros, e juntos conseguimos reformar sete casas e construir três. O trabalho de assistência social da nossa igreja não podia ficar em apenas entregar cestas básicas, mas de transformar a vida das pessoas ao redor”, ressalta o empresário.

Hoje, o templo adventista em Santo Antônio do Pinhal é referência não apenas no atendimento espiritual das pessoas, mas também no assistencial e no oferecimento de cursos de geração de renda. Ali é o ponto de encontro das pessoas da comunidade. A igreja é aberta pelo menos duas vezes na semana para esse fim específico. “O amor de Deus precisa ser demonstrado de forma prática. Não adianta apenas darmos o peixe na boca do faminto: precisamos ensinar a pescar e esse é o trabalho da ASA e da ADRA [Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais] por meio dos seus voluntários. Hoje eu respiro solidariedade e não me vejo mais longe dessa corrente do bem”, pontua Rosemery de Cássia, líder da ASA local.

Assim como o casal de Santo Antônio do Pinhal que faz da solidariedade um componente diário na vida e se alegra com a vitórias dos outros, outras 500 pessoas na região do Vale do Paraíba também estão fazendo mudanças na vida dos mais próximos no seu dia a dia . No dia 24 de abril, esse grupo se reuniu no Colégio Adventista de São José dos Campos para participar da Convenção da ASA 2016 e reassumir um compromisso.

“Queremos ampliar essa corrente do bem, fortalecer a militância dos voluntários da ASA nas igrejas locais para que nossos templos sejam locais não apenas de assistência social, mas de cursos de desenvolvimento profissional. Esse é o legado que Jesus nos deixou: transformar vidas, ter coragem para fazer a mudança na vidas pessoas e criar condições para que vençam”, explica o organizador do evento, pastor Éden Serrano.

Oportunize coragem

Durante a programação, que contou com a participação musical da dupla Dílson e Débora, da Gravadora Novo Tempo, foram compartilhados vários casos de quem tem feito a diferença em suas comunidades e como cada representante da Ação Solidária Adventista pode procurar recursos públicos para promover correntes como essas em sua localidades.

“Cada vez que passamos por uma situação de desemprego, nasce a oportunidade de empreendermos em algo que sabemos fazer bem. E na atual crise do País, as ASAs e a ADRA assumem um papel de multiplicadores do conhecimento por meio dos cursos e ações assistências. Quando a pessoa se dá bem com a atividade profissional aprendida, ela consegue ter acesso ao dinheiro público para sair da situação difícil. A igreja torna-se aí um elemento de desenvolvimento social na comunidade”, detalha o líder da ADRA em São Paulo, pastor Ivo Suedekum.

Otília dos Santos aproveitou esse cenário de instabilidade econômica para fazer a diferença em seu ministério de ajudar as pessoas. Eleita como líder da ASA da igreja da Vila 31 de Março, em São José dos Campos, ela convidou uma amiga para dar um curso de culinária vegetariana. “Começamos com 16 pessoas e hoje temos 22 da comunidade que não são adventistas, e vem à igreja para aprender um pouco sobre pratos saudáveis. No curso mesmo temos uma participante, a Gioogina, que está ganhando dinheiro com os pratos. No final do ano vamos juntar todas as participantes para fazer um grande almoço para os vizinhos com os pratos que aprendemos no curso. Essa é uma rede que começa pequena e se multiplica rapidamente”, afirma.

Para o pastor Éden Serrano, ampliar essa corrente do bem depende essencialmente e três palavras colocadas em prática na vida de cada pessoa. “Coragem para sair da zona de comodismo e seguir o legado de Jesus Cristo; solidariedade pelo próximo, pelo o que está mais necessitado e, por último, oportunidade: oportunizar condições para fazer a diferença na vida das pessoas. Que sejamos conhecidos não apenas como pessoas que frequentam uma igreja, mas que fazem a diferença positiva na comunidade”, desafia o pastor.

A Convenção da ASA em São José dos Campos também aconteceu em Guarulhos no 3 de abril e reuniu cerca de 600 fiéis no Colégio Adventista de Gopouva. [Equipe ASN, Mairon Hothon]

Confira abaixo algumas imagens do encontro: