Convenção no RS busca ajustar foco e envolver jovens em propostas evangelísticas
Encontro teve edições nas cidades de Taquara (sábado) e Pelotas (domingo).
Taquara, Pelotas, RS... [ASN] No período em que a vida humana se caracteriza por elementos como a rapidez, a igreja encontra grandes desafios para fazer com que seu tradicional conteúdo seja difundido entre as novas gerações. O público jovem, cada vez mais aficionado por informações, imagens e vídeos da internet, tende a deixar de lado o preparo – o que influencia não apenas a vida religiosa, mas também a social e a profissional. No fim de semana, o escritório-sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia para as regiões leste e sul do Rio Grande do Sul promoveu um evento para ajustar o foco dos jovens e levá-los a saírem de zona de conforto por meio da atividade em seus ministérios evangelísticos.
Ao mesmo tempo em que surgiram desafios para a igreja ao longo dos tempos, vieram também, novas possibilidades de expandir o conhecimento das escrituras, inclusive em novas roupagens. No período da manhã, o pastor Vinicius Cardoso, apresentou maneiras práticas para que o jovem se mantenha envolvido na comunhão com Deus, no relacionamento entre outros da mesma faixa etária e na missão de alcançar novas gerações. Uma das maneiras é tornar a recapitulação da lição da Escola Sabatina mais dinâmica por meio de vídeos publicados na internet. O projeto recém-criado pelo pastor Victor Bejota, que atua com a juventude da Igreja Adventista Central de Curitiba, tem auxiliado neste sentido. A lição em vídeo é gravada na linguagem e nos moldes de seu público-alvo. O programa tem apoio da sede da Igreja para o Sul do Brasil, a União Sul-Brasileira (USB).
No fechamento do período da manhã, em Taquara, o pastor Isaac Malheiros, capelão do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (Iacs), abordou a necessidade do jovem deixar aquilo que o prende em razão de alçar novos voos, inclusive espirituais. A reflexão foi baseada na história de Abraão, que costumava ir onde Deus lhe mandava, o que ocasionava com frequência, a desmontagem das tendas. Ao mesmo tempo, sua passagem pelas cidades não era algo "invisível". Abraão sempre construía altares permanentes para sacrifícios a Deus e ensinava as pessoas sobre quem Ele era e porque merecia os atos. Isto era perpetuado e as pessoas seguiam fazendo os cultos por meio da cultura plantada por Abraão. “Você precisa sair da sua tenda, do seu conforto, como Abraão fazia e se importar em deixar marcas permanentes por onde passar”, apelou Malheiros.
Outra área explorada durante a convenção, tanto em Taquara como em Pelotas, foi a que corresponde ao Ministério da Música. Os irmãos Marcelo e Ângelo Meireles apresentaram ideias sobre como tornar a atividade nas igrejas mais bem preparada e relevante. Entre os conceitos, Marcelo trouxe recomendações sobre a consciência de quem ministra momentos de louvor. “Cada músico precisa zelar para que a igreja mantenha, por meio das músicas, a mensagem distintiva que a gente prega”, defende. Além disto, Marcelo entende que ensaios regulares de modo que amplie o repertório dos ministros e instrumentistas são mais necessários do que nunca. Esta é a maneira para que o louvor seja encarado pelo restante das pessoas de forma séria. “Quem canta ou toca precisa considerar o público da qual está lidando e se preparar. Em um culto, há pessoas com quarenta, cinquenta anos de igreja e também podem ter pessoas que começaram a ir na semana passada. Na hora de montar o seu repertório de louvor, os temas também precisam ser bem escolhidos. Não podem ter apenas músicas sobre adoração ou só sobre doutrina. É preciso mesclar bem”, atenta o músico.
Já Ângelo trouxe um histórico com alguns dos principais momentos da música adventista no Brasil para mostrar como, aos poucos, foi sendo criada a cultura do uso de playbacks e do individualismo na atividade musical. Em seguida, trouxe alguns tópicos de um curso de técnica vocal ao público presente, entre eles, aquecimento, impostação e etc. Na sequência, o pastor André Luz abordou a ideia de que o ministério da música precisa funcionar além das quatro paredes dos templos. “Eu espero, como pastor, que os músicos da igreja desenvolvam um ministério no campo missionário. Há muitas canções que, talvez, não são as mais adequadas para tocar na igreja, mas isto não quer dizer, necessariamente, que não podem ser utilizadas em outros tipos de propostas, como um evento na praça ou um musical que envolva outras culturas e etnias e assim por diante. Os amigos que eu conquistar lá fora, no campo missionário, eu trago para cá”, recomenda Luz.
A abordagem de Luz foi o que uma das sonoplastas da Igreja Adventista de Nova Gravataí, Miriam Santos, destacou do evento. "Foi muito legal para mim entender que dá para utilizar vários tipos de música para mostrar a Deus em locais diferentes, pois, o que a gente ouve de alguns, às vezes, é sobre 'o que pode' ou 'não pode' e não sobre como fazer. Aqui ficou muito claro o que é mais adequado e de uma forma muito simples", ressalta. Para Paulo Edson, o cuidado com os detalhes do dia a dia da música na igreja são bastante importantes. "Destaco o cuidado de organizar o repertório para que não fiquemos só no ato de adorar e adorar a Deus, assim mesmo, de forma repetitiva. Tudo isso que ouvimos aqui dá para colocar em prática não apenas dentro da igreja, mas na missão com os jovens", comenta Paulo Edson, que também na liderança da Igreja.
Os pastores Vinicius Cardoso e Isaac Malheiros ainda discorreram sobre maneiras de conquistar gerações no contexto urbano e pós-moderno - temas voltados ao público universitário -, enquanto que o pastor Gilberto Messias apontou o papel dos jovens neste tempo.
Na última parte, Cardoso destacou o fato de que o critério utilizado por Jesus para escolher seus discípulos é diferente do nosso e, desta forma, o jovem envolvido na missão é, de fato, especial e único. “Pedro reprovou no exame que faria dele um mestre e por isto ele se tornou apenas um pescador. Mesmo assim Cristo o escolheu e ainda que Pedro ainda fosse errar outras tantas vezes, o discípulo ainda tinha um papel a cumprir”, conta Cardoso. Nesta linha, o líder de jovens das regiões leste e sul do Estado enfatizou ao público para que siga em frente e não desista se algo der errado na trajetória. Ao longo do programa, a nova formação do quarteto Athus interpretou músicas conhecidas de seu repertório e também do último trabalho, intitulado Liberdade. [Equipe ASN, Willian Vieira]