Congresso Nacional de Liberdade Religiosa propõe busca por paz e respeito
Freedom 25 apresentou 100 ideias práticas para serem trabalhadas nos próximos dois anos, e que contribuem na promoção da liberdade religiosa
No mundo, cerca de 360 milhões de cristãos sofrem perseguição e discriminação por causa de sua fé. Isso representa um em cada sete cristãos. Os dados são do relatório anual da Open Doors, instituto que monitora mundialmente a condição dos cristãos perseguidos.
A pesquisa também aponta que os casos de assassinato de cristãos em função de sua fé aumentaram de 4.761, em 2021, para 5.898, em 2022. As prisões também cresceram. Em comparação com o mesmo período, houve um aumento de 44%.
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Vale considerar que os índices de perseguição registrados pela Open Doors sobem de maneira constante. O nível de perseguição do último levantamento é o mais alto desde que a primeira pesquisa foi realizada, há 29 anos.
Por ser um Estado laico, o Brasil é protegido pela Constituição Federal, que garante como direito fundamental a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado a todo ser humano o livre exercício dos cultos religiosos e assegurada, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.
Freedom 25
Diante deste cenário, a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul promove a Liberdade Religiosa amplamente, a fim de fomentar debates sobre o tema. Uma dessas iniciativas ocorreu nos dias 15 a 17 de maio, com a realização do Congresso Nacional de Liberdade Religiosa Freedom 25, que ocorreu em São Paulo, na Associação Paulistana, sede administrativa localizada no Brooklin paulista.
No Congresso foram propostas 100 ideias práticas sobre liberdade religiosa, em diversas áreas, para serem trabalhadas até 2025.
O evento capacitou e mobilizou estudantes, pastores e líderes voluntários para a promoção, defesa e proteção da liberdade religiosa, além de promover 25 temas específicos em cinco áreas: Igreja, Sociedade, Estado, Trabalho e Educação. Os temas abordaram o assunto no contexto do desafio étnico-racial, direitos humanos, bioética, mídia, meio-ambiente, cultura do ódio, adventismo, política, escolas, família, entre outros.
Por meio dos temas trabalhados, o Congresso buscou, ao longo dos três dias, promover paz e respeito. As palestras foram transmitidas ao vivo pelo canal oficial da Igreja Adventista no YouTube, e os painéis sobre os temas específicos foram ministrados por especialistas através do aplicativo Zoom, incluindo interação e debate com os participantes (os painéis foram gravados e em breve estarão disponíveis no mesmo canal ao público de interesse).
Participações
As palestras transmitidas ao vivo foram conduzidas por autoridades, como a ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); John Graz, ex-secretário geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa (Irla); Bill Knott, diretor-associado mundial de Assuntos Públicos e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista; Luigi Braga, advogado-geral das instituições adventistas na América do Sul; e Stéfanne Ortelan, advogada assistente da sede sul-americana da Igreja Adventista.
Em sua fala sobre a liberdade religiosa e o Estado, a ministra Maria Cláudia evidenciou que é possível, por parte do poder público, a viabilização do respeito aos direitos de quem professa alguma fé. "A Constituição não permite que ninguém seja privado de direitos por conta de sua confissão religiosa", argumentou.
John Graz afirma que cerca de 75% da população mundial vive em regiões onde esse direito não existe. No Freedom 25, Graz ministrou o tema no contexto da sociedade. “Essas pessoas são discriminadas por causa de sua religião. Esse é um ponto que ainda não mudou e não tenho certeza se mudará no futuro. Por isso é tão importante falarmos sobre isso e o Brasil é um dos melhores países para debatermos esse tema”, comentou.
Para Heron Santana, um dos organizadores do Congresso e diretor do departamento de Liberdade Religiosa da Igreja Adventista para os Estados da Bahia e Sergipe, o evento tratou da “liberdade religiosa das ruas”, pois ela se manifesta na relação conjugal, na vulnerabilidade do próximo e no relacionamento da Igreja com a comunidade. “A realização desse Congresso foi um sonho. O Freedom 25 trouxe a possibilidade de olharmos para a liberdade religiosa que sai das estruturas, sai da teoria e se insere na vida das pessoas”, pontuou.
Você pode assistir às palestras realizadas ao longo do congresso no canal @adventistasbrasil, no YouTube.