Concílio de Regionais de Desbravadores e Aventureiros tem foco em abrir clubes
Capacitação para líderes do Sudeste reuniu mais de 300 participantes

Líderes dos ministérios de Desbravadores e Aventureiros do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais se reuniram em Penedo (RJ) para a 3ª edição do Concílio de Regionais da região. Entre os dias 7 e 9 de março, mais de 300 participantes foram incentivados a abrir novos clubes. O cuidado integral com as crianças e adolescentes, a inclusão e o estudo da Bíblia também foram temas abordados.
Esse modelo de concílio acontece de cinco em cinco anos. Com o tema “Maravilhas ao nosso redor”, a capacitação focou em evidenciar o impacto de um regional em um desbravador. “Cada pessoa aqui tem talentos e podem fazer grandes coisas com eles, mas as maravilhas acontecem quando são usados pelo poder de Deus. Então, a gente quis mostrar que as habilidades somadas ao auxílio divino, podemos tocar o coração das crianças e adolescentes”, explica o pastor Leonardo Raimundo, líder de Desbravadores e Aventureiros para a Igreja no Sudeste.
Quem são os regionais de Desbravadores e Aventureiros?

Considerando o gráfico hierárquico de liderança de um Clube de Desbravadores/Aventureiros, os regionais estão no nível 6 de 14. A função é o elo de ligação entre o pastor que lidera o departamento, o coordenador de área e os clubes de sua determinada região. Na prática, as suas quatro atividades principais estão resumidas no acróstico FACA.
FORMAR novos líderes e formar novos Clubes de Desbravadores ou de Aventureiros;
APOIAR todas as metas estipuladas pelas administrações da Igreja Adventista, bem como os programas locais das igrejas;
COORDENAR ações de treinamento e de suporte aos Clubes;
AUXILIAR nos eventos, como: Comissão Administrativa Regional, Aventuris, Camporis, congressos, feiras, atividades de divulgação do clube, etc.
Essas quatro ações têm o objetivo de fortalecer os Clubes de Desbravadores e Aventureiros, garantindo um funcionamento administrativo eficiente e alinhado com a missão. Eles visam promover a atuação ativa do clube, o desenvolvimento das aulas bíblicas e a participação efetiva na igreja local. Além disso, busca tornar o clube reconhecido pela comunidade e pelas autoridades locais, ampliando seu impacto e relevância.
Em cada Igreja um Clube
O Ministério de Desbravadores e Aventureiros (MDA) da Igreja Adventista do Sétimo Dia para 8 países da América Latina tem como meta alcançar “Em cada Igreja, um Clube”, pois reconhece os múltiplos benefícios que os Clubes de Desbravadores e Aventureiros à igreja local. “ Esse projeto existe, pois um Clube ajuda no crescimento, na evangelização, na formação de novos líderes e na conservação dos membros. A igreja é mais forte quando possui um Clube", pontua o pastor Udolcy Zukowski, diretor dos Desbravadores e Aventureiros para a Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Bolívia e Uruguai.

Nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, 885 igrejas não possuem Clube de Desbravadores e outras 1.415 não possuem Aventureiros. “Para iniciarmos com uma meta palpável, para 2025 sonhamos em abrir 798 novos Clubes em nossa região. Pela graça de Deus vamos conseguir", expõe o pastor Hiram Kalbermatter líder da Igreja Adventista na região.
Um ministério que liberta
Luis da Silva Régis, de 42 anos, é desbravador desde 1995 e atua como líder desde 2009. Natural do Rio de Janeiro, tornou-se regional em 2018, na região metropolitana do Rio. Este foi o primeiro concílio desse tipo que ele participou, e a experiência não apenas ampliou seu crescimento, mas também trouxe à tona lembranças marcantes da infância, quando ingressou no Clube de Desbravadores.

Sua trajetória com o Clube é singular. Durante a infância, ele era proibido de sair de casa. Em 1994, seu padrinho começou a levá-lo ao clube e o apresentar à Igreja Adventista, mas seu pai não permitia sua participação. Para evitar que saísse, chegou a mantê-lo preso com correntes. “Meu pai é daqueles nordestinos bem arretados mesmo e segue uma linha bem rígida”, relembra. “A gente morava em uma comunidade e as condições eram precárias. Ele tinha esse cuidado excessivo com medo da influência de más pessoas.”
Com lágrimas nos olhos, Luis conta como foi seu primeiro contato com o clube. “Esse meu padrinho me tirava das correntes e, mesmo contra a vontade do meu pai, me levava.” Ele lembra da sensação de pertencimento que sentiu naquele ambiente. “Eu achei maravilhoso ver pessoas da minha idade interagindo.” Com o tempo e a insistência do padrinho, seu pai passou a ser mais flexível e deixou de manter, assim como sua irmã, presos em casa.

Para Luis, o Clube de Desbravadores representa a liberdade. “Eu era uma criança muito tímida e retraída, e o Desbravador me proporcionou liberdade, literalmente”, afirma, destacando que essa vivência também o transformou espiritualmente, profissionalmente e como cidadão.
Empatia, amor, carisma e companheirismo são, segundo ele, valores cultivados dentro do clube ao longo dos anos. “Digo isso arrepiado, porque corre na minha veia o sangue de Desbravador. Servirei esse ministério todos os dias da minha vida e serei agente de transformação assim como fizeram comigo”, enfatiza.
