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Missão

Como planejar a missão em família

É plano de Deus que as famílias da igreja se envolvam no cumprimento da missão que Ele nos confiou.


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O chamado de Deus é dado a nós individualmente, mas não podemos cumpri-lo sozinhos. Sempre precisamos nos unir para planejar e agir. (Imagem: Freepik).

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28:19, 20, NAA)2

Para nós, cristãos, a ordem divina comunicada em Mateus 28:19 e 20 é prioridade máxima. Não importa onde vivemos, as condições sociais que experimentamos ou a comunidade em que estamos inseridos, o cumprimento desse mandado deve sempre ser nosso foco.

Desde sua origem, a Igreja Adventista do Sétimo Dia esteve continuamente focada no cumprimento da missão de ir e fazer discípulos. É por isso que, em todos os cultos, reuniões, programas, semanas especiais e em nossas literaturas, há uma ênfase constante para que cada membro da igreja aceite o desafio e se envolva constantemente em projetos missionários.

O chamado de Deus é dado a nós individualmente, mas não podemos cumpri-lo sozinhos. Sempre precisamos nos unir para planejar e agir. Uma ótima iniciativa é planejar e executar projetos missionários em família. Afinal, a igreja é composta de famílias: 

Uma vez que a família é a própria alma da igreja e da sociedade, a família cristã será um instrumento para a conversão e manutenção de seus membros no rebanho do Senhor. [...] Enquanto várias forças da atualidade tentam dispersar os membros da família, Deus a convoca para uma re-união, uma re-solidificação, um retorno e restauração. Aquelas famílias que responderem a Seu chamado possuirão um poder que revelará o genuíno cristianismo. A igreja que for constituída de tais famílias crescerá; seus jovens não a abandonarão; ela retratará perante o mundo um quadro nítido de Deus. 1

É plano de Deus que as famílias da igreja se envolvam no cumprimento da missão que Ele nos confiou. A influência e o alcance de uma família cristã no convívio com outras famílias do seu círculo de amizade e na comunidade à qual pertence são muito vastos. Por isso, Ellen G. White afirma que:

[...] o lar em que os membros são polidos, cristãos corteses, exerce vasta influência para o bem. Outras famílias notarão os resultados conseguidos por um lar assim e seguirão o exemplo dado, guardando por sua vez o lar contra as influências satânicas. Os anjos de Deus visitarão com frequência o lar em que a vontade Deus domina. Sob o poder da graça divina esse lar se torna um lugar refrigerante para os enfraquecidos, fatigados e peregrinos.4

É muito importante lembrar que a obra missionária não se restringe apenas a ministrar estudos bíblicos, ensinar em classes bíblicas ou pregar em conferências evangelísticas. Sem dúvida alguma, todas essas atividades são fundamentais no cumprimento da missão. No entanto, aliviar o sofrimento do nosso próximo, quer seja físico, emocional ou espiritual, também tem apoio bíblico e deve fazer parte de nossa vocação. 

Jesus afirmou que, quando Ele vier pela segunda vez, dirá a seus seguidores: “Pois tive fome e vocês me deram de comer. Tive sede e me deram de beber. Era estrangeiro e me convidaram para a sua casa. Estava nu e me vestiram. Estava doente e cuidaram de mim. Estava na prisão e me visitaram. Então os justos responderão: Senhor, quando foi que o vimos faminto e lhe demos de comer? Ou sedento e lhe demos de beber? Ou como estrangeiro e o convidamos para a nossa casa? Ou nu e o vestimos? Quando foi que o vimos doente ou na prisão e o visitamos? E o Rei dirá: Eu lhes digo a verdade: quando fizeram isso ao menor destes meus irmãos, foi a mim que o fizeram” (Mt 25:35-40, NVT)3.

Nosso Senhor nos orientou que antes da ação deve haver um planejamento: “Quem começa a construir uma torre sem antes calcular o custo e ver se possui dinheiro suficiente para terminá-la? Pois, se completar apenas os alicerces e ficar sem dinheiro, todos rirão dele, dizendo: ‘Esse aí começou a construir, mas não conseguiu terminar!’ Ou que rei iria à guerra sem antes avaliar se seu exército de dez mil poderia derrotar os vinte mil que vêm contra ele?” (Lc 14:28-31, NVT)3. Portanto, antes de ir para a prática e executar o trabalho missionário é vital que haja um planejamento, descrevendo:

1. O que se pretende fazer? Nessa primeira etapa, a família deve ser reunida para coletar as ideias do que será realizado. É muito importante que todos os membros tenham o direito de se expressar, contribuindo com suas opiniões na elaboração do planejamento. Todas as ideias de projetos e ações devem ser anotadas e revisadas.

2. Quando será executado? É preciso planejar o momento certo de agir. Por isso, a família deve estabelecer se vai ser uma ação missionária de curto prazo ou um projeto de médio ou longo prazo. É necessário também determinar a data inicial, o tempo de duração e a data final. A elaboração de um cronograma com a linha do tempo das etapas e ações que serão concretizadas é um recurso muito eficaz.

3. Como será realizado e quais recursos serão necessários? A família deve ter muita atenção nessa etapa, pois a maioria dos projetos missionários necessitam de recursos financeiros, transporte, uniforme, refeições, etc. Sendo assim, a função de cada membro precisa ser estabelecida a fim de determinar quais atribuições e responsabilidades vão assumir. Quando todos ficarem cientes dos seus deveres, então é hora de agir!

4. Por que será executado? Essa é a pergunta fundamental! Poderia ser a primeira de todas, mas está por último propositalmente com o objetivo de levar a família a concluir o planejamento com muita reflexão sobre os motivos de usar seus dons e gastar tempo e dinheiro nessa missão. Na verdade, nossos esforços não devem ser realizados com ostentação e buscando recompensas ou aplausos:

As próprias palavras de Cristo esclarecem Sua intenção – que nos atos de caridade o objetivo não deve ser atrair louvor e honra dos homens. A verdadeira piedade nunca promove um esforço para ostentação. Os que desejam palavras de elogio e lisonja, delas se nutrindo como de um bocado delicioso, são cristãos apenas de nome. [...] Cumpre-nos dar em sinceridade, não para fazer ostentação de nossas boas ações, mas por piedade e amor para com os sofredores. A sinceridade de desígnio, a verdadeira bondade de coração, eis o motivo a que o Céu dá valor. A alma sincera em seu amor, que põe todo o coração em sua devoção, Deus considera mais preciosa que as barras de ouro de Ofir. 5

Os resultados obtidos como consequência do testemunho pessoal de uma família cristã e de seu envolvimento com as demais pessoas de sua comunidade, seu bairro, sua vila ou cidade podem ser relevantes e produzir muitos frutos se forem bem planejados e executados com dedicação, paciência, perseverança e boa vontade. Entretanto, não devemos nos esquecer que “é da natureza humana fazer planos, mas a resposta certa vem do Senhor” (Pv 16:1, NVT)3.


Referências:

1. ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA (Org.). Nisto cremos: as 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 10. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2018. p. 388.

2. BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova Almeida atualizada – NAA. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

3. BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Nova versão transformadora – NVT. São Paulo: Mundo Cristão, 2016.

4. WHITE, E. G. O lar adventista. 14. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 29.

5. WHITE, E. G. O maior discurso de Cristo. 16. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009. p. 80, 81.


William Evangelista de Souza é líder da área de Ministério Pessoal da Associação Norte de Rondônia e Acre.