No fim da tarde de sexta-feira, 16 de fevereiro, imagens começaram a circular e movimentaram grupos de WhatsApp durante toda a noite. Eram registros de mesas de jantar sendo preparadas cuidadosamente, decoradas com toalhas e utensílios de jantar. À mesa destacavam-se frutas, sucos e outras delícias. Em pouco tempo, ao anoitecer, famílias adventistas do sétimo dia abririam a porta de suas casas para receber amigos e convidados para receber o sábado com amizade, comunhão, adoração e a alegria de um jantar compartilhado.

O movimento, conhecido como "Experiência do Sábado", criado pelo Ministério da Mulher da Igreja Adventista do Sétimo Dia, inspirou famílias da União Norte Brasileira, sede administrativa da Igreja para os Estados do Pará, Maranhão e Amapá.

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Nessa região vivem quase 16 milhões de brasileiros, sendo cerca de 351 mil adventistas do sétimo dia. A resposta dos fiéis a esta campanha resultou em um movimento que emocionou muitos amigos da Igreja e levou outros a desejar estudar a Bíblia e conhecer mais sobre o sábado do sétimo dia. A mobilização estimula famílias a desenvolver o hábito de preparar a mesa aos sábados de forma diferenciada dos demais dias da semana, tornando mais profunda a vivência da adoração a Deus entre familiares e amigos.

Movimento no Norte do Brasil

Em Imperatriz, MA, a 626km da capital, São Luís, o pastor Valmir Barros, presidente da Associação Sul Maranhense, sede adventista para as regiões sul e oeste do Estado, abriu sua casa para receber um casal amigo. Houve espaço para cânticos, devocional e um delicioso jantar.

No oeste do Pará, famílias adventistas deixaram à mesa quadros com mensagens sobre a importância de receber e partilhar as bençãos do descanso e adoração do sétimo dia.

Em Marituba, na Grande Belém, capital paraense, o pastor Wellington Almeida, presidente da Associação Norte do Pará, recebeu em sua casa Wendell, jovem a quem dá estudos bíblicos, que foi acompanhado de sua namorada, Raquel; e o casal Vitor e Paloma, que aceitaram estudar a Bíblia com pastor Wellington e sua esposa, Rosalba.

Nas demais sedes administrativas do norte brasileiro, famílias adventistas agiram de modo semelhante.

Para Marília Dantas, líder do Ministério da Mulher para os Estados do Pará, Maranhão e Amapá, a Experiência do Sábado provou sua capacidade de reunir amigos e formar comunidades de adoração nas casas. “É interessante como as famílias adventistas tiveram cuidado com os detalhes, ao ponto de perguntar aos convidados sobre o tipo de alimentação que gostariam, elaborando o cardápio de acordo com essa preferência e arrumando a mesa da melhor forma possível”, disse.

Partilha e acolhimento

Segundo a líder, a participação nesse movimento levou as famílias a oferecer o tipo de acolhimento que Jesus oferece. “É uma experiência que remete ao cuidado com as pessoas, ao acolhimento, assim como Jesus fazia. Ele abraçava as pessoas, comia junto com os pecadores. A Experiência do Sábado quer passar esse acolhimento, esse cuidado com a família. E passar, especialmente, o resgate da doutrina do sábado, no preparo para este dia especial, quando recebemos o sábado de forma planejada, cuidadosa, trazendo convidados para compartilhar a adoração e a refeição no início desse santo dia”, concluiu.

A declaração de Marília Dantas sintoniza o impacto que compartilhar a refeição tem na construção de amizades e relacionamentos, com impacto direto na missão e no estudo da Bíblia. É algo parecido com o que o pastor e acadêmico Tim Chester, autor de mais de 40 livros, defendeu em seu ensaio “A Meal With Jesus” (Uma refeição com Jesus), abordando o impacto que a comida teve no ministério de Cristo. 

Para ele, as ocasiões em que Jesus comeu com as pessoas representam mais do que uma metáfora. “Elas incorporam a graça de Deus e, assim, dão forma à comunidade e à missão... As refeições de Jesus são uma janela para sua mensagem de graça e a maneira como ela define sua comunidade e sua missão”, escreveu.

Experiência fortalece o ensino da Bíblia

Ao analisar a importância de receber o sábado compartilhando uma refeição com amigos, o pastor André Dantas, presidente da União Norte Brasileira, observou que esta experiência unifica a mensagem do sábado com o compromisso de ensinar a Bíblia para as pessoas.

“A maneira como os adventistas do Pará, Maranhão e Amapá receberam o sábado em seu ambiente familiar com amigos, agindo de forma carinhosa e impactante com eles, evidencia o quanto a Igreja está disposta a estudar, viver e ensinar as verdades bíblicas”, disse, ressaltando o lema da visão da Igreja para o norte do Brasil, com o título “Fortes na Palavra”.

Esta conexão do movimento com a inspiração bíblica ressalta a reflexão apresentada pelo teólogo e pioneiro do adventismo John Nevins Andrews, primeiro missionário adventista a ser enviado para a Europa, que escreveu o livro “A História do Sábado”.

Ele pontuou: “O sétimo dia é o sábado do Senhor. Os atos que lhe conferiram essa posição foram, em primeiro lugar, o exemplo do Criador; em segundo lugar, a bênção que Ele colocou sobre o dia; e, em terceiro lugar, a santificação ou escolha divina do dia para ser usado de forma santa. O sábado, portanto, data do início da história de nosso mundo. O primeiro a guardar o sábado no sétimo dia foi Deus, o Criador; e o primeiro sétimo dia de todas as eras foi o dia que Ele assim honrou. Logo, a maior de todas as honras possíveis pertence ao sétimo dia. Mas essa honra não se limitou ao primeiro sétimo dia da história, pois, assim que Deus descansou nesse dia, Ele o designou para uso santo, a fim de que o ser humano pudesse reverenciá-lo em memória ao Criador”.

A Experiência do Sábado ajudou muitas pessoas a entender o sétimo dia como esse memorial de adoração e descanso, algo presente nas casas e à mesa de adventistas paraenses, maranhenses e amapaenses, junto com seus amigos, na terceira sexta-feira de fevereiro desse ano.

Veja na galeria abaixo imagens da Experiência do Sábado no norte do Brasil: