Vivendo nas ruas do Distrito Federal por um longo período de sua vida, Bruno Santos, logo se tornou viciado em drogas. Contudo, quando pensou que não havia mais esperança de dias melhores, ele encontrou o Instituto Crescer. Lá, Bruno foi acolhido e conseguiu vencer a dependência química.

Hoje, Bruno trabalha para mudar a vida daqueles que se encontram em uma situação semelhante a que ele passou. “Estou quase me formando em Serviço Social. Hoje, eu faço uma reflexão sobre tudo de bom que Deus fez em minha vida através do Instituo Crescer”, explicou.

“Fiz estágio no Centro de Juventude da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), em Samambaia. Também, sou membro do projeto Missão Urbana. Atualmente, faço o resgate de pessoas que vivem na mesma situação que eu vivi”, disse.

Reescrevendo histórias

Há 20 anos, o Instituto existe com o propósito de oferecer tratamentos para dependentes de drogas psicoativas, estimulantes, ansiolíticos, entre outros. Assim, o centro de reabilitação já atendeu mais de 2 mil homens, maiores de 18 anos.

O Instituto surgiu a partir de um trabalho feito pela fundadora, Areolenes Nogueira, que levava doações aos necessitados que viviam nas ruas, como explica. “Nós fazíamos um trabalho de levar sopa para essas pessoas. Porém, eles diziam: irmã, a comida e as roupas que vocês trazem são ótimas, mas nós precisamos mudar de vida”, contou.

Dessa forma, em um gesto de amor e empatia, Areolenes passou a levá-los para sua casa, que logo se tornou o Instituto Crescer. Localizado em Vicente Pires, Região Administrativa do Distrito Federal, o espaço oferece uma oportunidade de mudança de vida para os dependentes químicos. Portanto, eles participam de terapias em grupo, oficinas e ações de reintegração à sociedade.

União de Propósitos

Entretanto, o Instituto necessita de doações de alimentos, roupas, produtos de higiene pessoal e limpeza. Além disso, são necessários recursos financeiros para custear outras despesas. Nesse sentido, surgiu uma oportunidade de firmar parceria com o Núcleo da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, do Distrito Federal e Goiás (ADRA DF/GO).

“Faz dois anos que conheci uma pessoa da Igreja Adventista e, através disso, nós começamos a ter uma parceria com o projeto Missão Urbana, que faz um trabalho no Setor Comercial Sul, resgatando usuários de drogas. Então, nos apresentaram para a ADRA e surgiu essa parceria”, informou a fundadora do Instituto Crescer.

Areolenes também falou sobre a importância da campanha do Mutirão de Natal para manter as atividades da casa de recuperação. “Os recursos do projeto são para custear as despesas como água, luz, remuneração dos terapeutas, motoristas, combustíveis, medicamentos. Todo esse custeio é bancado pelo Mutirão de Natal”, ressaltou.

Emocionada, ela reconheceu a bondade de todas as pessoas que se envolvem no Mutirão de Natal. “Eu quero agradecer a todos os irmãos que Deus têm tocado no coração para participar dessa campanha. Esse Mutirão salva vidas. Deus me escolheu com o propósito de cuidar deles, mas Ele escolheu você para doar um pouco daquilo que você tem para ajudar a salvar vidas”, expressou.

Mais que doação de alimentos

O Mutirão de Natal teve sua primeira edição em 1994, com o objetivo de arrecadar alimentos, roupas, brinquedos e demais itens para doação. No entanto, o projeto cresceu ao longo dos anos. Além de sua missão primordial em prover cestas natalinas para pessoas necessitadas, a campanha tem envolvido os voluntários em soluções de longo prazo.

Portanto, ações como reforma de casas, doação de sangue, prestação de cuidados de saúde, ofertas de aulas gratuitas de alfabetização e cursos de capacitação, passaram a fazer parte da proposta. Assim, há 30 anos, milhões de vidas são impactadas pelo projeto social.