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Coluna | Wellington Barbosa

Cinco conselhos bíblicos para resolver conflitos

A arte de proporcionar a paz e dar fim a conflitos tem várias referências na Bíblia. Vale para a liderança em todos os ambientes.


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Resolução de conflitos precisa ser uma realidade na vida de quem lidera em qualquer ambiente. Foto: Shutterstock

“Conflitos são um fato onipresente na nossa vida, e a negociação é a principal ferramenta para resolvê-los de forma construtiva.” O autor dessa afirmação, William Ury, é um dos mediadores mais conceituados do mundo. Ao longo de sua carreira, ele participou como consultor em alguns cenários muito complexos, como a negociação entre o governo da Colômbia e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a conciliação entre etnias no Oriente Médio e a resolução de impasses comerciais envolvendo grandes corporações.

Infelizmente, a história do mundo é permeada pelos conflitos desde a entrada do pecado. Nas páginas do Antigo e do Novo Testamento, encontramos discórdias familiares, brigas pelo poder, lutas entre povos e até mesmo tensão entre os primeiros cristãos. Certamente você já vivenciou, ou talvez esteja vivenciando, algum conflito em casa, no trabalho, na vizinhança ou na igreja.

Mediar conflitos e propor soluções justas e equilibradas são desafios que só podem ser vencidos com muita sabedoria. Aliás, Salomão foi amplamente reconhecido como rei sábio a partir de sua postura em uma situação muito complicada (1Reis 3:16-28). Em seus provérbios, ele compartilhou algumas dicas ou conselhos fundamentais para quem deseja ser bem-sucedido na arte da mediação.

Conselhos

Peça sabedoria a Deus. “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da Sua boca vem a inteligência e o entendimento” (Provérbios 2:6). Não é fácil lidar com situações conflituosas. São muitos fatores em jogo, e qualquer movimento equivocado pode resultar em consequências irreversíveis. Por isso, ninguém deveria ousar se colocar como conciliador sem reconhecer que somente revestido da sabedoria do Alto poderá ter sucesso nessa tarefa.

Ouça. “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Provérbios 18:13). Ser bom ouvinte é uma característica fundamental para quem deseja ter êxito ao administrar conflitos. Alguns líderes falham ao se expressarem antes de entender todas as faces de uma divergência. Nesse caso, uma parte poderá se sentir favorecida e endurecer sua reivindicação, enquanto a outra poderá assumir uma postura defensiva e se fechar para uma solução. Ao ouvir com atenção, o conciliador se coloca em uma posição imparcial que estimula a abertura de ambas as partes para construir a melhor saída para todos.

Fale com prudência. “O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!” (Provérbios 15:23). Depois de ouvir os envolvidos na discussão, o conciliador deve apresentar de forma clara, ponderada e calma suas observações imparciais a respeito do dilema. Ele deve ser um facilitador no debate, minimizando os ruídos de comunicação e maximizando os pontos de convergência entre as partes. Lembre-se de que “a palavra dura suscita a ira”, mas “a resposta branda desvia o furor” (Provérbios 15:1).

Seja paciente. “Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (Provérbios 16:32). Administrar as emoções em meio a uma discussão não é tarefa simples, mas o conciliador precisa exercitar essa habilidade. No calor do debate as partes podem agir de maneira incompreensível ou hostil entre elas e também contra o negociador. Nessa condição, ele deve demonstrar domínio próprio para “esfriar” a contenda e levar os litigantes novamente à racionalidade.

Aja como um pacificador. “Há fraude no coração dos que maquinam mal, mas alegria têm os que aconselham a paz” (Provérbios 12:20). Ser mediador é trabalhar para minimizar a divergência e promover a conciliação entre as partes. Para um líder, ver que um conflito em sua jurisdição foi resolvido traz enorme satisfação, pois significa que seus esforços como pacificador foram bem-sucedidos e o foco e empenho dos envolvidos poderão ser novamente empregados para promover os objetivos familiares, profissionais ou espirituais.

Sun Tzu, militar e filósofo chinês do 6º século antes de Cristo, ficou conhecido por seu livro A Arte da Guerra. Como líderes cristãos, nosso desafio no século 21 é escrever dia a dia a arte da paz.

Wellington Barbosa

Wellington Barbosa

Papo de líder

Conceitos de liderança sob uma perspectiva cristã.

Formado em Teologia e Administração, é especialista em Aconselhamento Familiar, mestre em Teologia e doutor em Ministério pela Universidade Andrews (EUA). Trabalha na Casa Publicadora Brasileira (CPB), onde é o editor da revista Ministério, voltada a pastores e líderes da Igreja Adventista. @prwellington7