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Coluna | Paulo Lopes

Está faltando água

Você já deve ouvido falar que está faltando água no Brasil. Se você mora em São Paulo, ou em algumas áreas do Nordeste, você poderá estar na verdade sentindo falta de água. Sabemos que no caso de algumas regiões de nosso país, está faltando água por...


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Você já deve ouvido falar que está faltando água no Brasil. Se você mora em São Paulo, ou em algumas áreas do Nordeste, você poderá estar na verdade sentindo falta de água. Sabemos que no caso de algumas regiões de nosso país, está faltando água por falta de chuva, o que poderá levar até mesmo ao racionamento de água e energia.

Entretanto existe um problema muito maior em relação a água. Mais do que ter água, é preciso ter água de qualidade e adequada para as necessidades humanas, o que nem sempre é o caso no Brasil e nos outros países em desenvolvimento.

Todos sabemos que a água é essencial para a vida humana. Infelizmente, enquanto que para uns ela representa vida, para milhões de pessoas no mundo, a falta de acesso a água limpa e potável significa morte. Estima-se que 780 milhões de pessoas não tem acesso adequado a água no planeta. O resultado é devastador: 1.5 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por doenças como  cólera, febre tifoide e disenteria,  causadas pela falta de água e saneamento básico adequados. As crianças são as principais vítimas. A cada 21 segundos, uma criança morre no mundo por doenças relacionadas com a falta de água e saneamento adequados.

Para se ter uma ideia das discrepâncias em temos de acesso a água potável no mundo, enquanto que 100% da população de Nova York recebe água potável em suas casas, esta porcentagem cai para 44% nos países em desenvolvimento e nos países da África Subsaariana, somente 16% das casas tem acesso adequado.

O problema da escassez de água no planeta está se tornando tão complexo que alguns falam até mesmo em guerras por causa da água, ou melhor, por falta de água. Não sei se realmente chegaremos a este ponto, mas a verdade é que este é um problema real e temos de estar conscientes disto. Vale lembrar que água e energia andam juntas e que existe uma relação de dependência entre elas, principalmente em países como o Brasil, que tem sua matriz energética tão dependente dos recursos hídricos.

Decidi escrever sobre este tema, porque no dia 22 de março, comemoramos o Dia Mundial da Água. Este dia foi instituído pela ONU em 1992 durante a Conferência internacional do Clima no Brasil e tem por objetivo chamar a atenção das nações e das pessoas para a necessidade de cuidarmos deste recurso tão essencial a vida, e ao mesmo tempo, escasso.

Creio que é um momento oportuno para refletirmos sobre este assunto, sobre suas implicações para a vida humana, e acima de tudo, sobre como podemos jogar do lado da solução. O que você e eu podemos fazer de forma prática? Creio que pelo menos quatro coisas podemos e devemos fazer. Podemos, por exemplo, economizar energia e diminuir, assim, o consumo de água. Outra forma simples e óbvia é utilizarmos a água de forma consciente evitando qualquer tipo de desperdício. Em terceiro lugar, prefira uma dieta vegetariana. Isto mesmo! Segundo a Environmental Health Perspective, 2002, a atividade pecuária gasta muito mais energia do que a produção de grãos. Para produzir bife, gasta-se 100 vezes mais água do que para produzir a quantidade equivalente de proteínas dos grãos. Ou seja, ao comer menos bife, você ajuda a economizar água.

Finalmente, o que fazer em relação aqueles 1.5 milhões de pessoas que morrem todos os anos por falta de água e saneamento adequados, em sua maioria crianças? Um grande desafio certo? Entretanto, creio que podemos também ajudar aí. Existem organizações humanitárias como a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) por exemplo, que desenvolve projetos de água e saneamento em várias partes do mundo, projetos que ajudam a salvar vidas. Portanto, através de nossas doações, ajudamos estas organizações a levarem água e saneamento adequados às regiões mais pobres do mundo, salvando assim muitas vidas preciosas.

Paulo Lopes

Paulo Lopes

Quem é o teu próximo?

O terceiro setor e a solidariedade.

48 anos, nasceu em Itapeva, Sul de Minas Gerais. Vive em Brasília/DF, onde atualmente é o diretor da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA Brasil), uma Organização Não Governamental estabelecida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Possui mais de 17 anos de experiência no terceiro setor.