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Coluna | Paulo Lopes

A mudança que você quer ver no mundo

O mês de julho foi um mês marcante para o Brasil. Marcante, porque o País recebeu a Copa das Confederações da FIFA, e mais do que isto, venceu o torneio numa final emocionante contra a Espanha. Mas o que realmente marcou este período, foram os protes...


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O mês de julho foi um mês marcante para o Brasil. Marcante, porque o País recebeu a Copa das Confederações da FIFA, e mais do que isto, venceu o torneio numa final emocionante contra a Espanha. Mas o que realmente marcou este período, foram os protestos que tomaram conta do país. A juventude se mobilizou através das redes sociais e foi as ruas pedir mudanças de ordem política e social. A capacidade de mobilização através das redes sociais foi impressionante, mas deixo esta discussão para o colega colunista Fábio Bergamo  em seu excelente artigo: “Enfim, Cíbridos.”

Não quero discutir aqui os méritos nem a legitimidade dos protestos, mas apenas dizer que, no meu ponto de vista, protestos pacíficos que buscam mudanças na ordem social e política de um país, são legítimos e fazem parte de qualquer democracia. A busca constante por mudanças e por melhorias faz parte do DNA do ser humano. Fomos criados como seres inteligentes e dinâmicos e, porque não dizer, inconformados. Este aspecto é importante, pois este inconformismo com a atual ordem política e social do país, foi justamente o que levou multidões às ruas para protestar por mudanças.

Como vocês perceberão nesta coluna, sou um grande admirador de Mahatma Gandhi, o que foi reforçado pelo fato de eu ter vivido e trabalhado durante cinco anos na Índia, entre 2005 e 2010. Entre as muitas frases memoráveis de Gandhi, uma das que mais gosto é a seguinte: “Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

Por que é tão fácil para nós irmos as ruas para protestar por mudanças, e ao mesmo tempo, tão difícil mudarmos a nós mesmos? Não quero de forma alguma minimizar a importância e legitimidade dos protestos, mas o que dizer da incoerência entre o que se protesta, e as atitudes daqueles que protestam? Não sou o único nem o primeiro a levantar esta questão, mas a verdade é que como povo, temos muito que mudar em nossas próprias atitudes do dia a dia. O que dizer do jeitinho brasileiro de querer sempre levar vantagem em tudo, de furar fila, de não devolver troco errado, de estacionar onde não se deve, etc. A lista é longa.

O ponto que quero reforçar, é que me parece incoerente protestar contra as atitudes de outros, sejam eles líderes políticos, religiosos, empresariais, etc., enquanto nossas próprias atitudes merecem protesto. O que significa ser a mudança que queremos ver no mundo? O que me faz admirar Gandhi, é que ele foi a mudança que ele queria e sonhava ver no mundo, no seu mundo, no seu país. Ele também protestou, mas o que realmente faz a diferença e que trouxe a independência ao seu país, foi sua atitude e exemplo, que vai muito além de simplesmente querer ou protestar por mudanças.

Como então ser a mudança? Ser a mudança é ser acima de tudo prático, é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar você, as pessoas e o seu país. Ser a mudança é ter atitude. As palavras e os protestos não mudam, o que traz mudança são as nossas atitudes.

Alguns dias atrás vi uma charge no Facebook que me fez rir e que ilustra bem o que estou dizendo: Um filho adolescente dizia todo empolgado para a sua mãe, que queria sair as ruas para protestar e assim mudar o mundo. A mãe então entrega uma vassoura ao filho e diz: se você quer mudar o mundo, que tal começar por seu quarto. É isto, “Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

Gostaria de compartilhar este vídeo, que aliás, vem da Índia, e que nos ensina uma lição de atitude que leva a mudança:

http://youtu.be/qxDmFsSiHLQ

 

Paulo Lopes

Paulo Lopes

Quem é o teu próximo?

O terceiro setor e a solidariedade.

48 anos, nasceu em Itapeva, Sul de Minas Gerais. Vive em Brasília/DF, onde atualmente é o diretor da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA Brasil), uma Organização Não Governamental estabelecida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Possui mais de 17 anos de experiência no terceiro setor.