Onde começa a magia
Num lugar improvável está o “Grande Conflito” para crianças.
Dallas, Texas. Segunda-feira, 13 de abril de 2015. Numa loja de brinquedos, fazendo hora enquanto esperava meu marido, peguei de uma prateleira uma revistinha de histórias em quadrinhos que estava à venda. Enquanto olhava para o título: The Magic Begins [literalmente, A Magia Começa], imediatamente me lembrei da mensagem de alerta que a mãe de uma garotinha de três anos de idade havia me mandado tempos atrás a respeito daquelas personagens, que são famosas há pelo menos quatro décadas por causa dos desenhos e dos brinquedos.
Comecei a folhear a revista e, depois de ser apresentada às encantadoras pôneis Twilight Sparkle, Applejack, Fluttershy, Rarity, Pinkie Pie, Rainbow Dash, e à majestosa e sábia princesa Celestia, me deparei com a história de duas princesas unicórnios que governavam juntas a terra de Equestria. Usando seus poderes mágicos, as irmãs mantinham o equilíbrio do reino. Uma era responsável por trazer o Sol para dar início ao dia (Princesa Celestia), e a outra era responsável por trazer a Lua à noite (Princesa Luna).
Tudo ia bem, até que a irmã mais nova começou a ficar ressentida, achando que os pôneis gostavam mais de sua irmã, pois durante o dia eles podiam brincar e se divertir, mas à noite eles simplesmente dormiam. Em um trágico dia, a irmã mais nova resolveu se rebelar. Decidiu transformar o reino numa noite eterna. Para resolver a situação, a irmã mais velha reuniu os elementos da harmonia e, usando toda a sua magia, expulsou a irmã mais nova para a Lua. Daquele dia em diante, a irmã mais velha se tornou responsável tanto pelo Sol como pela Lua, mantendo a harmonia no reino por gerações desde então.
Quando vi esta história retratada em quadrinhos, logo um pensamento me veio à mente: “É assim que o inimigo quer apresentar a história do grande conflito para as crianças desta geração!”
Meu filho mais velho, percebendo minha expressão de espanto, disse: “Mãe, vá direto para as últimas páginas”. Folheei rapidamente e ali encontrei o desfecho da história: Twilight Sparkle [diga-se de passagem, a tradução de Twilight é crepúsculo], a pônei que era aprendiz da Princesa Celestia, descobre uma profecia de que a Princesa Luna, que havia se transformado em Nightmare Moon [Pesadelo da Lua], iria retornar “no dia mais longo do milésimo ano”.
Aquilo foi demais! Virei mais algumas páginas para ver a história terminando com as amigas pôneis, apresentadas no início, encarnarem os elementos da harmonia, que cada uma já possuía internamente, e com a força do elemento da magia, fazer Nightmare voltar à sua forma original de Princesa Luna.
O grand finale acontece quando Celestia, vendo o arrependimento da irmã, decide perdoá-la e restabelecer seu lugar no reino, para que as duas continuem governando Equestria juntas, como era antes.
Eu estava no meio de uma semana de família, abordando exatamente as estratégias do inimigo, e quase clamando para que os pais, os adolescentes, os jovens ficassem atentos e buscassem se firmar na Bíblia e nos escritos de Ellen White para não ser enganados. E ali estava, diante de mim, numa prateleira de uma loja de brinquedos, uma revistinha com a versão que o inimigo quer dar para uma história que já tem o seu final escrito. E que está muito longe de ser como ele está tentando apresentar.
Sabe quais são os elementos da harmonia apresentados nesse desenho infantil? A honestidade, a bondade, o bom humor, a generosidade, a lealdade e a magia. De acordo com a história, eles foram tirados da Árvore da Harmonia, que ficava na Floresta da Liberdade. Curiosamente, a disposição deles forma exatamente uma estrela, que lembra muito o pentagrama, um dos símbolos mais conhecidos da Wicca.
O unicórnio é um ser mítico, representado por um cavalo branco com um chifre na testa. Não quero entrar no mérito da questão, mas a origem e os conceitos ligados a ele em nada lembram a ideia de animais fofinhos como os pôneis. Se serve como dica de que há algo muito estranho nessa ligação, é o sangue do unicórnio que mantinha vivo Lord Voldemort, o senhor das trevas, na série Harry Potter.
Louvo a Deus porque, em Sua misericórdia, Ele tem dado tempo para que entendamos o que está acontecendo à nossa volta, para que tenhamos nossos olhos ungidos pelo colírio celestial, cujo princípio ativo está contido na Palavra de Deus e nos testemunhos proféticos.
Terminei aquela semana de oração, apresentando à igreja o último capítulo da verdadeira história do grande conflito que começou não num reino mágico, mas no Céu. Emocionada, li, direto da fonte, no livro O Grande Conflito, de Ellen White, a descrição do que acontecerá depois dos mil anos. O inimigo não será reintegrado no reino. Ele será destruído, para nunca mais tentar enganar os escolhidos (Mateus 24:24). E todos, sem exceção, reconhecerão que Deus é amor, e também justo.