Tecnologia do útero artificial e o design inteligente
Útero, placenta e todos os órgãos e sistemas envolvidos na gestação são um verdadeiro show de design inteligente. Falam de algo muito bem planejado.
Anos atrás li um artigo na revista Ciência Hoje que me fez pensar um pouco mais na maravilha do design inteligente. A chamada de capa era: Por que a mãe não rejeita o feto? Uma pergunta pertinente, se levarmos em conta que o feto é como um “corpo estranho” dentro da mulher. A resposta, segundo os cientistas autores da matéria, chama-se “placenta”. Sim, a placenta envolve o óvulo assim que ele se fixa à parede uterina. É uma espécie de “campo de força” bastante complexo e que precisava estar disponível já na primeira fecundação, do contrário não estaríamos aqui falando disso. É a placenta que impede os anticorpos da mãe de destruírem o feto. Na verdade, útero, placenta e todos os órgãos e sistemas envolvidos na gestação são um verdadeiro show de design inteligente.
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Faz algum tempo pesquisadores têm-se esforçado para desenvolver um útero artificial. Recentemente houve grande avanço nesse sentido. Cientistas japoneses e australianos criaram um equipamento capaz de amparar fetos de carneiros extremamente prematuros. “Por várias décadas houve pouca melhora nos resultados de bebês extremamente prematuros nascidos na fronteira da viabilidade (21-24 semanas de gestação)”, disse um dos principais autores da pesquisa, Matthew Kemp, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Austrália Ocidental.
Até pouco tempo atrás, a tecnologia existente não permitia apoiar recém-nascidos prematuros graves, devido ao fato de os pulmões serem nessa fase extremamente subdesenvolvidos e a capacidade cardiovascular, limitada. “Com refinamento adicional, o que hoje pode ser considerado uma tecnologia futurista pode em breve ser um tratamento padrão”, prevê Kemp.
O estudo reuniu os principais pesquisadores da Fundação de Pesquisa sobre Mulheres e Bebês da Universidade da Austrália Ocidental e do Hospital Universitário Tohoku, no Japão, e foi realizado em parceria com a Nipro Corporation, uma das principais empresas de tecnologia biomédica do Japão.
O interessante é que, para tentar reproduzir as funções do útero natural, foram necessários anos de muita pesquisa, tempo dos maiores pesquisadores da área e o desenvolvimento de tecnologias avançadas. Isso equivale a muito design inteligente, muito planejamento. Mas o que dizer do útero natural, muito mais eficiente e funcional há milhares de anos? Esse surgiu?