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Coluna | Michelson Borges

O benefício da dúvida

Será que a ciência moderna também tem dogmas e dificilmente está sujeita à dúvida? Reflita.


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Foto: Shutterstock

Deu no site da revista Ciência Hoje: “Karl Popper, um dos filósofos mais influentes do século passado, apontou para o fato de que, para ser validada, uma teoria científica deve necessariamente ser confrontada, desafiada, falseada. Dizia que, do contrário, a teoria poderia se tornar dogma – e qualquer dogma, para Popper, seria terrível para a ciência.” A matéria aponta, ainda, a coincidência entre o raciocínio de Popper e um texto publicado pelo jornal britânico The Guardian e repercute pesquisa realizada pela revista eletrônica Edge, que faz, todo ano, uma pergunta para centenas de especialistas de áreas distintas com o objetivo de colher tendências. A pergunta daquele ano foi: “Qual conceito científico poderia aprimorar a ferramenta cognitiva de uma pessoa?” “Artistas, cientistas e filósofos responderam à questão. Surpreendentemente, muitos deles destacaram a relevância dos erros, das incertezas e dúvidas para a ciência e ressaltaram a importância de esses aspectos inerentes ao empreendimento científico serem mais bem divulgados ao público não especializado”, disse a Ciência Hoje.

Um físico entrevistado cita um dos pontos colocados no texto do Guardian: assuntos controversos como mudança climática, por exemplo, seriam menos polêmicos na esfera social caso fossem divulgados, com mais clareza, que a natureza da ciência comporta a dúvida. Na verdade, seria bom que as pessoas soubessem que todo paradigma científico (melhor seria dizer “filosófico”) é passível de crítica, análise, dúvida e até descarte.

Mas é preciso admitir que existem dogmas científicos “blindados”. Tente confrontar e desafiar a teoria da macroevolução em sala de aula, por exemplo. Você corre o risco de ser massacrado, mesmo usando bons argumentos científicos. Parafraseando a matéria acima, “assuntos controversos como a teoria da evolução seriam menos polêmicos na esfera social caso fosse divulgado, com mais clareza, que a natureza da ciência comporta a dúvida”.

Aliás, como as teorias da macroevolução e da “evolução” da informação genética complexa e específica poderiam ser falseadas a la Popper? Não podem. Assim como a criação também não pode.

Quando o assunto é a mudança climática, acham que faz bem ressaltar a falibilidade dos métodos de aferição (talvez para justificar as “falhas” e poder reafirmar a tese). Deveriam assumir a mesma postura humilde quanto aos aspectos nebulosos da teoria da evolução e permitir a discussão ampla de suas insuficiências. Todos ganhariam com isso, inclusive os cientistas que poderiam ampliar o horizonte de suas pesquisas para além dos limites do naturalismo filosófico engessante.

Michelson Borges

Michelson Borges

Ciência e Religião

As principais descobertas da ciência analisadas do ponto de vista bíblico.

Jornalista, é editor na Casa Publicadora Brasileira (CPB) e autor de vários livros, como A História da Vida e Por Que Creio. Pós-graduando em Biologia Molecular e mestre em Teologia, é membro da Sociedade Criacionista Brasileira e tem participado de seminários em diversos lugares do Brasil e do exterior. Mantém o blog criacionismo.com.br @criacionismo