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Coluna | Lía Treves

Em vez de controlá-los, ensine-os a pensar

Bons conselhos para pais que têm algum filho adolescente


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Foto: Shutterstock

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Recebi uma mensagem de uma mãe que estava muito preocupada com sua filha adolescente. Ela comentava que recentemente havia descoberto que a filha mantinha um relacionamento escondido com um rapaz do colégio e que eles já haviam tido relações sexuais. “O que eu faço?”, essa mãe me perguntava chorando. “Devo proibi-la de sair de casa?” Somos uma família cristã e sempre buscamos ser bons exemplos para ela.

Até há pouco tempo, ela era uma menina obediente, dócil e fiel aos princípios cristãos, mas, desde que começou o Ensino Médio, seu comportamento mudou e ela já não quer assistir aos cultos, não me obedece mais, faz coisas escondidas e quando queremos conversar com ela, responde de forma grosseira ou nos ignora.

O período da adolescência dos filhos, com suas personalidades instáveis e atormentadas, pega de surpresa muitos pais que não estão preparados para lidar com tudo isso. A realidade é que nem os adolescentes mesmos sabem o que querem da vida, pois estão passando por um período em que estão em busca da identidade própria, não só no aspecto físico, mas também nos aspectos mental, espiritual e social.

O adolescente já não quer que lhe digam como deve se comportar. Ele quer tomar a decisão, quer experimentar e errar, quer saborear os diferentes prazeres da vida sem a supervisão de um adulto, porque embora ainda não seja maduro para tudo isso, ele acredita que é hora de provar por si mesmo, para então decidir no que deseja acreditar e os princípios sobre os quais fundamentar sua vida e, acima de tudo, sua espiritualidade. É por isso que ele deve ser tratado com a devida confiança e respeito.

Em Efésios 6:4, lemos: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. Quais são a disciplina e a instrução provindas do Senhor? Devemos educá-los para a adolescência antes que ela chegue.

Deus nunca nos faz passar pela disciplina sem que estejamos conscientes das consequências de nossos atos. Lembro-me de quando minhas filhas estavam prestes a entrar na adolescência. Meu marido e eu decidimos colocar diante delas diferentes opções para que aprendessem a escolher e decidir. Assim, elas já sentiam que tinham certo tipo de autonomia. Claro, as opções que lhes apresentávamos eram todas boas, de forma que ao escolher qualquer uma delas estariam fazendo o que era correto, mas para elas, em sua mente infantil, sentiam que estavam tomando o controle de sua vida. Outra atitude preventiva é ensina-los a raciocinar sobre o porquê de suas decisões e escolhas para que, quando chegarem à adolescência, eles já estejam acostumados a questionar o porquê de suas decisões e a não se deixar levar pelo impulso. Sem dúvida, eles não são perfeitos e cometerão equívocos de vez em quando, mas estaremos ali para apoiá-los e ajudá-los a seguir em frente novamente. Eles também saberão que devem assumir as consequências de seus atos, quer sejam bons quer sejam maus.

Ouvir

Como pais, busquemos sempre ouvir o que eles têm a nos dizer, pois para eles é vital ser ouvidos (embora mudem de opinião a cada instante). É fundamental respeitar a privacidade deles. Se queremos que o adolescente nos conte o que está acontecendo em sua vida, devemos obter sua aprovação em termos de confidencialidade por meio destas armas: confiança, respeito e amor desinteressado. Porém, ainda mais importante do que todas essas armas é a intercessão que fazemos diante de Deus por nossos adolescentes, em oração. Deus tem interesse muito maior do que o nosso no bem-estar e salvação deles. E não deixará de agir em favor deles.

Para Deus, nós também somos como adolescentes. Nossa natureza instável e atormentada pelo pecado nos leva continuamente ao mal. Embora Ele coloque diante de nós o caminho para que escolhamos o bem, na maioria das vezes Ele vem ao nosso encontro, estendendo a mão para nos tirar do poço no qual caímos por Lhe desobedecer.

Somos representantes de Deus na Terra para os nossos filhos. Reflitamos o caráter dEle neles através do nosso exemplo. É assim que os nossos adolescentes conhecem a Deus. Portanto, quando os disciplinamos ou quando lhes ensinamos algo, deveríamos pensar em como Jesus agiria. Como Deus age comigo a cada instante? Dessa forma, seus adolescentes crescerão com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor.

O detalhe é educar seus filhos à maneira de Deus.

Lía Treves

Lía Treves

Detalhes de Mulher

Um plano detalhado de Deus para mulher cristã de hoje.

Professora de ensino primário, é graduada pela Universidade Adventista del Plata, na Argentina. É casada com o pastor Jorge Rampogna e mãe de duas filhas.