Em vez de controlá-los, ensine-os a pensar
Bons conselhos para pais que têm algum filho adolescente
Recebi uma mensagem de uma mãe que estava muito preocupada com sua filha adolescente. Ela comentava que recentemente havia descoberto que a filha mantinha um relacionamento escondido com um rapaz do colégio e que eles já haviam tido relações sexuais. “O que eu faço?”, essa mãe me perguntava chorando. “Devo proibi-la de sair de casa?” Somos uma família cristã e sempre buscamos ser bons exemplos para ela.
Até há pouco tempo, ela era uma menina obediente, dócil e fiel aos princípios cristãos, mas, desde que começou o Ensino Médio, seu comportamento mudou e ela já não quer assistir aos cultos, não me obedece mais, faz coisas escondidas e quando queremos conversar com ela, responde de forma grosseira ou nos ignora.
O período da adolescência dos filhos, com suas personalidades instáveis e atormentadas, pega de surpresa muitos pais que não estão preparados para lidar com tudo isso. A realidade é que nem os adolescentes mesmos sabem o que querem da vida, pois estão passando por um período em que estão em busca da identidade própria, não só no aspecto físico, mas também nos aspectos mental, espiritual e social.
O adolescente já não quer que lhe digam como deve se comportar. Ele quer tomar a decisão, quer experimentar e errar, quer saborear os diferentes prazeres da vida sem a supervisão de um adulto, porque embora ainda não seja maduro para tudo isso, ele acredita que é hora de provar por si mesmo, para então decidir no que deseja acreditar e os princípios sobre os quais fundamentar sua vida e, acima de tudo, sua espiritualidade. É por isso que ele deve ser tratado com a devida confiança e respeito.
Em Efésios 6:4, lemos: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. Quais são a disciplina e a instrução provindas do Senhor? Devemos educá-los para a adolescência antes que ela chegue.
Deus nunca nos faz passar pela disciplina sem que estejamos conscientes das consequências de nossos atos. Lembro-me de quando minhas filhas estavam prestes a entrar na adolescência. Meu marido e eu decidimos colocar diante delas diferentes opções para que aprendessem a escolher e decidir. Assim, elas já sentiam que tinham certo tipo de autonomia. Claro, as opções que lhes apresentávamos eram todas boas, de forma que ao escolher qualquer uma delas estariam fazendo o que era correto, mas para elas, em sua mente infantil, sentiam que estavam tomando o controle de sua vida. Outra atitude preventiva é ensina-los a raciocinar sobre o porquê de suas decisões e escolhas para que, quando chegarem à adolescência, eles já estejam acostumados a questionar o porquê de suas decisões e a não se deixar levar pelo impulso. Sem dúvida, eles não são perfeitos e cometerão equívocos de vez em quando, mas estaremos ali para apoiá-los e ajudá-los a seguir em frente novamente. Eles também saberão que devem assumir as consequências de seus atos, quer sejam bons quer sejam maus.
Ouvir
Como pais, busquemos sempre ouvir o que eles têm a nos dizer, pois para eles é vital ser ouvidos (embora mudem de opinião a cada instante). É fundamental respeitar a privacidade deles. Se queremos que o adolescente nos conte o que está acontecendo em sua vida, devemos obter sua aprovação em termos de confidencialidade por meio destas armas: confiança, respeito e amor desinteressado. Porém, ainda mais importante do que todas essas armas é a intercessão que fazemos diante de Deus por nossos adolescentes, em oração. Deus tem interesse muito maior do que o nosso no bem-estar e salvação deles. E não deixará de agir em favor deles.
Para Deus, nós também somos como adolescentes. Nossa natureza instável e atormentada pelo pecado nos leva continuamente ao mal. Embora Ele coloque diante de nós o caminho para que escolhamos o bem, na maioria das vezes Ele vem ao nosso encontro, estendendo a mão para nos tirar do poço no qual caímos por Lhe desobedecer.
Somos representantes de Deus na Terra para os nossos filhos. Reflitamos o caráter dEle neles através do nosso exemplo. É assim que os nossos adolescentes conhecem a Deus. Portanto, quando os disciplinamos ou quando lhes ensinamos algo, deveríamos pensar em como Jesus agiria. Como Deus age comigo a cada instante? Dessa forma, seus adolescentes crescerão com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor.
O detalhe é educar seus filhos à maneira de Deus.