Jovem que entra no cinema e mata pessoas; adolescentes e crianças que molestam sexualmente outros adolescentes e crianças; pessoas que morrem ao praticar os chamados rachas; gente nova, que teria uma vida inteira pela frente, envolvida com situações trágicas com finais infelizes. Podemos verificar em cada caso diferentes fatores que os levaram a agir dessa maneira. O fato é que nada ocorre por acaso.

E se pararmos para observar coisas "simples" em nosso dia a dia? Observe por exemplo os penteados, as roupas, a comida e a fala das pessoas que lhe cercam, e as suas próprias. Quão permeadas essas coisas estão por modismos constantemente divulgados por diferentes mídias? Certamente, nesses casos, também há diversos fatores que influenciam os comportamentos. Essas coisas também não ocorrem por acaso.
Independente dos diversos fatores que possam afetar, em diferentes realidades os diferentes comportamentos, gostaria de ressaltar um, que sem sombra de dúvida, atua sempre sobre nossa mente, e consequentemente sobre o nosso agir e o nosso ser - a contemplação. “É lei, tanto da natureza intelectual como da espiritual, que, pela contemplação, nos transformamos. O espírito gradualmente se adapta aos assuntos com os quais lhe é permitido ocupar-se. Identifica-se com aquilo que está acostumado a amar e reverenciar.” Ellen White, Mente, Caráter e Personalidade, pág. 331.

Aquilo com que alimentamos nossa mentes irá se refletir em quem nós somos. Bons e maus comportamentos têm na contemplação uma grande influência. As crianças, desde pequenas, aprendem muito sobre como agir apenas em observar, e muitos de seus bons e maus hábitos são formados sem que uma palavra de ordem sobre isso fosse dada. Tecnicamente, chamamos isso de modelação, uma vez que o repertório comportamental é desenvolvido a partir de um modelo. E os mais pequeninos de nossos comportamentos são afetados por isso.

Pense quão sério isso é! Vivemos em um mundo que não nos poupa de informações, imagens e estímulos musicais, e tudo isso age sobre nossa mente e nosso ser. Precisamos ser sábios se desejamos formar hábitos e caráter livres de influências danosas. Costumo ver muita gente subestimando os efeitos da contemplação. Pensam que podem assistir a filmes, novelas, ouvir todo tipo de música, entre tantas outras coisas e não serem atingidos. Quanta ilusão! Estar livre dessas influências é tão possível quanto jogar uma moeda para cima, no Centro de São Paulo, e esperar que ela flutue ao invés de cair no chão.

Alguém que alimenta constantemente a mente com conteúdos românticos irreais construirá castelos de areia e sofrerá grandes desilusões. Quem habitua a mente a ouvir músicas depressivas está sujeito a conviver constantemente com um humor igualmente depressivo. Quem permite aos olhos apreciar pornografia e outros conteúdos eróticos terá dificuldades quanto aos seus impulsos e pensamentos sexuais. Somos transformados pela contemplação, e nossa vida será um reflexo daquilo em que nossa mente costuma se demorar.