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Coluna | Hildemar Santos

Evitando os pesticidas

Como ter uma alimentação saudável mesmo diante das ameaças


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pesticidas
Mesmo que contenha pesticidas, alimentação natural traz mais benefícios em relação à cárnea (Foto: Shutterstock)

Muitos hoje estão preocupados com o uso excessivo de pesticidas em alimentos como frutas e vegetais. Minha opinião é que ainda que estejam ali, as pesquisas mostram uma vantagem muito grande para aqueles que consomem mais frutas e verduras, principalmente no combate às doenças metabólicas, como a pressão alta, diabetes, colesterol e enfermidades cardíacas. E mesmo outras enfermidades, como o câncer e aquelas que afetam o sistema imunitário.

Em segundo lugar, o fato de os pesticidas serem usados nos vegetais significa que eles também estão depositados nos alimentos cárneos, já que muitos animais consomem vegetais.

Já no tecido animal, principalmente na gordura animal, eles permanecem lá por semanas. Assim, o risco para o ser humano seria maior para alimentos animais do que vegetais, em que o tempo de permanência dessa substância é menor. Ainda que haja divergência quanto ao assunto, estima-se que os peixes maiores e aqueles que têm maior quantidade de gordura são os que têm mais pesticidas.

Esta é a teoria da biomagnificação. Os pesticidas, assim, são depositados em maior quantidade no tecido gorduroso. Portanto, o organismo que tem maior tecido desse tipo terá mais concentração deles. É por isso que os peixes, principalmente os de tamanho grande, têm mais contaminação do que a água ou os vegetais aquáticos ou plâncton. (Nowell et al, 1999. Pesticides in stream sediment and aquatic biota: distribution, trends and governing factors).

Benefícios da alimentação natural

Uma outra vantagem dos vegetais e frutas é sua quantidade de fibra, que fornece uma camada protetora, impedindo que os pesticidas sejam absorvidos em grandes quantidades. Além disso, as fibras produzem um movimento intestinal mais rápido, diminuindo assim o tempo de contato dessas substâncias com a mucosa intestinal. Por outro lado, a carne e todos os outros derivados animais, além de ter alta concentração de pesticidas, tendem a produzir constipação, pois não contém nenhuma fibra.

Se você ainda não está convencido, procure usar mais os alimentos orgânicos, se estes estiverem disponíveis. Melhor ainda, procure ter sua própria horta, pelo menos para as verduras mais comuns. Um outro conselho é usar vegetais que tem uma casca mais rígida, que não têm muito risco de pesticidas.

Na verdade, existem listas de alimentos com baixo teor de pesticidas bem como listas dos alimentos que são mais contaminados. Veja as listas abaixo dos “dirty dozen” (os doze sujos) e dos “clean 15” (15 limpos), desenvolvida pelo grupo americano Environmental Working Group (Grupo de trabalho ambiental).

12 sujos:

  1. Moranguinho
  2. Espinafre
  3. Nectarina
  4. Maçã
  5. Pêssego
  6. Pera
  7. Cereja
  8. Uva
  9. Salsão
  10. Tomate
  11. Pimentão
  12. Batata

15 limpos:

  1. Milho
  2. Abacate
  3. Abacaxi
  4. Repolho
  5. Cebola
  6. Ervilha
  7. Mamão
  8. Aspargo
  9. Manga
  10. Berinjela
  11. Melão amarelo
  12. Kiwi
  13. Melão verde
  14. Couve flor
  15. Lima

Eu adicionaria alguns outros produtos que têm uma casca rígida com a possibilidade de ter menos pesticidas. Por exemplo, as nozes, o amendoim, a batata doce, a mandioca, a melancia, a banana e os feijões em geral.

Assim, o conselho final é usar menos dos sujos e mais dos limpos. Se você tem a oportunidade de comprar alimentos orgânicos, escolha os da lista suja, pois eles são os mais contaminados.

Medite no seguinte texto:

“Se o povo tão-somente soubesse o valor dos produtos da terra, que ela produz a seu tempo, mais diligentes esforços seriam feitos para cultivar o solo. Todos se devem achar relacionados com o valor especial das frutas e verduras frescas, colhidas do pomar e da horta.” Ellen White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar. Pág. 312.

Hildemar Santos

Hildemar Santos

Saúde e Espiritualidade

Como prevenir doenças e ter uma vida saudável.

Médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos