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Coluna | Glaucia Korkischko

Um novo olhar sobre crianças e adolescentes missionários

Não devemos encarar crianças e adolescentes como em transição, mas como uma geração dotada de dons especiais e exclusivos para o complemento da missão.


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Menino entrega livro missionário em uma rodoviária. Exemplo de como a missão pode fazer parte da vida desde a infância. (Foto: Perspectiva Adventista)

Para mim, o dia 1º de abril é uma grande verdade, apesar de muitas pessoas dizerem que é o Dia da Mentira. Desde 1997, quando meu filho nasceu no dia 1º de abril, ele passou a ser um marco especial em minha vida. Tenho alguns amigos que nasceram nesse dia também e tenho certeza que a história ou lenda desse dia já não importa.

Mas uma curiosidade a respeito desse assunto nos faz refletir sobre verdades ou mentiras.

Não sabemos ao certo, mas a culpa parece ser da mudança no calendário cristão, feita no século XVI, na França. Conta a história que o papa Gregório 13 instituiu um novo calendário que alterava o dia de comemoração do ano novo para 1º de janeiro, antes comemorado com uma semana de festa, de 25 de março a 1º de abril, na chegada da primavera no hemisfério norte. Assim, o rei francês Carlos XIX ordenou, em 1564, a mudança do ano novo.

E como as notícias naquela época demoravam chegar em todas as províncias do reino, algumas pessoas continuavam comemorando esta data trocada, e outras zombando e aprontando brincadeiras com o fato. Foi assim da França para a Inglaterra e para outros locais da Europa, Estados Unidos, até chegar a quase todo o mundo.

Uma mentira contada repetidamente e por muitas pessoas passa a ser verdade?

No campo da Sociologia, isso pode parecer correto, mas, para quem acredita na Palavra de Deus como verdade, não passa de uma ilusão.

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Mentiras sobre crianças e adolescentes

Mas minha intenção não é definir verdade ou mentira ou filosofar sobre o tema. Quero apenas indagar alguns fatos reais sobre algumas mentiras que, de tantas vezes faladas, até enganam muitas pessoas, como se fossem verdade. Aprecio demais a força jovem, adolescente e infantil! Mas você já observou como algumas pessoas invertem esse potencial em algo tenebroso?

Você já ouviu pessoas dizendo que crianças são terríveis e inquietas demais? Que adolescentes são agitados, insubmissos, barulhentos... que não respeitam ninguém?

Verdade ou mentira? Qual é sua opinião a respeito? Deixa-me propor a você um novo olhar sobre este assunto.

Quando ouço essas falas, eu me recordo de uma sala de professores, ou da fala de pais cansados após um dia exaustivo de trabalho.

Mas, e se olharmos o outro lado desse perfil agitado?  Você consegue ver uma fonte de energia? Não parece eletricidade pura? Apenas ela pode estar passando em fio desencapado.

Creio que nossas crianças, adolescentes e jovens estão na fase de maior força e rapidez. E isso é fantástico!

Como valorizar essa etapa da vida? Qual o papel do adulto?

Em primeiro lugar, que tal inverter as frases iniciais?

- Eles são terríveis! Para algo como: Eles são tremendos, maravilhosos!

O que você escolhe como verdade?

Se pensarmos em nossos filhos com amor, vamos ver potencial com visão otimista.

Comece a valorizar tanta energia e saúde. Pense em como são empreendedores e ativos.

Apoiadores e mentores

Em segundo lugar, pense em como você pode ser um elemento de apoio, um mentor ou um supercondutor dessa eletricidade. Veja a analogia a seguir.

Você já ouviu falar de materiais supercondutores? A conversa é do campo da física e eletricidade, mas vamos torná-la prática. Vem comigo no raciocínio.

Chamamos de materiais supercondutores aqueles que transportam energia elétrica praticamente sem dispersão.

Quando temos uma fonte de energia e queremos transportá-la sem desperdício procuramos esses materiais especializados para esse traslado.

Imagine a Usina Hidrelétrica de Itaipu, com a produção de muita energia, mas sem meios condutores até sua casa. Compreende agora a importância de cabos elétricos, fios ou outros materiais que sejam eficientes nesta tarefa?

Então, para que essa energia possa ser utilizada pela indústria, pelos hospitais, pelos meios de transporte e até mesmo em casa, é necessário que haja canalização dessa força.

Em 1911 foram descobertos alguns materiais supercondutores pelo físico holandês K. Onnes, e, desde então, eles revolucionaram nossa forma de vida com a energia elétrica, a tecnologia celular e o suporte no diagnóstico médico.

Imagine se os pesquisadores da época ficassem aterrorizados com o perigo dos amperes e, devido a isso, resolvessem não canalizar esta energia?

Muitas outras pesquisas continuaram sendo feitas até que chegaram na descoberta de que uma cerâmica com composição química específica poderia ser o melhor material de todos os anteriormente encontrados. Esse fato causou surpresa por que a cerâmica não era um bom condutor de eletricidade. Mas a cerâmica se torna valiosa quando depende do nitrogênio para controlar sua temperatura e assim ficar apropriada para ser uma supercondutora eficaz.

Este fato me faz refletir em uma outra questão: se como adultos dependermos mais de Deus, Ele é capaz de ajustar nossa visão e nos transformar em supercondutores dessa nova geração.

Para Deus, pode-se “esperar muito dos jovens que vivem nesta geração... a obra à frente espera seus fervorosos esforços”, como escreveu Ellen White em Mensagens aos Jovens, à página 41.

Crianças e adolescentes são a força

Nossas crianças, adolescentes e jovens são a força que falta em muitas igrejas para enfrentarem as dificuldades trazidas pela pós-modernidade. Não devemos encarar esta geração como em transição, mas como dotada de dons especiais e exclusivos para o complemento da missão.

Em minhas viagens e visita às igrejas tenho comprovado essa verdade. Que alegria encontrar crianças e adolescentes empolgados para influenciar amigos com suas ideias! Esta é a fase em que brilhar é fácil. Eles são vibrantes e até seus olhos brilham. Se não os animarmos a brilharem por Jesus eles brilharão pelo mundo. E a sentença é clara: “Vocês são a luz do mundo” Mateus 5:14. E Jesus ainda continuou: Assim brilhem a luz de vocês diante dos homens” (Mateus 5:16).

Compreendo que somos chamados a liderar juntos. Quantos exemplos bíblicos de liderança de criança, jovens e adolescentes vemos na Bíblia? Podemos relembrar a história da menina cativa, de Samuel no templo, de José no Egito, de Daniel e seus amigos em terra pagã, de Jeremias que começou ainda jovem e foi profeta por cerca de 50 anos, e tantos outros.

Mas quero voltar nosso olhar para a geração que temos em mãos neste século. Como estamos vendo e ajudando nossos meninos e meninas? Em que estamos crendo? Nas mentiras que nos contam ou na verdade que Deus nos diz? Temos provas suficientes de que Deus já usou nos tempos bíblicos, no tempo dos pioneiros da igreja e continua usando essa nova geração para o resgate de muitos.

Parece isso verdade ou mentira para você?

Se você assim crê, eu faço um convite: Apoie, acredite e ore por essa geração para que ela se torne cada vez mais ativa nas mãos do Senhor!

Você pode ser a melhor cerâmica supercondutora nas mãos de Deus para motivar essa geração ativa!


 

Referências

Bernardo, José. Teen 10. p. 10-15

White, Ellen. Mensagem aos Jovens. p. 41

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/supercondutividade-que-isso.htm

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-mentira.htm

Glaucia Korkischko

Glaucia Korkischko

Geração Ativa

Como preparar as crianças e adolescentes para o tempo do fim

Pedagoga e pós-graduada em psicopedagogia. Atualmente lidera o Ministério da Criança e o Ministério do Adolescente da Igreja Adventista para a América do Sul. @glaucia_korkischko