Igreja não é boate
Faz diferença o tipo de vestimenta com que vamos a uma igreja? Qual o sentido de se pensar nisso?
Antes de você ler este artigo, saiba que é bem-vindo à igreja com qualquer vestimenta. Algumas pessoas podem te olhar torto, mas Deus não faz isso. Porém, assim como planejamos o que vestir numa festa, apresentação de TCC, ocasião política, num encontro romântico e no trabalho, vale também ter uma atenção especial quanto às cerimônias religiosas. Quero também lembrar que a igreja promove a simplicidade e modéstia, que são princípios bíblicos, então as recomendações deste artigo não estão nada relacionadas à classe econômica de ninguém, mas servem como auxílio para qualquer indivíduo que tem interesse na conveniência, na elegância e no respeito. Você sabe que empresas podem exigir que seus funcionários vistam uniformes. Os parlamentares, por exemplo, devem usar terno e gravata. Em algumas repartições públicas, é proibida a entrada de pessoas com bermuda, chinelo ou roupa sem manga. Estas são regras de etiqueta, mas o bom senso vai além das normas. Por exemplo, você não costuma andar com roupa de banho no centro da cidade, nem com terno e gravata na praia. Então, como se portar na igreja?
Gostei de um pensamento que encontrei entre uma leitura e outra: "não há regras de etiqueta para o culto, mas há conveniências. E onde há ausência de regras não quer dizer que tudo é válido". O escritor e apresentador Felipe Aquino explica que, para cada tipo de ambiente, existe uma recomendação de imagem pessoal. “Quando vamos à Igreja, vamos prestar culto a Deus. Sendo assim, a própria roupa que usamos já é sinal de nossa manifestação de louvor, de adoração, de respeito a Deus”, destacou. Glória Kalil, jornalista e consultora de moda, escreveu um texto no qual afirmava que “igreja não é boate”. Contou em sua página Alô Chics! que um padre passou a proibir as noivas, madrinhas ou convidadas de abusarem de minissaias e decotes nas celebrações de casamento. A jornalista Mônica Bergamo contou na sua coluna na Folha de S. Paulo que o padre Michelino Roberto resolveu dar um basta na extravagância das vestimentas nas missas e colocou alguém na porta para guiar as escandalosas à sacristia, onde uma variedade de echarpes e pashminas estão à disposição para cobrir as costas peladas e os peitos de fora, considerados inadequados na casa do Senhor.
Concordando ou não com esta atitude, quero chamar sua atenção aos conselhos de etiqueta quanto à vestimenta em ocasiões e ambientes religiosos. Glória Kalil analisou esses acontecimentos e disse: “bem que eu avisei”. Em seu livro (Chic[érrimo], ela explica: “cerimônia religiosa exige certa contenção na exibição dos brilhos e do corpo. Decotes e fendas podem ser disfarçados e atenuados por xales e estolas. Sinal de respeito”. Veja só o que aconteceu no programa Esquadrão da Moda.
Encontrei em um site católico um excelente comentário feito por um líder religioso desta denominação: “nós nos vestimos para chamar atenção de pessoas e receber elogios. Por que uma moça usa uma saia curta e uma blusa apertada? Por que um rapaz usa uma baby look agarrada? Não tem nada a ver com Deus”. Seria interessante se analisássemos sinceramente nossas intenções ao escolhermos o que vestir, principalmente na casa do anfitrião: Deus. “Não se trata de uma religião específica, mas sim do respeito que cada um carrega dentro de si quando se dirige a um local sagrado. Certos trajes conotam vulgaridade e falta de conscientização quanto ao real objetivo daquele encontro e desrespeito com as pessoas presentes”.