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Coluna | Diego Barreto

Oração extraordinária

A importância de entendermos o que é estarmos unidos em profunda e sincera oração nos tempos atuais para vermos real reavivamento


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Unidos em oração precisamos clamar a Deus por um reavivamento na Terra. (Foto: Shutterstock)

O Reavivamento de Asbury, já conhecido por muitos a essa altura do campeonato, aconteceu na capela de Hughes da Universidade Asbury em fevereiro de 2023. Foi um testemunho impressionante da força dos céus para mudar o curso da história. Você vai se perguntar: Diego, você tem certeza de que foi dos céus esse movimento? E como ele mudou o curso da história.

Respondo que não há ainda para fazer juízo de valor sobre o Reavivamento de Asbury porque os frutos é que mostrarão de fato. Por outro lado, o simples fato de o céu ter permitido que um chamado a adoração ocorresse em nossos dias e mexesse com uma geração que até agora estava adormecida, é um bom sinal da ação divina. Até quando o diabo age, a vontade de Deus permanece soberana. Nenhuma maldição pode permanecer maldição se Deus decidir fazer dela uma bênção.

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Curso da história

Em segundo lugar, mudar o curso da história é uma possibilidade importante. Até porque estamos caminhando para um mundo cada vez mais materialista. As grandes conquistas humanas recentes não estão no campo da moral ou da espiritualidade, mas no campo da tecnologia e do conhecimento. Portanto, o mundo cresce seu sentimento materialista à medida que se afasta das coisas de Deus. Uma revolução que traz pessoas do mundo inteiro e deixa uma igreja com uma fila maior do que as do cinema é de chamar a atenção até de quem não crê. E isso pode mudar o curso da história. Vemos ao mesmo tempo uma ação que aponta na direção de Deus, num mundo que perdeu completamente sua bussola moral. Eis a agulha querendo apontar para o norte novamente em Asbury.

O que começou com uma pequena reunião de oração em uma capela, logo se transformou em um movimento de oração que se espalhou por toda a universidade, e hoje se estende a outras universidades. Pessoas de todas as fés se reuniram para orar com fervor e pedir a Deus que mudasse o coração dos homens. Foi um momento de contrição e não de vibração ou excitamento, e foi um sinal de que uma busca por Deus está crescendo em um mundo que se seculariza.

Chamado à oração

Deixe-me dividir uma ideia importante que foi iluminada por esse evento. Timothy Keller, escritor proeminente e pastor em Nova York, escreveu na edição de fevereiro de 2023 da revista Atlantic: "Todas as religiões promovem e chamam para oração. Mas historicamente, durante tempos de rápido crescimento e renovação, os movimentos cristãos têm sido marcados por uma quantidade extraordinária de oração comunal”. Ele continua citando um importante teólogo americano, Jonathan Edwards, ao mencionar que os reavivamentos sempre continham “um acordo explícito e uma união visível do povo de Deus em oração extraordinária para o reavivamento da religião”. Então Keller arremata concluindo que “uniões de crentes para oração - tanto grandes como pequenas - têm um efeito de empoderamento. O renascimento da Igreja nos Estados Unidos não acontecerá sem isso".

Realidade em outros lugares

Acredito no mesmo para o Brasil ou qualquer lugar do mundo. Não será possível que haja reavivamento enquanto não aprendermos a orar. E quando digo isso me refiro ao hábito e não ao método. Enquanto não houver busca real nunca encontraremos, enquanto não batermos a porta nunca abrirá. Porque quem busca, encontra, quem bate à porta, se abrirá (Mateus 7:7-11).

O conceito de oração extraordinária é exatamente o de evocar um tipo de oração que não é comum ou ordinária. Estamos falando de uma dedicação especial à oração para nos conectar com o céu. Não se trata de repetições ou hábitos superficiais, mas de um esforço intencional de “buscar” e “bater na porta”.

Por fim, esse não deve ser um esforço individual e nem coletivo. Mais do que isso, deve ser comunal. Não se trata de todos nós orando extraordinariamente ao mesmo tempo cada um em um lugar; é algo que vai além disso (ou seja, isso também). Nós precisamos ser capazes de estar tão unidos a Cristo que conseguiremos novamente orar juntos, em comunidade. Como fazíamos muito antigamente, lembra? Quando Deus reavivou a última geração antes da nossa e ainda encontrávamos fervor? Então, o movimento está voltando, Deus precisa levantar uma nova geração e já começou a fazer isso. Mas nada irá acontecer no seu contexto ou na sua igreja enquanto não houver um movimento de oração extraordinária e comunal. 

O que podemos concluir com isso é que não haverá vitória da igreja neste mundo e nem milagre para salvação e reavivamento das pessoas, a menos que nos dediquemos à "oração extraordinária e comunal". Ellen White diz que “Satanás não consegue suportar ouvir o seu poderoso rival sendo invocado, pois teme e treme diante da sua força e majestade [Cristo]. Quando anjos, todo-poderosos, vestidos com a armadura dos céus, vêm em auxílio da alma perseguida e cansada, Satanás e seu exército recuam, bem sabendo que sua batalha está perdida”[1]. Estamos querendo vencer por métodos, ideias mirabolantes, soluções humanas, humanismos. Quando, na verdade, ao acesso de todos está um caminho perfeito para nossa união com Cristo e da igreja.

Unidos em oração precisamos clamar a Deus por um reavivamento na Terra. A tão esperada chuva serôdia. Não haverá reavivamento sem um movimento de oração extraordinária e comunal. É necessário que invoquemos a Deus para que Ele nos dê a Sua presença, sabedoria e a força para lutar contra todas as formas de engano e prepararmos o mundo para sua Segunda vinda, que nitidamente, está mais perto do que imaginamos.


Referências:

[1] Ellen White, Spiritual Gifts, volume 4, página 105.

Diego Barreto

Diego Barreto

O Reino

Vivendo já o Reino de Deus enquanto Ele ainda não voltou. Um olhar cristão sobre o mundo contemporâneo.

Teólogo, é co-autor do BibleCast, um podcast sobre teologia para jovens, e produtor de aplicativos cristãos para dispositivos móveis. Atualmente é pastor nos Estados Unidos.