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Coluna | Diego Barreto

A verdade como oxigênio em um mundo intoxicado

Em um mundo polarizado, saber analisar informações e buscar as fontes corretas são a chave para encontrar a verdade


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Escolher a verdade é resultado do estudo profundo e pensamento crítico sobre todas as coisas (Foto: Shutterstock)

Hoje quero falar de um assunto inevitável em nossos tempos: fake news e opiniões enviesadas. Nosso mundo está intoxicado com a polarização. E quando digo "intoxicado", não é hipérbole; é um termo técnico. Um ambiente intoxicado está totalmente contaminado e é inescapável. Como uma bomba de gás em um quarto fechado. Quando o gás são narrativas, a tarefa de discernir fatos e verdades fica muito dificultada.

Todo mundo quer usar absolutamente toda sombra de argumento para estabelecer seu território narrativo. Embora isso esteja presente quase no mundo inteiro, a natureza verborrágica do brasileiro faz com que isso esteja muito mais prevalecente em nossas redes sociais do que em outros países.

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A Bíblia nos oferece insights valiosos para evitar ser enganado. Recentemente, meditei sobre Provérbios 23:23, que diz: "Compra a verdade e não a vendas." Comprar a verdade implica esforço e sacrifício, pois exige investimento. Vender a verdade sugere que trocamos algo valioso por algo que parece mais atraente, mas, na realidade, não é. A mensagem aqui é clara: valorize a verdade acima de tudo. Nada cobre o seu preço. Vender a verdade é vender a si mesmo, uma vez que a coisa mais valiosa está sendo trocada por outra de menor valor.

Vendido ao engano

Jesus também argumenta sobre a verdade em João 8:44, descrevendo o diabo como "pai da mentira" e homicida desde o princípio. Ele destaca que o diabo não tem verdade nele, e suas mentiras são sempre misturadas com verdades para serem convincentes. O engano, na verdade, é alinhado com nossos desejos, e é aí que reside o perigo: quando nossos desejos se alinham com os do diabo, já fomos enganados.

Paulo, em 2 Tessalonicenses 2:9-12, pontua sobre o maior engano que virá sobre a Terra, realizado pelo “perverso segundo a ação de Satanás”. Ele será tão poderoso que aqueles que, preste atenção no detalhe, “rejeitam o amor à verdade” serão facilmente seduzidos. Como alguém pode não ter amor pela verdade de maneira consciente? Como alguém rejeitaria a realidade? Paulo explica: as pessoas serão responsáveis pela rejeição à verdade, pois preferiram “ter  prazer na injustiça”. O desejo do coração, o prazer no que é errado, é a porta do engano. 

É fácil se enganar quando nossos desejos estão desalinhados com a verdade. Por exemplo, ao buscar informações sobre chocolate, encontramos artigos tanto a favor quanto contra. Se gostamos de chocolate, só veremos os artigos positivos, e o mesmo acontece para os que não gostam, que encontrarão somente artigos negativos. Isso se aplica a qualquer assunto, desde dietas até política e passando por religião. A verdade requer esforço e sacrifício, enquanto o engano é fácil e agradável.

A Bíblia nos incentiva a buscar ativamente a verdade, mesmo que isso custe esforço. Quanto menos buscamos, mais vulneráveis somos ao engano. Devemos vigiar nossos desejos e motivações, pois eles influenciam nossa percepção da realidade. Sem honestidade consigo mesmo, já estamos enganados. O engano não está fora de mim: ele ocorre de dentro para fora. O coração precisa estar alinhado primeiro. Afinal, nada é mais enganoso do que o próprio coração (Jeremias 17:9).

Lembre-se: "paixões vigiadas são cárceres abertos." Se não vigiarmos nossas paixões, estamos presos em um cárcere de autoengano. Precisamos de humildade para buscar a verdade e resistir à desinformação e aos vieses. O viés nada mais do que uma verdade que eu quero acreditar. Portanto, seja honesto consigo mesmo antes de avaliar criticamente as informações que consome. Compre a verdade e não a venda, independentemente de seus desejos e motivações pessoais.

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Diego Barreto

Diego Barreto

O Reino

Vivendo já o Reino de Deus enquanto Ele ainda não voltou. Um olhar cristão sobre o mundo contemporâneo.

Teólogo, é co-autor do BibleCast, um podcast sobre teologia para jovens, e produtor de aplicativos cristãos para dispositivos móveis. Atualmente é pastor nos Estados Unidos.