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Coluna | Carolyn Azo

O testemunho de um preso que morreu orando e cantando

Johnson conheceu a Jesus em 1990, enquanto esteve preso.


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Os membros da Igreja Adventista da Capela de Riverside se reuniram na frente do Capitólio em Nashville, Tennessee, para orar pelo condenado à morte, o ex-prisioneiro Donnie Johnson. (Foto: Shutterstock)

Centenas de americanos se levantaram chocados hoje, ao se saberem que a execução de Donnie Johnson foi por injeção letal, no estado de Tennessee, onde a pena de morte é aplicada. Diversas testemunhas dos meios de comunicação que assistiram à morte de Johnson disseram, em uma entrevista coletiva, que Donnie fez uma longa oração a Deus pedindo perdão e depois pediu para cantar dois hinos.

Porém, quem foi Donnie Johnson? Mais conhecido como Don, de 68 anos, ele passou mais de três décadas de sua vida na prisão de segurança máxima Riverbend, no Tennessee, por haver sufocado sua esposa em 1984. No começo, ele culpou um ex-acusado – que o ajudou a mover o corpo – do assassinato de sua esposa, mas, como ele bem declarou, no foi até que ele reconheceu que ele havia matado que encontrou perdão e paz em Deus.

Nova vida

Donnie Johnson tornou-se um promotor dos benefícios do estudo da Bíblia e da vida cristã (Imagem: WTVF)

Johnson conheceu o evangelho na prisão, em 1990, por meio de outro preso adventista, Willy Spark, que também foi executado. O irmão Johnson declarou: “Abriram a Bíblia para mim de uma maneira que eu nunca havia pensado ser possível”. Desde então, Johnson foi membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Riverside e foi ordenado como ancião em 2008.

Sua dedicação, sua fé e seu desejo de compartilhar sua esperança eram tão grandes que ele apoiava seus colegas de prisão dando-lhes estudos bíblicos. Ele até havia começado um programa de rádio intitulado “O que a Bíblia diz”.

Essa transformação de vida fez com que vários líderes cristãos, incluindo o líder mundial da Igreja Adventista, o pastor Ted N. C. Wilson, apresentasse uma carta ao governador do Tennessee, Bill Lee, pedindo clemência por Johnson. “Ao longo de muitos anos desde 1984, Johnson... deixou de ser um criminoso de coração duro para se transformar em um homem que se preocupa com os outros e procura compartilhar a esperança que encontrou em seu Salvador, Jesus Cristo, com aqueles que ainda não O conhecem”, escreveu Wilson em sua carta. No entanto, após considerar e deliberar o pedido, Lee confirmou a sentença do Estado e disse que não interviria, que Johnson seria executado na quinta-feira, 16 de maio, às 19h.

Testemunhas de sua morte

Uma repórter testemunha da morte por injeção letal de Don Johnson disse que, em mais de uma década como testemunha de morte assistida de presos, “a morte de Don foi muito, muito diferente”.

Os jornalistas dos meios de comunicação que viram a execução disseram que o irmão Johnson morreu cantando por mais de dois minutos. Hinos como Em Jesus Cristo Mártir de Paz e Somos um com Cristo, esta última interpretação dos Arautos do Rei, deixaram um legado valioso para o mundo, de que Deus realmente transforma a vida até mesmo do mais ousado e vil pecador.

Outra testemunha, no momento de sua morte, contou que ouviu Johnson repetir a oração de Jesus na cruz, e também pediu perdão pelas coisas que ele fez no passado e se arrependendo. Além disso, ele acrescentou que ouviu dizer: “Eu Lhe agradeço, Senhor, por meus advogados e por meus entes queridos. Por suas bênçãos. Eu dou minha vida em Suas mãos. Em nome de Jesus, amém”, e então morreu às 19h37.

Outra testemunha informou que o ouviu cantar dizendo “vamos ver o Rei. Não mais lágrimas. Vamos ver o rei” às 19h23.

Finalmente, na mesma entrevista coletiva, falou uma de suas advogadas que assistiu à norte e testemunhou que ela foi vê-lo em sua cela uma hora antes de sua morte. Ela afirmou: “Ele parecia estar cansado, mas em paz”. Ele conversou com ela compartilhando seus versículos preferidos da Bíblia, motivando-a e deixando mensagens para seus entes queridos. A advogada chorou ao contar seu depoimento diante da imprensa, depois pediu desculpas pelas lágrimas e continuou dizendo que depois ele foi carregado entre quatro e levado para a sala onde ele morreria mais tarde.

Um dia antes de morrer, Johnson contou ao USA Today (meio de comunicação) que confiava na vontade do Senhor. Ele também acrescentou: “Se eu for escolhido para em 16 de maio, confio que algo bom virá como consequência disso. Eu aceito que o Senhor permita que aconteça, inclusive minha morte. Se meu trabalho estiver terminado, então eu estou feliz”.

Informações extraídas dos seguintes sites:

localmemphis.com

wvlt.tv

adventistreview.org

Carolyn Azo

Carolyn Azo

Desafios Espirituais

Reflita sobre as vicissitudes da vida em sua caminhada diária com Deus e saiba que ainda existe esperança.

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Peruana Unión, trabalhou no canal internacional 3ABN, nos Estados Unidos, e em várias instituições adventistas. Atualmente é assessora de comunicação da sede sul-americana da Igreja. @karolineramosa