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Coluna | Carolyn Azo

Armas químicas, nunca mais! Sim aos laços de amor

Como demonstrar amor pelo próximo de forma prática? Entenda.


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(Foto: cnn.com)

A imagem de Abdul Hamid Youssef agarrado aos filhos gêmeos, envoltos em lençóis brancos, não sai da minha mente e me provoca tanta impotência que me sinto como trancada em quatro paredes. Na foto que viralizou no dia 6 de abril, vejo um pai sentado à beira de um cemitério, chorando. Não é para menos. Além de seus filhos, as notícias locais informam que 25 de seus familiares morreram no ataque com armas químicas que ocorreu na Síria.

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Horas depois, apareceu o vídeo, nas redes sociais, mostrando Abdul chorando, sentado, e contando o que aconteceu após o ataque. O sírio reprovou a comunidade internacional, dizendo: “Por que a comunidade internacional não ouve a gente? Há ainda consciência humanitária?” Suas palavras chamaram muito a minha atenção.

Faço-me a mesma pergunta: “Há ainda em nós consciência humanitária?” Tenho dificuldade para assimilar o fato de que, enquanto essa pobre gente morre diante de nossos olhos, há ainda no mundo um adormecimento espiritual, egoísmo e avareza. Não é possível, é meu grito interior! O que está acontecendo conosco? Será que somente quando a morte se aproxima de nós é que sabemos o que essas pessoas estão sofrendo? A Síria agora é um matadouro humano.

Eu poderia encerrar o texto aqui, mas não posso. Diante do clamor impotente de Abdul, que ressoa na sua e na minha mente: “Há ainda consciência humanitária?” Talvez alguns digam: “Mas há ONGs ajudando essas pessoas; estamos orando por eles”; “Mas nós também temos necessidades!” Essas palavras indicam que apenas estamos pensando em nós mesmos. Como podemos então ensinar a outro a respeito do amor de Cristo?

Método de Cristo

O método de Jesus para acalmar a tempestade do coração do Abdul se encontra na Bíblia, em Lucas 7:11-17, onde Cristo, vendo a tristeza da viúva de Naim, que perdera o único filho, Se compadece; Ele não se retira para orar, mas age. Jesus fez algo por ela, proferiu palavras de ânimo e então ressuscitou seu filho.

Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te!” (Lucas 7:13, 14).

Dezenas de pessoas no mundo se tornaram soldados desumanos que estão acabando com a vida de civis no Oriente Médio. Sim, e se tornam nisso quando endurecem o coração e os olhos para tais crimes contra a humanidade. Perdoe-me pela linguagem forte, mais é isso o que acontece no tempo que nos toca viver; uma total indiferença para com a longa guerra que ocorre na Síria.

Pergunto: O que você faria se estivesse no lugar do Abdul? Eu já me fiz essa pergunta. Uma pessoa assim, sem esperança, necessita hoje, mais do que nunca, de mãos que o sustenham para não sucumbir. Não basta dizer: “Jesus o ama; ou vou orar por você”. Trata-se de ser como Jesus: atender às necessidades das pessoas. Somente assim possibilitaremos que pessoas em situações críticas saibam que ainda há esperança, a despeito da morte e da dor profunda, que cala a alma e a parte.
Sim, é desta forma que se compartilha a esperança, através do método de Cristo.

Por favor, peço a você para não fechar os olhos e o coração diante de tais atrocidades. Seja as mãos de Jesus; os pés de Jesus; o sorriso de Jesus; as palavras de Jesus; as orações de Jesus. Derrame amor nos corações que passam por momentos difíceis a fim de que, ao provarem o amor incondicional, também tenham o desejo de serem discípulos de Jesus e de viverem por Ele.

Quando criança, sempre tive no coração o desejo de criar uma ONG para cuidar de centenas de crianças em situação de crise. Lembro-me de algumas vezes, a caminho da escola, ver pessoas vendendo bilhetes de loteria e então eu dizia a Jesus em oração: “Senhor, se algum dia o Senhor me fizer ganhar a loteria, vou doar o dinheiro para ajudar as crianças necessitadas, formando uma ONG”. É fato que eu não tinha noção do que estava pedindo, pois não sabia que não é recomendável comprar bilhetes de loteria (risos), mas Deus estava preparando meu tenro coração para ser um soldado de Jesus, alguém que em meio da guerra espiritual na qual vivemos, em vez de deixar morrer os feridos, utiliza as armas espirituais para salvá-los. E você, que tipo de soldado é? Você carregará nos ombros os civis feridos para que sejam salvos por Jesus? Eu gostaria de saber sua resposta. Deixe seu comentário. Um abraço.

Carolyn Azo

Carolyn Azo

Desafios Espirituais

Reflita sobre as vicissitudes da vida em sua caminhada diária com Deus e saiba que ainda existe esperança.

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Peruana Unión, trabalhou no canal internacional 3ABN, nos Estados Unidos, e em várias instituições adventistas. Atualmente é assessora de comunicação da sede sul-americana da Igreja. @karolineramosa