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Coluna | Carolyn Azo

A família como centro de adoração

Cabe a cada mãe e pai cristão assumirem com responsabilidade o imperativo de ensinar a seus filhos sobre a verdadeira adoração.


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Foi no seio da família que Jesus aprendeu a adorar Seu Pai celestial. (Foto: Shutterstock)

No artigo anterior falei sobre alguns segredos para ter uma família unida em Cristo, enfatizando a quem adorar e como adorar. Nos próximos parágrafos, à luz da Bíblia, você compreenderá por que é um dever e a grande importância que existe em erguer um altar de adoração a Deus.

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Desde Abel até João Batista, o mundo esteve polarizado entre os filhos de Deus e os filhos dos homens, sendo a diferença radical entre ambos, a maneira como adoram.

Os filhos de Deus se caracterizaram pelo fato de que, aonde quer que fossem, sempre erguiam um altar para adorar a Jeová (Gênesis 8:20; 12:7; 22:28; 26:24-25; 28:18-19). O lar se se tornou um centro de adoração para as famílias dos filhos de Deus.

O lar de Jesus não foi uma exceção. José e, especialmente, Maria, como pais judeus, levaram muito a sério a responsabilidade de ensinar a Jesus, em Seus primeiros anos, que Jeová é digno de ser adorado.

Falando, especialmente, de Maria, a escritora White declarou que “Sua mãe foi Seu primeiro mestre humano. Dos lábios dela e dos rolos dos profetas, aprendeu as coisas celestiais. As próprias palavras por Ele ditas a Moisés para Israel, eram-Lhe agora ensinadas aos joelhos de Sua mãe”.[1]

Foi, portanto, no seio da família que Jesus aprendeu a adorar Seu Pai celestial, a tal ponto que aos doze anos já surpreendia os doutores da lei no templo com Seu conhecimento das Escrituras aprendido com Sua mãe.

Lugar de adoração

Hoje cabe a cada mãe e pai cristão assumirem com responsabilidade o imperativo de ensinar a seus filhos a última mensagem que Deus declarou ao mundo: “…adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:7).

Um trecho do livro Patriarcas e Profetas, a escritora Ellen White orienta que, “semelhantes aos patriarcas da antiguidade, os que professam amar a Deus devem construir um altar ao Senhor onde quer que armem sua tenda. Pais e mães devem muitas vezes erguer o coração a Deus em humilde súplica por si e por seus filhos. Que o pai, como o sacerdote da casa, deponha sobre o altar de Deus o sacrifício da manhã e da tarde, enquanto a esposa e filhos se unem em oração e louvor." Em sua outra obra intitulada Orientação da Criança, Ellen enfatiza: “Se houve um tempo em que cada casa deve ser uma casa de oração, é hoje.”

Sugestões para levar em conta no culto familiar:

  1. Deve ser curto, não mais de quinze ou vinte minutos, dependendo da idade dos filhos.
  2. O culto deve ser simples. Jesus era simples ao explicar às multidões as verdades divinas.
  3. Deve ser adaptado às necessidades dos filhos.
  4. Deve ser aprazível, agradável, alegre e interessante.
  5. Deve ser variado. Evite cair na rotina.
  6. Se for possível, deve ser sempre no mesmo horário e em um lugar especial.
  7. Tente fazer com que todos os membros da família participem.
  8. Não se esqueça da reverência. Lembre às crianças que elas estão na presença de Deus.
  9. A seleção da música tem muita importância na adoração.
  10. Termine enfatizando as lições que devem ser aprendidas.

Em resumo, é no lar que as crianças aprendem a adorar a Deus, quando os pais se reúnem ao redor do altar de Deus para oferecer o sacrifício matutino e vespertino em louvor e ação de graças, em orações de confissão e arrependimento, na leitura reflexiva de partes da Bíblia e em reverente humilhação diante de Deus.

Por que adorar ao nosso Deus?

A principal e mais importante razão pela qual adoramos a Deus é simplesmente porque Ele é digno. Essas são as palavras que o coro celestial repete por ocasião da entronização de Jesus Cristo à destra do pai (Apocalipse 4:11; 5:9, 12). Há três razões principais:

1. Porque Deus é o Criador e fomos criados para adorá-Lo.

Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:10, 11). A Bíblia declara que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26, 27), o que implica que o homem deve refletir o caráter de Deus em sua vida.

Em seu livro Diseñados para Adorar, A. W. Tozer declara que “a função suprema do homem por toda a eternidade é refletir a elevada glória de Deus, para que Ele possa olhar para esse espelho chamado humanidade e ver refletida Sua própria glória”. Jesus expressou isso com as seguintes palavras: “Eu te glorifiquei na terra… manifestei o teu nome” (João 17:4, 6). Manifestar o nome de Deus tinha a ver com ter refletido em Sua vida o caráter de Seu Pai.

2. Porque Deus é o Redentor e nós fomos comprados por Seu sangue.

Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus (Apocalipse 5:9). A morte expiatória do Cordeiro na cruz do Calvário nos comprou para Deus, para que perdoados e transformados por Sua graça, possamos glorificar o caráter de Deus em nossas vidas.

3. Porque Deus é o sustentador e Ele sustenta cada vida com Seu poder.

Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4:11; Colossenses 4:17). Se existimos pela vontade de Deus e vivemos porque Ele sustenta e guia nossas vidas, devemos dar-Lhe a glória e a honra através da adoração.

Conclusão

Sendo que o grande conflito cósmico é o tema da adoração, a última mensagem de Deus ao mundo é adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas (Apocalipse 14:7). Embora com a entrada do pecado o mundo tenha se polarizado entre aqueles que adoram a Deus como Ele ordena e aqueles que O adoram à sua maneira, Deus sempre teve os remanescentes fiéis que, como Abel, sempre ergueram um altar para oferecer o sacrifício que prefigurava o Cordeiro que tiraria o pecado do mundo.

A verdadeira adoração dos filhos de Deus em cada geração foi determinada pelo conceito que tinham do caráter de Deus. É no lar que os filhos aprendem a adorar a Deus quando o pai, como sacerdote, juntamente com sua esposa, ergue a cada dia o altar matutino e vespertino para oferecer com seus filhos como um sacrifício vivo.

Finalmente, a principal razão pela qual devemos adorar a Deus é porque Ele é digno, pois é nosso Criador, Redentor e Sustentador. Portanto, nossas atitudes de adoração devem ser mostradas a cada dia através de uma vida de serviço, honra, louvor, reverência e bênção ao Seu santíssimo nome.

Carolyn Azo

Carolyn Azo

Desafios Espirituais

Reflita sobre as vicissitudes da vida em sua caminhada diária com Deus e saiba que ainda existe esperança.

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Peruana Unión, trabalhou no canal internacional 3ABN, nos Estados Unidos, e em várias instituições adventistas. Atualmente é assessora de comunicação da sede sul-americana da Igreja. @karolineramosa